Lula em Buenos Aires: “O futuro da América Latina depende de Brasil e Argentina”

O Presidente-eleito do Brasil chegou a Buenos Aires no Domingo, na sua primeira viagem para o estrangeiro depois da vitória nas eleições de Outubro. Durante o encontro na segunda-feira com Eduardo Duhalde, Presidente de Argentina, na residência oficial de Olivos, Luiz Inácio Lula da Silva insistiu no seu objectivo de fortalecer o MERCOSUL para garantir uma melhor integração da América Latina. Também exprimiu a sua total solidariedade com Argentina, que descreveu como “um vizinho extraordinário e país-irmão”.

“A nossa primeira visita tem de ser compreendida como a vontade do futuro governo do Brasil de reconstruir o MERCOSUL”, disse o líder da PT à imprensa. Criticou os planos económicos implementados em ambos países durante a década dos anos noventa e afirmou o seu empenho para que a pobreza no Brasil acabe.

Depois da reunião com Eduardo Duhalde, Lula apressou para a Câmara Municipal de Buenos Aires, onde o seu amigo, o Major Aníbal Ibarra, o recebeu como “Cidadão Distinguido” da cidade de Buenos Aires. O Palácio estava repleto de políticos, jornalistas argentinos e estrangeiros e outras personalidades, prova da popularidade do Lula na Argentina e especialmente entre os simpatizantes da área política do centro-esquerda.

Após uma curta reunião, Lula e Ibarra foram à Sala de Ouro para a cerimónia. Lula abordou outra vez o tema de MERCOSUL e insistiu em abrir o bloco para que outros países, como Chile, Bolívia e “toda a América do Sul” pudessem entrar. O futuro chefe de estado do Brasil quer liderar um sindicato regional para contra-atacar os planos dos EUA no continente.

Durante a cerimónia, o líder do Partido Socialista de Argentina, Alfredo Bravo, declarou a Pravda.Ru a sua satisfação para que Lula estivesse presente, porque o seu partido “trabalha com Lula desde 1977, quando encontrámos com ele pela primeira vez em Geneva para reclamarmos contra os assassínios durante as ditaduras das Juntas militares”. Bravo concorda com a ideia de Lula duma América Latina unida. “A integração não se realizará através das acções dum único homem ou mulher, é um dever de todos os povos da região. Eles compreenderão o que significa a unidade para a América Latina”.

Por sua vez, o porta-voz de Lula, Andre Singer, confirmou que o Lula não iria apoiar qualquer candidato nas eleições argentinos, programados para o próximo ano. Contudo, os contactos do PT com líderes sociais como o sindicalista Victor de Gennaro e o candidato de centro-esquerda, Elisa Carrio, são bem conhecidos.

Mais tarde. Lula encontrou-se com os congressistas, num encontro em que foi levantada a ideia dum Parlamento de MERCOSUL, seguindo o exemplo da Europa. No final da tarde, Lula foi convidado para um cocktail na Embaixada do Brasil, onde passou a noite antes de viajar para Chile na manhã de terça-feira.

Hernán Etchaleco, PRAVDA.Ru ARGENTINA

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