Há precisamente um ano, na Base das Lajes, George W. Bush, Tony Blair e José Maria Aznar decidiram avançar para uma guerra com base numa mentira: a existência de armas de destruição massiva. O Bloco de Esquerda esteve, então, presente na Ilha Terceira para protestar contra a realização da Cimeira.
Nesse dia, como anfitrião, Durão Barroso envolveu, irremediavelmente, Portugal nesta guerra e nesta mentira. Dias depois, seria o próprio primeiro-ministro português a dizer, no Parlamento, que tinha visto provas da existência das armas.
Um ano depois, sabemos hoje que as armas não existiam. Um ano depois, o Mundo vive um ambiente de instabilidade e violência agravada, tanto no Médio Oriente como na Europa.
Um ano depois, um dos líderes da coligação da guerra, o governo espanhol do PP, foi afastado do poder pelo voto democrático. É o primeiro a cair. Entretanto, o novo primeiro-ministro espanhol, José Luís Zapatero, anunciou que as suas tropas irão sair do Iraque. Esta situação isola ainda mais o governo português, confinando-o, na Europa, já quase exclusivamente a uma aliança com Blair e Berlusconi.
Um ano depois, o Bloco de Esquerda agenda uma interpelação ao governo (que o Bloco proporá que aconteça no dia 31 de Março, primeira data disponível na agenda) sobre a política externa portuguesa, a apoio do governo português à ocupação do Iraque e a presença de forças militarizadas portuguesas naquele território.
O Bloco de Esquerda pretende saber:
1 – Quais foram as provas vistas por Durão Barroso, qual a sua fonte, qual a credibilidade dessa fonte e qual a avaliação que faz um ano depois sobre as informações que aí terá recolhido;
2 – Qual a avaliação que o governo faz sobre um ano de ocupação do Iraque e se pretende manter as forças da GNR no Iraque ou retira-las, seguindo o exemplo espanhol;
3 – Se um ano depois da Cimeira das Lajes, que iniciou a divisão da Europa e o isolamento do governo português, pretende manter-se nesta posição de dependência em relação à coligação da Guerra.
Bloco de Esquerda
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter