Nem a cidade onde Lula nasceu e começou sua pregação, no interior de Pernambuco, foi poupada pelos trabalhadores que já não acreditam mais em nenhuma ação do governo para resolver a sistuação caótica em que estão vivendo. O resultado triste disso tudo é que mais de sessenta fazendas e pequenas propriedades estão ocupadas pelos invasores, e o governo se limita a dizer que a reforma agrária virá a seu tempo certo. Não apresenta projetos, não estabelece tempo, não chama para o diálogo e insiste em criticar gestões passadas pelos fiascos de agora. Triste realidade.
Deus e o diabo na Esplanada O jornalista e escritor Carlos Heitor Cony, um dos expoentes da cultura brasileira, em seu artigo de hoje na Folha de São Paulo, cita que o Brasil tem hoje um presidente que, além de metalurgico é metafisico. E lembra que um dia o presidente apela para Deus, no outro invoca o diabo, lembrando que o brasileiro comeu o pão que o diabo amassou em 2003. Mais adiante, especifica sua crítica à atuação de Lula, lembrando que até agora o governo liberou menos de 3% dos créditos orçamentários para fazer o país rolar vegetativamente, uma vez que não há nenhum plano de metas colossais como nos tempos de JK. E diz mais: o espetáculo do crescimento que Lula prometeu resume ao trivial variado, ao forno e fogão de uma cozinha administrativa.
As obras do PT Apenas para refrescar a memória dos mais sonolentos, a grande obra doméstica que Cony se refere é a churrasqueira da Granja do Torto, residência do presidente. O local é agradável, salutar e aconchegante . É lá que muitas crises do Corinthians começaram a ser resolvidas.
Salário Mínimo, promessa abandonada O presidente do PT, José Genoino, admitiu ontem que o governo pode deixar de cumprir uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: dobrar o poder de compra do salário mínimo até o fim de 2006. "Temos de reciclar as metas dentro das limitações do Estado". Já o Senador Paulo Paim (PT-RS), que já defendeu salário mínimo muito acima da realidade brasileira enquanto era oposição, avisou nesta segunda-feira da tribuna que não abandonou essa velha bandeira de luta e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pode entrar em seu segundo ano de mandato sem garantir um mínimo de pelo menos R$ 300,00 para o trabalhador.
A Lei da mordaça e o stalinismo A propósito da súbita e inexplicável mudança de opinião dos membros do governo federal, que antes condenavam e agora defendem a "Lei da Mordaça", e tendo como pano de fundo a acusação vazia e irresponsável de conspiração, o filósofo Roberto Romano fulminou: "É resquício de stalinismo, reação típica de pessoas formadas com perspectiva autoritária. Quando enfrentam dificuldade na democracia, falam em golpe".
Herança maldita ou custo-bravata? O colunista da Folha de S. Paulo, Marcos Augusto Gonçalves, fez um diagnóstico preciso e definitivo a respeito do preço que o governo PT vem pagando por ter sido demasiadamente irresponsável e bravateiro na oposição. Segundo Gonçalves, foi em razão do comportamento estridente da esquerda petista, cujo discurso a direita do próprio PT administrou de acordo com suas conveniências eleitorais, que se deu o pretexto para a crise de confiança pré e pós-eleição. "As bravatas a que se referiu o presidente Lula eram a expressão retórica desse 'esquerdismo' instrumentalizado, que pregava a ruptura com tudo-isso-que-aí-está." Segundo Gonçalves, "num quadro em que, descartada a ruptura, medidas tradicionais se impunham, a área econômica viu-se compelida a pagar o 'custo-bravata' com redobrados esforços para adquirir credibilidade. Gonçalves arrematou: "Perdeu-se um ano sem crescimento em demonstrações de valentia conservadora para simplesmente controlar o vendaval das incertezas." Incertezas, podemos complementar, geradas pela infantilidade, a mesma com a qual o Ministro Palocci agora acusa os petistas críticos da política econômica.
Do triunfalismo ao fracasso O Colunista da Folha de S. Paulo, Clóvis Rossi, pinçou duas frases de Lula para demonstrar que o presidente passou de todo-poderoso para o conformismo com sua mediocridade: Em 24 de junho do ano passado Lula disse: "Não tem um Congresso Nacional, não tem um Poder Judiciário - só Deus será capaz de impedir que a gente faça este país ocupar o lugar de destaque que ele nunca deveria ter deixado de ocupar". Do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quinta-feira passada: "Que Deus possa ajudar o povo brasileiro, sobretudo aqueles que estão sofrendo, sobretudo aqueles que estão desempregados".
Lula "terceirizou a esperança" Ainda segundo Rossi, nem é preciso fazer análises muito profundas nem recorrer aos discursos da oposição para atestar como, tão rapidamente, o governo Lula passa da sensação de todo-poderoso à confissão de fracasso, ao admitir que ele não pode ajudar 'o povo brasileiro', devolvido às mãos de Deus. Difícil discordar do leitor Jackson Vitoriano de Ulhoa, que, no "Painel do Leitor", escrevia que Lula terceirizou a esperança". Quinze meses depois da posse, o próprio presidente confessa que os brasileiros devem abandonar toda esperança em seu governo e depositar a expectativa de ajuda em Deus, unicamente em Deus.
Waldomiro, esse é o cara Quem viu, e ouviu, os primeiros momentos do depoimento do assessor preferido do ministro José Dirceu, Waldomiro Diniz na CPI do bicho, no Rio, quase foi às lágrimas. É provável que o governo do PT acabe dando a ele, ao final de tudo, o título de estandarte de ouro no item alegoria. Tem a alma pura de um franciscano, e a doçura de um flanelinha. PSDB
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter