Cabo Verde: O orgulho de ser africano

Alguns políticos em Portugal bem intencionados têm andado a falar na adesão de Cabo verde à União Europeia, como uma espécie de palmadinha nas costas por não sermos tão pobres como outros países africanos e por termos atingido o estatuto de “País de Desenvolvimento Médio.

Mário Soares e Adriano Moreira tinham até sugerido que Cabo verde poderia ser um candidato à cobiçada EU. Mas como? Será Senegal candidato também? Está bem mais perto da Europa que nós. E Síria? E Argélia?

Como disse o Secretário de Estado do MNE português na segunda feira num artigo no JN: . "No artigo 1 do Tratado, é dito que qualquer país europeu que respeite os critérios de Copenhaga pode ser candidato. Não creio que Cabo Verde seja europeu."

E muito bem. Acaba-se este sonho duma vez para sempre. Cabo Verde é africano, temos laços africanos com outros países africanos e deveríamos estar mais empenhados em apoiar e trabalhar na União Africana, sob a Nova Parceria para o Desenvolvimento Africano do que nutrirmos quaisquer aspirações para sermos o bobo da festa na União Europeia, onde os nossos poucos recursos iriam ser roubados e saqueados, onde iríamos ver barcos de pesca espanhóis nas nossas águas, onde iríamos ver a pouca agricultura que temos colonizado por franceses e italianos e onde iríamos ver cada vez mais na nossa costa intransitável a nacionais por terem construído hotéis com tudo incluído onde cabo-verdianos não podem ir.

Não quer dizer que deveríamos ter relações más com os portugueses e os europeus – devemos dar as boas-vindas a eles quando eles nos vêm visitar – mas devemos ter o orgulho de sermos africanos e esquecer essas ideias quixoteanas.

Pertencemos à União Africana, não à União Europeia – é essa nosso espaço, embora devemos dizer muito obrigado a Mário Soares e Adriano Moreira pelas suas boas intenções.

John LOPES PRAVDA.Ru PRAIA CABO VERDE

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