Congresso Brasileiro aprova novo salário mínimo de R$ 260

Um acordo entre Governo e oposição garantiu o valor que, segundo o governo, era "o máximo possível", como afirmou o presidente Lula em pronunciamento à nação, no mês passado.

Um projeto paralelo pedia um salário de R$ 275, porém foi derrotado por 266 votos a 166. A sessão foi marcada por provocações, dentre elas um samba que diz em sua letra "você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão" e deputados mostrando fotos dos ministros Palocci e Dirceu, na época deputados federais, criticando o pequeno aumento do mínimo em 2002. A votação foi apressada pelos governistas, temendo um esvaziamento do plenário devido ao jogo da seleção brasileira de futebol, às 21:30 (horário de Brasília) e ocorreu de forma simbólica.

O principal articulador dessa importante vitória foi o Ministro da Articulação Política e membro do Partido Comunista do Brasil, Aldo Rebelo. Ele se reuniu com os líderes dos partidos da base e de oposição, costurando o acordo. Contou também com os líderes das bancadas, que eliminaram os focos de dissidência. Um outro projeto, de autoria do deputado Artur Virgílio, um dos principais críticos do governo, prevê dois aumentos anuais do mínimo. Consultado sobre o assunto, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci descartou a hipótese, afirmando que uma discussão sobre a recuperação do poder de compra do mínimo só se daria "a longo prazo".

Com essa vitória, o governo deve acalmar os mercados, temerosos que uma possível derrota no Congresso minaria os esforços do ajuste fiscal e diminuiria o ritmo das reformas. Segundo o próprio governo, cada real a mais de aumento levaria a um rombo de centenas de milhões de reais nas já deficitárias contas da Previdência. Politicamente, esta vitória significa que o poder de barganha do governo continua em alta, o que pode significar maiores chances de sucesso nas eleições municipais de outubro, o primeiro grande teste da administração petista.

Filipe BARINI PRAVDA.Ru RIO DE JANEIRO BRASIL

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