Unir índios, fazendeiros, agricultores, governos, comerciantes e sociedade em geral para discutir e implementar uma campanha em defesa das nascentes e matas ciliares do Rio Xingu. Esse é o desafio do Encontro Nascentes do Xingu, que acontece de 25 a 27 de outubro, em Canarana (MT).
O evento e a campanha estão sendo organizados por movimentos sociais, entidades civis, prefeituras e órgãos governamentais (confira abaixo). A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), foram convidados a participar do encontro.
Além de divulgar a situação das cabeceiras do Rio Xingu, cada segmento da sociedade poderá discutir seus problemas específicos e apresentar soluções alternativas durante o encontro. O evento pretende ainda formar uma rede de articulação de ações locais. São esperados cerca de 250 pessoas, entre elas, cem índios.
A idéia da mobilização partiu das lideranças do Parque Indígena do Xingu em vista da destruição das matas que protegem as nascentes do Rio Xingu.
A situação ameaça a capacidade produtiva e a qualidade de vida não só dos mais de 10 mil índios que habitam a região, mas também de cerca de 450 mil não-indígenas de 31 municípios do norte do Mato Grosso.
O Parque Indígena do Xingu é um dos maiores símbolos da diversidade cultural e biológica do Brasil. Criado em 1961, é uma das mais reconhecidas terras indígenas do País, abrigando 14 etnias e cerca de cinco mil pessoas. A criação do Parque resultou do trabalho dos mais importantes sertanistas brasileiros, entre eles os irmãos Villas Bôas.
Por causa dos desmatamentos e das queimadas, várias nascentes do Rio Xingu já secaram. Sem a vegetação, as chuvas têm provocado o assoreamento em vários cursos de água. Em conseqüência, cresce a perspectiva de uma grave crise hídrica na região. Os fazendeiros têm relatado o aumento da erosão e a redução de fertilidade das terras.
O assoreamento e a poluição estão provocando ainda a mortalidade dos peixes. Em longo prazo, alteração do clima e perda de biodiversidade também ameaçam a área.
A campanha pretende incentivar a ação dos vários setores envolvidos. Os produtores rurais terão papel fundamental na recuperação das matas. As prefeituras serão estimuladas a implantar programas de educação ambiental, formar viveiros de mudas e melhorar o saneamento básico das cidades.
Os índios estão dispostos a monitorar a qualidade da água dos rios e coletar sementes. Assentados da região são sensíveis à campanha, mas esperam apoio para reflorestar, entre outros exemplos.
Encontro Nascentes do Xingu
Data: 25 a 27 de outubro de 2004
Local: Canarana (MT)
Veja aqui a lista das entidades, movimentos e organizações que estão à frente do evento:
Instituto Socioambiental (ISA)
Fórum das ONGs e Movimentos Sociais do Mato Grosso (Formad)
Universidade Estadual do Mato Grosso (Unemat)
Associação Terra Indígena do Xingu (Atix)
Prefeitura Muncipal de Canarana (MT)
Câmara de Vereadores de Canarana (MT)
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Água Boa (STR)
ONG Ambientalista Roncador-Araguaia (Ongara)
Sindicato Rural de São José do Xingu
Veja a lista das entidades, movimentos e organizações que participam da campanha:
Agência Nacional de Águas
Associação dos Fazendeiros do Araguaia e Xingu
4ª e a 6ª Câmaras do Ministério Público Federal
Confederação Nacional da Agricultura (CNA)
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)
Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab)
Empresa Brasileira de Pesquisa (Embrapa)
Federação da Agricultura do Mato Grosso
Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema-MT)
Fundação Nacional do Índio (Funai)
Grupo de Trabalho Amazônico (GTA)
Ibama
Incra
Ministério do Desenvolvimento Agrário
Ministério do Meio Ambiente
Ministério Público Federal no Mato Grosso
Representantes do Mato Grosso no Congresso Nacional
Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá
WWF
Inês Zanchetta
ISA - Comunicação
[email protected]
Tel: (11) 3660-7949, ramal 7994; fax (11) 3660-7941
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