Em entrevista exclusiva ao Portal do PT, Genoino cita a agenda movimentada do Congresso e os projetos do governo para a área de infra-estrutura como prova de que um novo ciclo econômico e social se inicia no país. Veja abaixo a íntegra da entrevista.
Como o senhor vê críticas do ex-presidente FHC, de que o governo Lula está paralisado?
José Genoino É um discurso de oposição, que não reconhece o que o governo faz. É um discurso mal intencionado. Primeiro porque não tivemos nenhuma paralisia no Congresso, que não está com sua agenda parada. Segundo porque o governo, este ano, anunciou vários projetos estratégicos nas áreas de habitação e saneamento; aumentou o crédito popular, os recursos para a reforma agrária e para a recuperação das estradas. Agora anunciou a política industrial. São projetos voltados para a renda e o emprego. Além disso, o governo apresentou uma proposta razoável para os servidores federais, que dá um aumento real. O governo também está trabalhando a aprovação da PPP (Parceria Público-Privada) e a votação da reforma do Judiciário. Está também fazendo uma boa negociação com o funcionalismo. São coisas que não aconteciam antes.
E o caso Waldomiro?
José Genoino O governo tem tratado com seriedade o caso Waldomiro. As manobras dos procuradores não aliviaram em nada esse caso. Agora, o país tem de descobrir uma questão que o PT levantava há meses, que é a mudança no papel do Ministério Público, principalmente no seu poder de investigação. O governo retomou a agenda positiva em 2004. Portanto, não está paralisado. Isso é discurso de oposição, que lamentavelmente FHC adotou.
FHC não poderia fazer essas críticas?
José Genoino Ele pode criticar, é um político que está voltando à cena. Só que na medida em que adota essa postura, também pode ser criticado.
O ex-presidente tem poder de influenciar atualmente o Congresso?
José Genoino Ele tem influência no PFL e no PSDB. Mas na agenda do Congresso, ele não vai se meter. Ele se posiciona para a disputa política, o que acontece desde aquele jantar que deu para os líderes do PFL e do PSDB. Mas é bom fazer a polêmica com ele, sobre os oito anos de seu governo. Não existe governo sem adversários. Os adversários estão mostrando a cara e estão se articulando. A oposição tem de fazer isso e o governo tem de governar, o que está acontecendo. O que temos de ter é uma agenda mais ofensiva, mas ágil. Por isso é que o trabalho do ministro José Dirceu está fazendo é estratégico, que é de coordenar o governo de cima a baixo, para as coisas chegarem à população. Nossa grande tarefa é, mantendo a estabilidade macroeconômica, e por isso não defendemos a mudanças das metas, é de dar prioridade ao desenvolvimento com emprego. Essa é a razão desses projetos de infra-estrutura, de crédito popular, de reforma agrária. São todos voltados para o emprego e a renda. É natural que depois de um ano e quatro meses a gente seja mais cobrado. Temos é de sair da agenda das futricas, de intrigas e da arapongagem para melhorar a vida do povo. Por isso é que se torna fundamental esta semana ou no máximo na outra consolidar ainda mais a nossa base de apoio no Congresso.
O que é necessário para se incentivar ainda mais os investimentos privados, externos e internos?
José Genoino Dependemos ainda de algumas leis que estão sendo votadas no Congresso, como a da PPP, e de complementarmos a reforma tributária. Agora vamos ter uma política industrial que articulará mais o setor de investimentos ao setor produtivo. O país está começando um novo ciclo econômico e social que temos de dar toda a atenção.
Partido dos Trabalhadores
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