Sobre o Fórum Social Mundial e a agenda do P-SOL

Como todos sabem, desta vez acontece em um novo contexto. Será o primeiro fórum Social mundial com o P-sol vivo, quando o governo do PT e de Lula completa dois anos, dois anos fundamentais no processo de experiência e de ruptura de setores do movimento de massas com este partido. Milhares de pessoas que estarão no fórum já se decepcionaram com o PT, cujo governo social liberal já deixou marcas inquestionáveis, sendo que muitos destes milhares de participantes serão simpáticos ao P-sol ou pelo menos esperam conhecer melhor nosso partido.

A nova localização do PT, o caráter social liberal de seu governo, implica em mudanças no próprio fórum porque é evidente que o interesse do PT pelo sucesso dos fóruns sociais já não existe mais nem tampouco de outras organizações que foram animadoras de edições anteriores, como é caso da CUT. Soma-se a isso o fato de que o FSM acontece também depois da derrota do PT nas eleições para a prefeitura de Porto Alegre, prefeitura que se fez famosa pelo orçamento participativo e que investiu política e financeiramente nos FSM.

Este FSM aparece então com o PT tendo interesse em sacar-lhe qualquer conteúdo de contestação e com Associação Brasileira de ONG (ABONG) com mais peso, pressionando pela despolitização do perfil do FSM, tentando diluir suas potencialidades de intervenção combativa e construtora de alternativas ao neoliberalismo. Este cenário joga dúvida sobre a dinâmica futura do FSM, que até agora tem cumprindo um papel progressivo como evento que faz parte do movimento antiglobalização. Para dar um exemplo, é evidente que este FSM deveria contar como presença fundamental -para poder ser um evento mais efetivo da luta global contra o imperialismo - da resistência Palestina e mesmo a do Iraque, o que infelizmente não vai ocorrer.

Deputada Luciana GENRO

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