O Espírito Santo, pelo seu complexo portuário, ferroviário, rodoviário e aeroviário, dentro de um contexto ágil e econômico de exportação e importação, transforma-se, verdadeiramente, em porta de entrada e saída dos produtos de uma área de influência que atinge mais de mil quilômetros e invade com total capacidade todo o planalto central, hoje celeiro natural da nova fronteira agrícola do país.
A excepcional logística de transporte, armazenamento e escoamento, na disposição de seus sete superportos, alguns especializados e altamente competitivos, teria que interessar a Goiás, já que pela facilidade de acesso, os portos capixabas podem oferecer uma nova dinâmica como corredor logístico, tanto para a exportação quanto para importação de produtos do mix de produção e cultura do avançado estágio do agro-negócio goiano.
Profundamente identificado com as exigências do comércio exterior, o Espírito Santo aparece com uma solução superados os gargalos que o crescimento de suas importações e exportações de interesse local e regional e, também, pelas novas exigências que vêm do planalto central, exigindo maior capacidade operacional e a ampliação das suas retroareas com maior agilidade, além da necessidade imperiosa de aumentar o calado no Porto de Vitória e realizar investimentos relativamente rápidos em alguns trechos ferroviários, com investimentos que serão feitos pela Vale do Rio Doce na Ferrovia Centro Atlântica como o melhor parceiro da economia goiana, com reflexos altamente positivos para o próprio país.
No estuário de várias reuniões, das quais participaram as autoridades estaduais e goianas, devidamente representadas pelos governadores Paulo Hartung e Marconi Pirillo, ganhou expressão, além das medidas antes relacionadas, por fazerem parte pacífica das pretensões dos empresários capixabas e goianos, o compromisso de ser agilizado o processo de licitação do Porto de Barra do Riacho, em Aracruz.
Os governadores fizeram um importante sobrevôo sobre todo o complexo portuário, ampliando a visão sobre as possibilidades do sistema e detectando aquelas medidas que serão tomadas em conjunto, pelos dois Estados, visando tornar realidade às perspectivas de ampliação das exportações de soja hoje Goiás já exporta pelo Espírito Santo 2,5 milhões de toneladas de grãos e farelo que poderão atingir numa próxima etapa um apreciável crescimento, já que os atuais índices representam um negócio de exportação da ordem de 879 milhões de dólares.
Goiás exportará este ano, pelo Terminal Portuário de Vila Velha, sob controle da CVRD, 13 mil toneladas de granito, devendo importar um total de 66 mil toneladas de fertilizantes, representando só estas duas operações, 12 milhões de dólares.
Durante as reuniões técnicas, com amplo debate sobre todas as imediatas necessidades do novo corredor logístico Espírito Santo-Goiás e após detalhamento dos projetos e soluções, os governadores Paulo Hartung e Marconi Pirillo assinaram: carta conjunta , com total aprovação dos empresários dos dois Estados, que foi enviada ao Presidente Luiz Ignácio Lula da Silva, solicitando prioridade e agilidade na apreciação dos projetos, já que eles representam uma perspectiva real de ampliação das exportações e importações pelo complexo capixaba, com indiscutível importância econômica para a própria balança comercial do país.
Para que se possa avaliar a importância desta nova parceria, é de oportunidade destacar que Goiás é o 7º Estado do país em extensão, tem uma população de 5,3 milhões de habitantes, ocupa a 10º posição no PIB do país, possui o terceiro maior rebanho do mundo, é o segundo produtor de leite do país e importante exportador de grãos minerais, detendo ainda, 14% da área agricultável do país. Somente no setor agrícola, utilizando 3,2 milhões de hectares, o Estado representa cerca de 27% do país, destacando sua produção de algodão, arroz, feijão, milho, sorgo, leite e carne, além da soja, que atinge uma produção de 8 milhões de toneladas.
Por força dos recentes entendimentos entre os governos e os empresários dos dois Estados, alguns bons negócios já estão sendo realizados, valendo destacar que já no próximo ano serão exportados pelo Terminal Líquido da CVRD (TGL), em face de acerto entre a CVRD e o grupo goiano Antônio Farias, mais de 100 mil toneladas do produto.
Ainda este mês autoridades capixabas e empresários estarão vitando Goiás, detalhando novas e atraentes perspectivas de negócios ou parcerias, na esteira do patrocínio do sr. Roger Agnelli, presidente da CVRD e elo natural de ligação entre os dois Estados, por especial escolha de Hartung e Pirillo.
J.C.Monjardim Cavalcanti ([email protected])
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