O quê é que tem a União Europeia a dizer sobre o processo eleitoral em Moçambique, país que é um exemplo de boa governação e de democracia?
Ao que parece, muito. A União Europeia vem agora dizendo que a Comissão Nacional das Eleições não fez concessões perante as exigências da U.E. para mais transparência no registo de votantes nas próximas eleições legislativas.
A U.E. quer que seus observadores tenham acesso a todas as fases da contagem de votos, pelo que CNE disponibilizou uma janela no centro de T.I. que permite a observação de dados a distância.
Não chega, diz a União Europeia, que afirma que isso não muda nada, e que não permite o controlo dos dados, só permite que os observadores conseguem ver pessoas a introduzirem dados.
Porém, vamos examinar essa questão: por quê é que a União Europeia tem de controlar coisa alguma na África? Moçambique envia observadores para a França quando há uma eleição? Ou a Inglaterra? Alemanha? Espanha? Portugal?
O que interessa em Moçambique é que a comunidade internacional tenha a confiança nos sistemas operacionais e que não os trata com tamanha cepticismo.
O que interessa em Moçambique é que os efectivos da CNE sejam aprovados pelo FRELIMO e pelo RENAMO, isso sim, para garantir que não haja fraudes.
Quanto a estrangeiros, são bem-vindos a observarem, sim, mas a interferirem com os processos, não. Sabemos que somos moçambicanos e sabemos que na visão de alguns, não passamos duma cambada de pretos, uns selvagens, inúteis e incompetentes mas nós cá temos uma visão mais positiva e bem diferente da realidade. O moçambicano, e mais, o africano consegue fazer tudo o que faz o resto do mundo, de forma igual, senão melhor, se tiver os mesmos recursos e as mesmas oportunidades.
Estamos a criar um estado de direito baseado nas nossas necessidades. Agradecemos à comunidade internacional o grande apoio que tem dado, em especial a CPLP, a ONU e a Comunidade Britânica.
Mas deixem-nos realizar as eleições com as nossas instituições, com o nosso pessoal e com os nossos métodos. Não nos insultem por impor sistemas alheios e estranhas a este continente.
Prometemos não providenciar o fiasco que se viu na Florida há quatro anos.
Bento MOREIRA PRAVDA.Ru MAPUTO MOÇAMBIQUE
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