Injusto e inesquecível – Uruguai 0 x Brasil 4 em Montevidéu

O quê é justiça neste negócio do futebol? Quanto teve a ver a eficácia do Brasil e a imperícia dos charruas para encaçapar a bola na rede. Foi justo ou injusto? Vai depender do paladar dos torcedores mas com certeza foi inesquecível para brasileiros e uruguaios, até para este correspondente que no final ficou surpreso assistindo o jeito que um casal «comemorava» na escuridão e o frio do Parque Batlle, apenas 200 metros do Estádio Centenario. Inesquecível mesmo!!!

Estádio Centenario de Montevidéu.

Lotação: 53 mil pessoas.

Sábado 06 de Junho de 2009

Hora de início: 16 h.

Clima: frio (9°C).

ÁRBITROS: Central: Saúl Laverni (Argentina;, Bandeirinhas: Gustavo Esquivel e Ariel Bustos (Argentina); Árbitro no plantão: Gabriel Favale (Argentina). Uniforme dos árbitros: Calção e meias pretas e camisa laranja fluo.

Vistoria dos árbitros: Gastón Castro (Chile); Vistoria FIFA: Rigoberto Uzcátegui (Venezuela) e Controle Dopagem da Confederação Sul-Americana de Futebol , Dr. José Veloso (Uruguai).

ESCALAÇÃO URUGUAI

01 – Sebastián Viera (goleiro – Villarrea - Espanha); 16 – Maximiliano «Macaco» Pereira (Benfica - Portugal); 02 – Carlos Valdéz (Reggina – Itália); 03 – Diego «Farão» Godín (Villarreal – Espanha); 07 – 11 – Martín «Careca» Cáceres (Barcelona – Espanha); 14 – Älvaro «Palito» Pereira (Cluj – Rômenia); 15 – Diego «Russo» Pérez (Mônaco – França); 05 – Jorge «Malaca» Martínez; 10 – Diego «Pichichi» Forlán (Atlético Madrid – Espanha) e 09 – Luis Suárez (Ajax – Holanda).

PLANTÃO: 12 – Juan Guillermo Castillo (Botafogo – Brasil); 06 – Andrés Scotti (Argentino Juniors – Argentina); Jorge Fucile (Porto – Portugal); 17 – Miguel Amado (Defensor Sporting – Uruguai); 18 - Álvaro «Magrinho» Fernández (Nacional – Uruguai); 07 – Edinson Cavani (Palermo – Itália) e Sebastián «Maluco» Abreu (Real Sociedad – Espanha).

Treinador Principal: OscarWashington «Maestro» Tabarez – Treinadores aditos: Celso Otero e Mario Rebollo.

Coordenador de Imprensa: Matías Faral

ESCALAÇÃO BRASIL

01 – Júlio César (Goleiro); 02 – Daniel Alves; 03 – Lúcio (Capitão); 04 – Juan; 05 – Felipe; 06 – Kleber; 07 – Elano; 08 – Gilberto Silva; 09 – Luís Fabiano – 10 – Kaká e 11 – Robinho.

PLANTÃO: 12 – Gomes (Goleiro); 13 – Miranda; 14- Andrés Santos; 15 – Josué; 16 – Júlio Baptista; 17 – Ramires e 18 – Nilmar.

Treinador Principal: Dunga – Treinador adito: Jorginho.

Treinador Goleiros: Wendell; Médico: Runco; Preparador Físico: Paulo Paixão; Fisioterapeuta; Rosan; Massagista: Adenir; Roupeiros: Antônio Assis e Barreto; Assessoria de Imprensa: Rodrigo Paiva; Administrador: Guilherme; Supervisor: America Faria; Chefe da Delegação: Dr. Ricardo Teixeira.

GOLS:

BRASIL:

10’ – Daniel Alves; 35’– Juan; 52’– Luis Fabiano e 75’– Kaká (Pênalti)

ALTERAÇÕES:

URUGUAI:

13 – Sebastián Abreu x 15 – Diego Pérez; 18 – Álvaro Fernández x 14 – Álvaro Pereira e 07 – Edinson Cavani x 09 - Luis Suárez

BRASIL:

17 – Ramires x 07 – Elano; 15 – Josué x 10 – 10 – Kaká e 16 – Júlio Baptista x 11 - Robinho

CARTÕES AMARELOS:

BRASIL – 09 – Luis Fabiano; BRASIL – 09 – Luis Fabiano (duplo cartão amarelo, foi expulso).

URUGUAI – 02 – Carlos Valdez; URUGUAI – 08 – Sebastián Eguren

CARTÕES VERMELHOS:

09 – BRASIL – Luis Fabiano (65’) e URUGUAI – 16 – Maximiliano Pereira (86’)

14:20 h – Alcides Edgardo Ghiggia, o camisa 7 e herói uruguaio de Maracanã 1950 que venceu o goleiro Barbosa no minuto 79 daquele 16 de Julho, foi o imã dos microfones das redes de tevê e rádios brasileiras que no Lanchonete da Arquibancada América do Estádio Centenario com agasalho preto, não parava de dizer que: «Maracanã já é história» «Chega de Maracanã» para todos os repórteres que ficamos perto dele.

O Presidente (Interino) da AUF – Associação Uruguaia de Futebol, Washington «Cacho» Rivero, ficava no aguardo do Ghiggia e as reportagens que o ex ponta direita dava para á imprensa brasileira pois o gramado do Estádio Centenario esperava o grande Campeão do Mundo junto com um colega daquela turma, que foi reserva, o Juan Carlos González para mais uma homenagem.

Eugenio Hermes Figueredo – Vice Presidente uruguaio da Confederação Sul-Americana de Futebol e ex Presidente da AUF entrava nas vitrines VIP no eixo das 15 h.

14:35 h – Chegou o ônibus da seleção uruguaia; alguns minutos depois os brasileiros, com o Kaká descontraído compartilhando o sorriso amplo com a torcida verde-amarela que gritava desde a Arquibancada América (Preferencial) acima do Portão 25, que foi acesso dos 2 mil brasileiros que acabaram gozando o jogo. Uma das janelas do ônibus uruguaio, vindo da Concentração «Uruguai Celeste» ficou aberta sendo que uma camarinha suspensa no ar pelo braço esquerdo do centroavante, Sebastián «Maluco» Abreu gravou tudo quanto acontecia nas redondezas do Estádio Centenario pois achou que esse 06 de Junho ia ser um dia de festa para os uruguaios.

14:40 h – O Matias Faral – Coordenador de Imprensa da Seleção Uruguaia, chegou na Sala de Imprensa com a escalação uruguaia confirmada.

Zaira Nara namorada argentina do Diego Forlán e cunhada do loiro jogador argentino do Grêmio Porto-Alegrense, Maxi López, entrou no Estádio do lado da cadeira de rodas da futura cunhada uruguaia, Alejandra Forlán (irmã do Diego) e Pablo Forlán, aquele grande destaque de São Paulo F. C. do decênio de 1970 e pai do camisa dez uruguaio.

Também encontráramos o Héctor «Lito» Silva, ex Peñarol e Palmeirense que fica no aguardo da nossa ligação no decorrer desta semana para gravar uma reportagem dando uma analisada ao próximo jogo da Libertadores entre o Nacional de Montevidéu e o Verdão pelas Quartas além do balanço desta vitória histórica do Brasil perante o Uruguai em Montevidéu.

Confira agora o que aconteceu nos 94 minutos de jogo:

Bilhetes vendidos com três dias de antecedência, negócio que até agora nunca tinha acontecido nesta Classificatória rumo á África do Sul 2010 em Montevidéu. O que acabou contribuindo para isso? Sem dúvida, o Brasil era o rival dos «charruas», comemorando mais uma edição de um dos clássicos do futebol Sul-Americano e do mundo. Fora isso, a população uruguaia começava acreditar no estilo de jogo do time pois venceu mais uma vez o Paraguai em Montevidéu, tarefa quase impossível até 2002 e ficou pertinho de uma vitória no Estádio Nacional de Santiago perante os anfitriões chilenos.

Os jogadores titulares brasileiros ouviram e cantaram o hino, sem ter tirado os agasalhos oficiais pois o frio era muito para ficar em pé sem movimentar os corpos.

Brasil com camisa amarela, calção azul e meias brancas. Na outra beira, os uruguaios com camisa celeste, calção e meias pretas.

Bate palmas do «estádio» tentando homenagear as vítimas do acidente aéreo do Airbus 330 – AF 447 (RIO de JANEIRO – Antônio Carlos Jobim – PARIS – Charles de Gaule) que colocou luto no gramado do Estádio Centenario .

Júlio César ia tentar fazer boas defesas embaixo do gol brasileiro com uniforme cinza. 100 metros além do olhar do Júlio César, o goleiro uruguaio Sebastián Viera vestido com uniforme preto, da cor que acabou sendo á noite para ele. O pesadelo ia começar onze minutos depois do apito do argentino Laverni.

Uruguai começou bem melhor que o Brasil, se aproximando na grande área e contagiando á torcida que começava acreditar em uma outra vitória perante o vizinho e grandão mundial.

Onze minutos do primeiro tempo, a bola escorrega para o Daniel Alves que sobe pela faixa direita do campo brasileiro, e ainda longe da grande área uruguaia, chuta forte tentando fazer os primeiro testes de potência do jogo. Enfarte no Estádio Centenario. A bola quicou na borda da área pequena e mesmo com o gramado esteja estragado e apenas esverdeado, deixou o Viera sem possibilidade de reagir. (Nada á ver com o gramado!!!).Foi erro e até burrice. A torcida do Brasil grita burro para o Dunga...então?

O esquema de trabalho do treinador uruguaio, planejado no decorrer da semana derrubou aos poucos.

Os uruguaios sabemos qual é o estilo de jogo que incomoda aos brasileiros quase como ninguém no mundo, seja qual for o esporte.

Se for basquete, agüentar a bola até o sinal dos 24 segundos e chutar; quicar e quicar uma e mil vezes até ter uma oportunidade de furar a rede que pendura daquela argola horizontal.

Marcar como se formos cachorros de caça detrás do coelho, respirar nas costas deles e na hora de darem aquela virada iniciando o ataque...surpresa...eis aí os uruguaios com marca espelho, se for possível um cara feio, lotado de espinhos, com jeito «Scare Face» e voz rouca.

No caso do futebol, receita semelhante quanto á marca e ao tratamento da bola. Brasil precisa posse o jogo todo, largura e comprimento do campo ao inteiro dispor para mostrar esse futebol fluente e bonito que foi logomarca da CBD e da CBF nos primeiros anos até que o Dunga fez pouso no gramado vestindo a camisa oito de capitão.

Foi o próprio atual treinador da seleção brasileira, talvez pela vizinhança gaúcha com os uruguaios que adotou aquele estilo quase charrua misturando-o com a classe dos jogadores brasileiros, essa que é difícil encontrar no Uruguai para conquistar títulos, canecos e brigas com esse jornalismo brasileiro que ainda anseia aquele futebol maravilhoso de 1970 e até 1982.

Quanto tem a ver com estratégia, existe alguma reclamação á fazer para o Dunga? Com certeza que não pois ele atinge os seus alvos, sem aquele futebol bonitão do Telé que adoraram até os rivais brasileiros em campo, mas consegue tudo quanto tem imaginado na prévia.

Mais uma vez, o Tabarez, chefão dos uruguaios, tinha planejado tudo para incomodar o estilo de jogo do Brasil mas nesta oportunidade não sabia que o tamanho do peixe fosse mais pequeno que o buraco da rede. O guardião uruguaio, Sebastián Viera, faz muito tempo reserva no Villarreal da Espanha, teve tempo demais de receber aquele chute do Daniel Alves, curvou-se apenas tentando encaçapar a bola contra o umbigo e acabou dando uma de toureiro, deixando a bola passar sem lhe dar aquela espetada mortal. O jazigo uruguaio começava abrir á porta para receber mais três defuntos no decorrer de uma hora e meia. Nada á ver com Gripe A H1 N1, que sabe foi Febre Verde-Amarela que provocou o calafrio até dos degraus do mítico Estádio Centenario.

Tendo alcançado os 28´47” as torres de iluminação do Estádio Centenario iam se ligando muito devagar até que cinco minutos depois o «luar» tinha espraiado acima do gramado..

Poucos minutos depois, o Juan deu uma cabeçada na área pequena uruguaia mas o goleiro Viera concretizou uma defesa incrível rebotando a bola com as duas mãos rumo ao centro área. Um zagueiro uruguaio enviou a bola mais uma vez para o atacante Elano que ia xerocar o lance anterior da faixa direita do ataque verde amarelo mas desta vez o Juan chegou antes que á mão direita do Viera desse um soco na bola. Duas oportunidades para o gigante camisa quatro do Brasil é muito, não é? Uruguai 0 x Brasil 2.

A segunda metade deu início com o artilheiro «Maluco» Abreu pulando em campo deixando a metade do gramado sem o «Russo» Pérez que tinha sido fundamental. O assunto era perfurar a rede brasileira uma vez para provocar os nervos do PENTA e a tranqüilidade dos uruguaios para continuar na procura do empate e logo da vitória.

Poderia ser suicídio pois trata se do Brasil, um dos melhores futebóis do mundo, talvez o melhor. E acabou sendo suicídio pois aquela primeira furada uruguaia nunca chegou.

Júlio César incrível a cada oportunidade que a bola visitou-, curtes também incríveis das camisas amarelas que andaram pela grande área do Brasil, jogadores uruguaios pifando a bola nas redondezas do Júlio César e até na hora que chutaram enxuto, uma perna ou a aragem brasileira vinda do sertão impediu o ingresso na cidadela.

O cardápio foi preparado pelos brasileiros que também sabem como jogar com o desespero nem só dos uruguaios senão dos rivais, seja qual for a camisa que estiver na frente, bem mais com vantagem.

Ter vantagem no painel é sempre bom mas vai depender do time que estiver na frente para saber se por acaso essa diferença poderia se esticar ou caso contrário ser absorvida pelo rival.

Brasil sabe muito bem como esticar as diferenças. Foram muito poucos os jogos que os rivais deram uma virada. Uruguai 3 x 3 (0 x 2) nas Classificatórias Alemanha 2006 no Brasil é uma das exceções, ainda se lembra? Brasil teve, tem e vai ter grandes craques, isso faz que com espaço livre em campo, seja mortal, como aconteceu sábado retrasado.

Uma excursão do Kaká pela faixa esquerda, acabou abrindo a bola para a faixa central, daí para a direita e o chute tangencial do Luis Fabiano confirmou a terceira facada no coração uruguaio.

No eixo da meia hora do segundo tempo, o zagueiro Godin, pula muito alto, cai acima do Kaká dentro da grande área e o craque agora «creme» aceita o presente cobrando e comemorando o pênalti. Noitada inesquecível para uruguaios e brasileiros!!

Intitular JUSTIÇA ou INJUSTIÇA no resultado poderia ser INJUSTO seja qual for a escolha. O que é verdade que a diferença foi injusta e o tendo feito o balanço, o resultado justo. Mas é apenas um sentimento que os uruguaios compartilham e sofrem, os brasileiros até poderiam mas gozam e tanto até concordando.

Na hora de voltar para casa, este correspondente,começar andar pelo gramado do Parque Batlle, quase do lado da Pista de Atletismo, um Parque Ibirapuera da vida, e uma bunda perfeita sem calças nem calcinha ou cueca vestindo a. Esfreguei os meus olhos e continuei andando rumo á Avenida Ricaldoni.

Dois metros de distância desse bum bum e não dava para acreditar mesmo...essa bunda pertencia a uma loira novinha e um cara embaixo deitado como se estiver pegando bronze na praia. O resto você imagina...tarde noite inesquecível para este correspondente, percebeu?

É extremamente justo salientar que Sebastián Viera até o jogo perante o Brasil, não tinha recebido gols nos dois jogos prévios rumo á África do Sul 2010 e fora isso, foi grande destaque naquele empate 1 x 1 também perante a verde-amarela tentando conquistar vaga para Alemanha 2006. Nessa oportunidade, o árbitro cordobês argentino, o mais famoso de todos os internacionais desse país, acabou ficando cego na hora que impedido, o Gilberto Silva empatava o jogo, com chute forte e semelhante ao do terceiro gol do Luis Fabiano «hoje».

Após esse chute enxuto do Luis Fabiano, a imprensa uruguaia começava dar «risada» á cada oportunidade que os ataques uruguaios aproximavam-se na área pequena brasileira sempre de mãos dadas com comentários em anexo: Puxa vida, hoje á bola não vai entrar no gol brasileiro. Apareceram logo as piadas. Alguns falaram assim: «Há uma muralha de tijolos invisíveis», «talvez um campo magnético». Quem sabe quais foram ás razões para que as bolas que saíram das chuteiras celestes não ultrapassaram a linha de fundo embaixo do travessão.

Mais um comentário de um torcedor uruguaio saindo do Estádio assim que o Brasil concretizou o quarto gol: «Se por acaso um chute uruguaio enfiasse rumo ao gol do Brasil sem goleiro nem zagueiros, pode ter certeza que a bola fica furada antes de entrar».

Segurada pelas mãos da torcida uruguaia, uma grande bandeira celeste foi descendo pela Arquibancada Olímpica (na frente da camarinha central da emissão da tevê) assim que os alto falantes iniciaram o hino nacional uruguaio com um texto que mostrava-se assim: 1950-2014.

O Dunga e o treinador adito Jorginho atingiram duas das poltronas da Sala de Conferências junto com o Coordenador de Imprensa Rodrigo Paiva, que ficou em pé do lado ouvindo as perguntas do jornalismo e as respostas do chefão bravo.

A primeira pergunta foi á seguinte

JORNALISTA: Você acha que a vitória do Brasil foi justa?

DUNGA: Foi sim. Brasil foi o único que jogou futebol em campo sem dar batida nenhuma. No futebol, temos dois gols, uma bola, onze jogadores de cada lado e temos que furar a rede rival. Brasil conseguiu quatro vezes.

O PRAVDA encerrou a rodada de imprensa do treinador uruguaio, Oscar Washington Tabarez perguntando se ele poderia ajudar com a montagem no cabeçalho da notícia deste jogo no jornal.

PRAVDA: Maestro, posso intitular a matéria deste jogo como: INJUSTO E INESQUECÍVEL?

MAESTRO: Me diga, o que é justiça neste negócio do futebol? Logo continuo acrescentando mais alguns comentários como que na hora que alguém passou as estadísticas do primeiro tempo no vestiário no entretempo, não dava para acreditar.

Quase, quase, quase...isso é o que acontece com a seleção uruguaia. Precisa furar a rede rival para gritar mais alto, caso contrário são apenas gritaria de raiva por ter pifado perto da cidadela rival...Nessa estadística, pode ter certeza que Uruguai fica na frente sem concorrentes de perto.

Gustavo Espiñeira

Correspondente PRAVDA.ru

Montevidéu – Uruguai

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