O ex-jogador de futebol francês Zinedine Zidane chegou nesta segunda-feira à Argélia para inspecionar obras filantrópicas no país de seus antepassados, onde é visto como um símbolo de sucesso. "Zizou" sorriu, mas não falou nada ao chegar no saguão do aeroporto, onde os seguranças sofriam para conter a multidão de 150 fotógrafos, cinegrafistas e repórteres que se empurravam, gritavam e xingavam.
Testemunhas disseram que Zidane e seus pais foram recebidos pelos ministros Yahia Guiddoum (Esportes e Juventude) e Djamal Ould Abbes (Emprego e Solidariedade Nacional).
Ele foi levado numa Mercedes preta para a localidade de Sidi Daoud, 80 quilômetros a leste de Argel, onde financia um projeto de auxílio numa área atingida por um terremoto em 2003. "A chegada de Zidane é um evento, e alimenta a paixão da Argélia (por ele)".
A segurança para a visita dele, que vai até sexta-feira, será especialmente rígida por causa do atentado de domingo contra um ônibus de uma multinacional do petróleo, na periferia de Argel, que matou um argelino e feriu nove estrangeiros. Foi o primeiro ataque contra estrangeiros no país em vários anos. Zidane, ex-capitão da seleção francesa, vai inaugurar um projeto de doação de equipamentos médicos, financiado com a arrecadação de um jogo beneficente realizado na França.
O terremoto de 2003 na região de Boumerdes, no norte da Argélia, matou 2.300 pessoas, feriu mais de 10 mil e deixou pelo menos 100 mil desabrigados.
Zidane, considerado por muitos o melhor jogador da sua geração, aposentou-se dos gramados na final da Copa da Alemanha, em que foi expulso na prorrogação após dar uma cabeçada no zagueiro italiano Marco Materazzi. A Itália ganhou a Copa nos pênaltis.
O presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, descreveu Zidane na época como "um semi-deus da Copa" e o melhor jogador do mundo. Os pais de Zidane se mudaram em 1962 da Argélia para Marselha, no sul da França, onde o jogador foi criado. Ele raramente visitou a Argélia, um país de 33 milhões de habitantes que lentamente se recupera dos 14 anos de violência ligada a movimentos islâmicos, que custou até 200 mil vidas.
Zidane, no entanto, é considerado um símbolo de esperança num país onde o desemprego entre pessoas com menos de 30 anos é estimado em cerca de 70%.
Segundo "Reuters"
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