O Ministério da Saúde tem vindo a pôr em prática uma série de políticas que evidenciam uma perspectiva concorrencial e privatizadora desta área, que levarão à instalação de um sistema de saúde que discrimina os mais pobres e os mais necessitados, tornando a possibilidade de acesso a cuidados de qualidade variável, na razão directa da capacidade económica e na razão inversa da necessidade de acesso aos cuidados de saúde.
Foi dentro desta lógica, e procurando responder a várias preocupações, entre as quais as do Presidente da República, que se criou, em Dezembro de 2003, a Entidade Reguladora da Saúde.
O Bloco de Esquerda tem vindo a afirmar que esta instituição se adivinha como um instrumento de confiança política, uma vez que a nomeação dos seus membros (1 Presidente e 2 Vogais) é da competência directa do Governo, sob proposta do Ministro da Saúde. A nomeação de Rui Nunes para a presidência desta entidade vem confirmar esta suspeita.
Apesar de apresentar um currículo muito rico na área da bioética, não se pode deixar de sublinhar o facto de este médico ser um destacado dirigente do PSD do Porto, com actividade regular na área da definição das políticas de Saúde do seu partido. Ou seja, com esta nomeação o governo contará com uma extensão de si próprio para regular um mercado que está a fazer surgir.
Bloco de Esquerda
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