A Voz da Oposição

Virgílio disse que o tucano do Mato Grosso prestou importante serviço à nação ao encaminhar para o Ministério Público a gravação em que Waldomiro Diniz negocia com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

CIDADÃO COMUM - "Estou alertando para a segurança e a vida de um senador. A partir de hoje, responsabilizo o governo por qualquer problema que venha ocorrer na integridade física do senador Antero e de sua família", enfatizou Virgílio. Antero se mostrou surpreso com essa atitude do governo Lula, já que o próprio presidente foi vigiado pelos órgãos de segurança da ditadura. "Não esperava esse retrocesso, ainda mais do governo do PT, que teve seus militantes perseguidos. Se desrespeitam um senador, o que não farão com um cidadão comum?", questionou.

"Estão ameaçando vasculhar a vida do senador Antero como tentativa de intimidação. Falo em nome dele e do PSDB: investiguem à vontade porque queremos passar o Brasil a limpo. Quem não agüentar uma investigação, não merece permanecer na vida pública", afirmou Virgílio. O líder disse que o senador Antero está à disposição para qualquer investigação, "mas deseja que ela seja feita às claras". "Ele não quer ser seguido de noite, não quer intranqüilidade para sua família", destacou.

Senador estranha ação da Polícia Federal no caso Waldomiro

O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) disse que está preocupado com a atuação da Polícia Federal na investigação do caso Waldomiro Diniz. O tucano afirmou não duvidar da competência da PF, mas estranhou o fato de o mandado de busca e apreensão no apartamento do Waldomiro ter sido cumprido apenas três horas antes de expirar o prazo.

DEMORA - "Em conversa com o senador Romeu Tuma (PFL-SP), ele me disse que a tradição da Polícia Federal é cumprir qualquer mandado imediatamente para evitar a fuga ou o desaparecimento de provas", declarou. O senador também estranhou que o delegado César Nunes - encarregado do caso pelo ministro da Justiça - tenha declarado que não irá pedir a prisão preventiva de Waldomiro, sem ao menos ter iniciado a investigação. "Pode até não pedir, mas ele é réu confesso. Isso é inédito", declarou.

"Espero justiça do ministro Márcio Thomaz Bastos. Fico preocupado pelo fato de o governo querer investigar minha vida porque denunciei bandidos. O Brasil quer saber qual a capilaridade de Waldomiro, onde ele deixou as digitais."

Antero reiterou que depois do Carnaval apresentará à Mesa o pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito do caso Waldomiro, pois já conseguiu as assinaturas necessárias.

Redecker revela conexão interestadual do caso Waldomiro

O deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) revelou, da tribuna da Câmara, a existência de conexões interestaduais do esquema de corrupção revelado pela revista Época. "Há anos, vários indícios apontam para uma relação incestuosa entre os governos petistas e a jogatina. Foi assim no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro e no Distrito Federal. O irmão do Carlinhos Cachoeira ganhou, como único concorrente, a possibilidade de gerir a Loteria Estadual do Rio Grande do Sul quando o governador era Olívio Dutra (PT-RS)", destacou.

PASTA DE DENTE - O tucano voltou a cobrar o afastamento de Dirceu do Palácio do Planalto, defendendo a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de funcionários da Casa Civil. Redecker também contestou as declarações do membros do governo de que não há provas do que chamou de "laços carnais" entre Dirceu e seu ex-assessor. "Foram 12 anos de convivência. Dividiram a pasta de dente no apartamento em que moravam juntos e conheciam a marca da toalha um do outro. Não venham agora me dizer que não há implicação com José Dirceu", concluiu.

Foto é retirada do ar

Foi retirada ontem do ar a foto no site de José Dirceu (www.josedirceu.org.br) que retratava uma reunião do chefe da Casa Civil com Waldomiro Diniz e deputados do PT. Até anteontem, a ilustração aparecia com destaque na página. No entanto, a providência petista não apaga de forma alguma a relação estreita entre Waldomiro e Dirceu.

PT é imoral com os idosos

O deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP) protestou ontem, durante sessão solene em homenagem aos aposentados, contra o tratamento do governo com os idosos. "Assistimos a discursos de alguns deputados que não têm compromisso com o povo. Hoje, no governo, há uma prática totalmente descompromissada com o dito no passado. Temos um governo envergonhado, arranjando desculpa para garantir a ratificação dos senadores daquilo que foi um estupro neste plenário: a aprovação da reforma previdenciária." Para ele, a atitude do governo é imoral com quem construiu o Brasil. "O PT insiste em fazer malvadezas com os velhinhos".

A intolerância ameaça o Peti

O Brasil está reagindo para impedir que o trabalho de quase uma década seja desmantelado por incapacidade de gestão e divergências políticas miúdas. Desde o início de meu mandato no Senado Federal, tenho alertado para a avaliação equivocada que o governo Lula faz do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Sobrou má-vontade para estabelecer novos parâmetros, ampliar o número de bolsas e manter em dia os repasses às prefeituras.

Muito me orgulho dos nove anos em defesa do Peti, cuja formulação e implantação acompanhei desde o início, como Secretária de Assistência Social. Foi um trabalho árduo, de paixão e total comprometimento de uma equipe competente e dedicada. Conseguimos vencer as restrições da área econômica. Enfrentamos resistências políticas e culturais. Percorremos o país para envolver prefeitos e a sociedade e conseguimos conquistar apoio de empresários, das centrais sindicais e da mídia.

Em 1996, na primeira experiência nas carvoarias do Mato Grosso do Sul, concedemos a Bolsa-Criança Cidadã. Mas constatamos que as crianças voltavam ao trabalho no horário livre. Estabelecemos então um repasse de recursos para que os municípios pudessem proporcionar uma jornada ampliada com reforço escolar e atividades de esporte, lazer e cultura. E também oferecemos requalificação profissional aos pais e mães.

A jornada ampliada, com oferta de atividades extracurriculares é o que combate efetivamente o trabalho infantil e eleva o nível educacional, a um custo muito baixo. Nisso o Peti se distingue do Bolsa-Escola e do Bolsa-Família que apenas transferem renda. O objetivo é recuperar a auto-estima da família e valorizar a educação. Escola em tempo integral, com diversidade de atividades físicas, culturais e de lazer é receita adotada por todos os países que apostaram na educação com foco no desenvolvimento. Combater o trabalho infantil é um compromisso assumido pelo Brasil desde 1999, quando aprovamos no Congresso Nacional as convenções e recomendações da Organização Internacional do Trabalho, que definem a idade mínima para trabalhar, proíbem formas degradantes do trabalho infantil e propõem ações para a sua eliminação. Levamos a Oslo, na Noruega, a proposta brasileira aos países que integram a OIT e recebemos aplausos pela formulação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.

Na prática a população reconhece a importância do programa e pressiona os prefeitos para ampliar o número de bolsas. Mas no ano passado, o Peti atendeu apenas 866 mil crianças, com o mesmo número de bolsas de 2002, desconsiderando o crescimento populacional e o aumento do desemprego. Enquanto a queda de renda levou muitas famílias a colocar os filhos no mercado de trabalho, não houve reajuste das bolsas que continuaram no valor de R$ 25 na zona rural e R$ 40 nas cidades.

O Peti ficou de fora da unificação dos programas sociais no Bolsa-Família, medida acertada pelas especificidades do programa, que exige contrapartidas municipais. Por isso mesmo, alguns prefeitos preferem a Bolsa-Escola, já que não implica em obrigações ou fiscalização. Administrado por um ministério durante meses na mira da reforma, o Peti ficou "esquecido" durante o ano. Por inexperiência ou aparelhamento da administração pública, o governo sistematicamente atrasou o repasse de recursos às prefeituras, como alertei por seis vezes no Plenário do Senado. Voltei a denunciar em janeiro que o Peti sofreria cortes orçamentários de 82% no Plano Plurianual de 2004/2007, sem imaginar que um contingenciamento estava a caminho.

Ainda que o PT tenha outras idéias para erradicar o trabalho infantil, o Peti se coloca acima dos partidos, com uma história consolidada de mobilização de centenas de organizações não governamentais, inclusive religiosas. E tem o aval do Ministério Público, do Tribunal de Contas da União, da Organização Internacional do Trabalho e do Fundo das Nações Unidas para a Infância. Mesmo que o governo recue nos cortes previstos, a desmobilização o resultado do abandono do Peti é previsível: a volta das crianças às carvoarias, lixões e pedreiras, entidades enfraquecidas e esfacelamento das atividades de combate ao trabalho infantil. É lamentável o desperdício de tempo e de recursos públicos até azeitar de novo a burocracia,

A grande esperança de que manter as crianças na escola fosse uma prioridade para o PT fica frustrada diante do descaso com um instrumento eficaz à luta contra a exploração da mão-de-obra infantil.

Senadora Lúcia Vânia PSDB-GO - Artigo publicado no Correio Braziliense em 14/02.

Sonoras

"Querer fazer uma CPI ampla mostra a intenção de não fazer nenhuma CPI. É uma tentativa de confundir os assuntos, o que só interessa a quem não deseja apurar nada."

Senador Antero Paes de Barros (MT)

"A estratégia do governo é atropelar uma CPI que mete medo. Eles temem que nós descubramos as arrecadações depois daquela gravação entre Waldomiro e o bicheiro. Mas sabemos que o ex-assessor de Dirceu era o líder de toda a ação governamental que envolve o jogo do bicho no país."

Senador Alvaro Dias (PR)

"Sou favorável à abertura de uma CPI para verificar o que aconteceu no 4º andar do Palácio do Planalto. Espero que o PT, que sempre apoiou a instalação de CPIs no Congresso, assine mais esta também." Deputado Lobbe Neto (SP) Fogo Amigo

"Prudência demais é covardia ou falta de bom senso, e prudência de menos é temeridade. Tem havido exagero na condução da política econômica do governo Lula. O superávit primário de 4,25% é uma tranca no investimento público." Senador Saturnino Braga (PT-RJ), relator do Plano Plurianual (PPA), substituído da relatoria por força do rolo compressor do próprio partido. O parlamentar defendia a redução gradual do superávit primário nos próximos anos, mas foi vencido pelo neopetismo, que prega o arrocho do setor público e a ultraortodoxia econômica. Eu sei o que vocês prometeram na eleição passada

"Chega de só encher os cofres dos bancos." Luiz Inácio Lula da Silva, em 17 de agosto de 2002, proclamando o fim dos lucros excessivos dos bancos. No entanto, a prática neopetista novamente venceu o discurso de campanha. Em 2003, os bancos lucraram R$ 14 bilhões - 8% a mais que no último ano do governo Fernando Henrique -, impulsionados pelos juros estratosféricos praticados pelo Planalto. O Itaú fechou o primeiro ano da gestão petista com o maior lucro da história dos bancos no país- 32,6% a mais que em 2002 - e foi seguido pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica, Bradesco e Unibanco, que também bateram recordes de lucratividade. Números

45 horas Foi o tempo que os agentes da Polícia Federal demoraram para cumprir o mandato de busca no apartamento de Waldomiro Diniz e apreender computadores, documentos e disquetes. A ordem foi expedida no sábado pela 16ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Os policiais alegam que estavam em esquema de plantão durante o fim de semana e não tinham pessoal suficiente para realizar a operação. 1 hora É, em média, quanto tempo se leva para limpar o conteúdo do disco rígido de um computador. 500 metros É a distância entre o apartamento de Waldomiro e o prédio da Polícia Federal em Brasília. 25,92% Foi o aumento da arrecadação com a Contribuição Social sobre Lucro Líquido em um ano. A CSLL teve a base de cálculo aumentada de 12% para 32% em 2003, sob protestos da oposição e do setor empresarial, que denunciaram a elevação da carga tributária embutida na medida. O governo negou. Os R$ 471 milhões a mais que dormem nos cofres do Tesouro desmentem a equipe econômica petista.

PSDB

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