A noite chuvosa e mais fria do ano, em Porto Alegre, não impediu que cerca de 120 militantes do P-SOL se reunissem para debater a crise política e mobilizar o partido para enfrentar os desafios que se colocam na conjuntura. A plenária de mobilização do P-SOL também foi o momento de recepcionar os militantes da cidade de Viamão, região metropolitana de Porto Alegre. No sábado anterior, a corrente Alternativa Socialista - da qual é integrante o vereador Geraldinho - havia realizado uma plenária com quase cem participantes que deliberou pela saída do PT e entrada no P-SOL. Além deles, outro grupo de Viamão no qual se destaca o suplente de vereador e ex integrante da direção estadual da DS, companheiro Guto, também se incorporaram no partido.
O debate político foi muito rico. O presidente estadual do P-SOL e integrante da executiva nacional, Roberto Robaina, destacou em seu informe sobre a necessidade do partido debater a saída para crise política do país. A necessidade do P-SOL defender eleições gerais com mudança das regras sem o que a política continuará dominada pelos mesmos partidos e financiada pelos mesmos interesses. O fim do financiamento privado de campanha eleitoral, do sigilo bancário e fiscal dos políticos e empresários que relacionam-se com o poder público, a possibilidade de candidaturas independentes dos partidos, representativas dos sindicatos, associações e movimentos sociais. A inserção de mecanismos de participação popular mais efetivos, como plebiscitos e referendos que impeçam a continuidade do estelionato eleitoral que se repete a cada eleição, com os candidatos prometendo maravilhas e depois virando as costas para o povo. Nesta perspectiva, o debate político deve seguir e o partido vai trabalhar com tudo para construir a mobilização social que impeça a CPI de terminar em pizza. Em Porto alegre estamos engajados na preparação de um ato no dia 27 de julho, junto com o Sindsprev Sindicato de Servidores Públicos, que está em greve há mais de 40 dias. Um ato nacional acontecerá no dia 28, na cidade do Rio de Janeiro, junto com o PDT, PCB, PSTU e vários sindicatos.
Nossa responsabilidade neste momento é enorme. A direita se refestela com a falência moral do PT. Na sessão da CPI que interrogou Delúbio Soares iniciei minha intervenção dizendo não saber o que causava mais tristeza: o tesoureiro do PT negar-se a falar sobre seu patrimônio pessoal ou ouvir ACM Neto, do PFL, dizer que o PT inventou a corrupção. O governo e o PT montaram um palanque para a direita e cabe a nós mostrar que existe uma alternativa de esquerda. A tarefa não é fácil, mas tudo indica que o espaço é enorme e que outras rupturas no PT e em outros partidos ditos de esquerda ainda ocorrerão.
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