O novo avião é um Airbus ACJ-319, batizado oficialmente de Santos Dumont, adquirido por US$ 56,7 milhões, depois de um rigoroso processo de seleção, do qual participaram duas empresas - a Airbus e a Boeing. A Embraer, convidada a participar do processo, declinou do convite por não possuir condições de fabricar, no curto prazo, uma aeronave com as características técnicas exigidas pela Aeronáutica. A Airbus venceu o processo de seleção porque sua proposta foi a que apresentou o melhor preço e atendia plenamente as especificações técnicas solicitadas.
O contrato assinado com a Airbus Corporate contempla, além da aeronave, peças de reposição, equipamentos de apoio no solo, publicações técnicas, treinamento operacional e de manutenção e assistência técnica.
O ACJ-319 tem capacidade para vôos de longa distância sem necessidade de pousos para reabastecimento, com autonomia de vôo de 8,4 mil km, e pode pousar em pistas curtas de até 1.500 m. A aeronave opera numa velocidade máxima de 650 km/h, numa altitude máxima de 13.530 m, e seu consumo médio é de 2,5 mil kg/h, bem inferior aos 6,8 mil kg/h do antigo Boeing 707. Além disso, o seu custo de manutenção ao longo de sua vida útil - estimada em 30 anos - será cerca de 50% inferior à do Boeing 707.
O ACJ-319 apresenta menor consumo de combustível, baixo custo de operação e de manutenção, possui sistemas mais eficientes e confiáveis de navegação e de comunicação, baixos níveis de ruído (o que permitirá sua operação sem restrição em todos os países) e atende às novas legislações da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) sobre separação de tráfegos em aerovias, que exigem tecnologia de última geração.
O custo da hora de vôo do ACJ-319 é de US$ 2,1 mil, 71% a menos do que o do Boeing 707, que era de US$ 7,3 mil. Com a estimativa de voar uma média de mil horas por ano, o ACJ-319 gerará uma economia de US$ 5.200 anuais. Isso significa que em 11 anos terá economizado US$ 57,2 milhões, o que supera o seu preço de aquisição. Ou seja, a aeronave se paga em 11 anos de uso.
O ACJ-319, na sua configuração atual, tem capacidade para transportar até 55 passageiros. Sua cabine de comando tem capacidade para dois tripulantes e dois observadores, e é dotada de equipamentos digitais que incorporam os mais modernos sistemas de navegação, comunicação e controle de vôo.
A cabine presidencial dispõe de uma sala de reuniões com oito lugares, uma área privativa para descanso, com cama de casal e um banheiro com chuveiro, sistemas de áudio e vídeo, e áreas destinadas à tripulação e aos passageiros, com banheiros e espaço para comissaria.
A aeronave possui, ainda, meios de comunicação seguros e eficientes, com sistema de transmissão de dados em modo criptografado e com proteção contra interferências eletromagnéticas, além de equipamentos de segurança.
Como a previsão da vida útil do ACJ-319 é de 30 anos e cada ano de uso representa 3% de sua vida útil, a nova aeronave atenderá às necessidades de transporte por mais 7 mandatos presidenciais. O presidente Lula, no atual mandato, utilizará apenas 6% da vida útil da aeronave.
O contrato prevê uma cláusula de contrapartida que obriga a Airbus Corporate a investir no Brasil, no mínimo, 100% do valor do avião. A empresa se comprometeu a investir 170% do valor pago pelo avião. O investimento começou com a instalação de uma empresa de componentes e peças de avião em São José dos Campos (SP), no ano passado, que deverá gerar 300 empregos, com investimento inicial de US$ 2,3 milhões. A contrapartida prevê ainda a transferência de conhecimento e tecnologia para o Centro Aeroespacial Brasileiro. O período máximo de investimentos será de seis anos, a contar de 2004.
Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República
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