Quando a União Europeia trabalha contra a África

A União Europeia permite produtores de açúcar que são membros do ACP (Grupo de Nações da África, Caribe e Pacífico) a exportar uma quota da sua produção para a Europa a um preço garantido muito acima do preço do mercado mundial.

É uma maneira de contrabalançar o sistema de subsídios e tarifas levantados contra outros produtos agrícolas. Agora, porém, a U.E. está a programar uma reforma.

Sob o novo sistema, a U.E. reduz subsídios aos produtores europeus de açúcar e põe fim ao sistema das quotas mas também termina o acordo do preço preferencial. Basicamente isso vai fechar a porta outra vez aos produtores africanos, do Caribe a países no Pacífico.

Entre o grupo de países afectados está Moçambique, cuja indústria de açúcar se opõe às alterações no regime europeu de açúcar.

A companhia de Maragra, em Manhica, investiu 70 milhões de USD em melhorar as plantações de açúcar e a fábrica desde 1999. As novas medidas sugeridas pela U.E. vão afectar seriamente esta firma, de acordo com as declarações de Tony Currie, gerente.

Em causa está a vida profissional de 2.000 trabalhadores fixos e mais 4.000 sazonais. Seis mil pessoas em Moçambique. Um documento para a União Europeia.

Bento MOREIRA PRAVDA.Ru MAPUTO MOÇAMBIQUE

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