ORDEM NO LITORAL

Estamos tomando conhecimento, com indisfarçável satisfação, que algumas das teses que temos defendido no curso dos últimos anos, encontram na experiência e na autoridade do economista Ignacy Sachs, diretor e professor do Centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo, da Escola de Altos Estudos Sociais da França e, eventualmente, hoje participando como consultor do SEBRAE, uma agradável e oportuna similaridade, com variantes quase siamesas.

Quando no passado implantamos a filosofia estratégica que pretendia e, acabou iniciando, com coragem e visão, o processo de despolarização de Guarapari, buscávamos então encontrar um clima para a efetivação de um novo processo de planejamento para o nosso litoral partindo da imperiosa necessidade que tínhamos de preservar os saudáveis índices de radioatividade positiva da nossa Faixa Radioativa e, sobretudo, o vasto campo de expansão e afirmação que sempre desejamos para um turismo de escala, sério, competente, planejado e voltado para o futuro. Futuro este que hoje, passado tanto tempo, se afirma e consolida nas expectativas reais que se debruçam e se viabilizam no Espírito Santo, retratando uma moderna conceituação da Santíssima Trindade : petróleo, gás e aço.

Quando o economista afirma em ampla e bem sustentada entrevista concedida ao jornal A Gazeta, edição de 27 de junho último que “ é preciso ordenar o litoral capixaba com urgência, “ ele está também dentro dos conceitos que ultimamente, em série, de artigos para o Sistema de Comunicação do PRAVDA-RU e para vários jornais do Estado, temos defendido e chegamos a levar como sugestão ao Governador Paulo Hartung, visando a realização de um grande seminário, com prioridade, que seja capaz de reunir todos os segmentos públicos e privados, pelas suas mais expressivas lideranças, na busca de uma ordenação para o nosso litoral, como quer o economista Ignacy Sachs, em face do telúrico processo de desenvolvimento que está plantado, nos próximos quatro anos, num volume de investimentos que chega a 5 bilhões de dólares.

Ficamos mais tranqüilos quando as nossas preocupações e sugestões estão hoje ancoradas na experiência internacional do economista e professor Ignacy Sachs, que como consultor do SEBRAE afirma estar participando da elaboração de uma estratégia de desenvolvimento sustentada que ele identifica como “ Cinco P “.

Aqueles que conhecem os conceitos e a filosofia avançada dos projetos que comandamos – Plano de Desenvolvimento da Faixa Radioativa do E.Santo e Pólo Urbo-Agro-Industrial e Turístico da Cidade do Sol – vão encontrar nas suas prioridades e ações programadas uma preocupação com o desenvolvimento integrado, ambientalmente sustentável e economicamente viável. Nós estávamos seguros da necessidade de unir e aproveitar no litoral as potencialidades dispersas, criando um só produto. Hoje o nosso desenvolvimento integrado de ontem é chamado pelo economista Sachs, de desenvolvimento socialmente includente. O espírito é o mesmo. Os objetivos também.

Na sua entrevista o professor destaca que não faltará litoral para tantas e diversificadas atividades econômicas, pois em termos de Brasil e Espírito Santo será necessário, apenas, consolidar e compatibilizar objetivos , fazendo com que o progresso conviva, harmonicamente, com a política de preservação ambiental, como era proposto no projeto da Cidade do Sol.

Não é, portanto, uma manifestação de simpatia o fato do economista dizer que “ o primo pobre do sudeste ganhou um bilhete de loteria – que é o petróleo – e vai se transformar no primo rico “. É a tradução segura de uma realidade que alguns, por aqui, ainda não enxergaram.

Em um dos meus mais recentes artigos afirmamos que o Espírito Santo é a nova fronteira da prosperidade nacional, porque alia um conjunto de fatores geo-estratégicos que sustentam as mais importantes decisões da economia globalizada. E ninguém pode esquecer que as previsões para 2010 apontam na direção de investimentos que são estimados em 30 bilhões de reais, responsáveis, ainda, pela criação de 100 mil novos postos de trabalho.

Esta fantástica previsão vai exigir uma completa reformulação da infraestrutura existente, em todos os campos, com velocidade, porque, representará para as administrações do Estado e dos municípios, além do próprio Governo Federal, o maior desafio da década.

Justamente porque nos assustam estas previsões é que continuamos batendo na tecla do planejamento e da ordenação – tema também defendido pelo professor Sachs e por muitos capixabas de valor e competência – com a certeza de que não erramos ontem e continuamos defendendo hoje os mesmos princípios conceituais.

O grade de largada é competitivo. Os motores esquentam. Alguém precisa, com urgência, acender a luz verde. Os capixabas merecem este podium. E o Brasil também.

J.C.Monjardim Cavalcanti jornalista e ex-Secretário de Comunicação ([email protected])

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