A estratégia de não indicar os integrantes da comissão ainda vai , segundo o tucano, custar caro ao Planalto. Na sexta-feira passada, o senador estava impressionado com a dimensão da operação-abafa.
DITADURA - "A impressão passada para um estrangeiro em visita ao país hoje é que o objetivo estratégico do governo não é desenvolver o Brasil, mas impedir a CPI dos Bingos", afirmou Virgílio. Sobre o esforço do presidente em criar fatos, o líder foi ainda mais enfático: "Lula é um homem fantástico. Qualquer dia vai andar por cima da água, como nos milagres bíblicos".
Virgílio acusou o governo Lula de fritar aliados que não se enquadram na cartilha do Planalto. "Aliados do governo são automatica-mente probos, brigam com o governo e por isso passam a merecer alguma suspeição", avaliou o líder. Ele referia-se ao senador Magno Malta (PL-ES), que apresentou à Mesa do Senado o pedido de criação da CPI dos Bingos, sobre quem, nas palavras do tucano, estava desabando "uma torrente de suspeitas" por parte da base aliada.
"Exemplo de democracia para esse governo deu o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. O governo Lula se mostra muito mais autoritário que o primeiro delegado da ditadura militar que se implantava no Brasil em 1964", comparou o líder do PSDB.
CPI da Terra deve ouvir Stédile e presidente da UDR
O presidente da CPI da Terra, senador Alvaro Dias (PR), apresentou 17 requerimentos de convocação de pessoas ligadas à questão agrária no país, como o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, e o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Nabhan Garcia.
JUSTIFICATIVA - "Consideramos fundamental conhecer a visão que o MST tem sobre a questão agrária e quais os objetivos reais do movimento, inclusive quanto à estratégia usada para alcançá-los. Por isso convocamos para depor o seu líder máximo", explicou Alvaro. Quanto à UDR, o tucano disse que a entidade representa grandes produtores rurais e atua na defesa do direito de propriedade e no combate à política de invasões de terra. Isso justificaria a necessidade de ouvir Garcia, que deverá explicar os métodos utilizados na repressão às invasões.
Entre os convocados por Alvaro estão os ministros do Desenvolvimento Agrário, da Agricultura, da Justiça, do Trabalho e das Cidades; o presidente do Incra, o secretário dos Direitos Humanos, o diretor-geral da Polícia Federal, os presidentes da Funai e da Caixa Econômica. A CPI deve ouvir também representantes da Confederação Nacional da Agricultura, do Conselho Indigianista Missionário, da Pastoral da Terra, da Confederação Nacional da Agricultura e do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade.
MP dos Bingos não substitui CPI
O vice-líder do PSDB senador Alvaro Dias (PR) criticou os argumentos dos parlamentares governistas que se posicionam contra a instalação da CPI para investigar o caso Waldomiro. Na sua opinião, a edição da MP dos Bingos não resolve o assunto. "Não sabia que uma medida provisória substitui uma sentença judicial e absolve alguém pela prática de ilícitos praticados", afirmou o tucano. Ele também é contrário ao argumento de que uma investigação no Congresso abalaria o mercado. "A CPI do Banestado, que expôs um escândalo monumental, não teve esse efeito", concluiu.
Zulâie culpa o PT por aumento do desemprego
Para a deputada Zulaiê Cobra (SP), a maior taxa de desemprego feminino (23,1%) registrada pela Fundação Seade na cidade de São Paulo desde 1985 é responsabilidade da política econômica do governo Lula. "O PT vem promovendo o aumento do desemprego e a mulher é sempre a grande vítima no mercado de trabalho", disse. Ela criticou a retração das políticas públicas para as mulheres trabalhadoras e a nulidade da atuação da ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas das Mulheres Emília Fernandes. "O PT levou para o governo a Ana Fonseca, que é pupila de Magalhães Teixeira, tucano e ex-prefeito de Campinas. O PSDB tem bons projetos e o PT sabe disso", resumiu.
Governo promove "espetáculo do decrescimento"
Esfacelamento do Estado, redução do PIB, desemprego galopante e queda dos investimentos sociais em relação ao governo passado. Para o vice-líder do PSDB na Câmara Carlos Alberto Leréia (GO), são esses os "espetáculos" até agora apresentados pelo governo Lula. "O que temos assistido não é o espetáculo do crescimento prometido pelo presidente no ano passado, mas o do decrescimento", afirmou o deputado.
JARGÕES - Para o tucano, a população não sabe por onde começar a protestar pelo "produto ineficaz que comprou com seus votos nas eleições passadas". "Será esse o caso de chamar o Procon?", questionou. Leréia cobrou soluções para a má-conservação das estradas, que afeta diretamente o escoamento da produção agrícola.
"O governo, em meio a tantos jargões, devia adotar mais um: vergonha é produzir e não ter como transportar", ponderou. Também não faltaram críticas ao Fome Zero - "que se mostrou mais marketing do que propriamente uma ação governamental estruturada" - enquanto programas sociais importantes da gestão do ex-presidente FHC, como o Peti, são paralisados.
Socorro para a BR 101
O deputado Paulo Feijó (RJ) voltou a cobrar soluções para a esburacada BR 101, sobretudo no trecho entre os municípios fluminenses de Rio Bonito e Campos de Goytacazes. "Espero que no plano emergen-cial de socorro às rodovias federais o governo destine recursos para dar mais segurança a chamada Rodovia da Morte."
Bismarck Maia destaca benefícios do Castanhão
O deputado Bismarck Maia (CE) destacou os benefícios que o açude Castanhão vem trazendo para os cearenses. Inaugurada em 2002, a obra mudou de modo radical a realidade sócio-econômica da região do Vale do Jaguaribe. "Nascido da visão de estadista do hoje senador Tasso Jereissati, esse açude servirá para sempre aos cearenses", destacou. Apesar das vantagens incontestáveis da obra, Bismarck lembrou que o PT fez de tudo para inviabilizar a construção do Castanhão, atitude considerada "mesquinha" pelo tucano.
Walter Feldman protesta contra manobra do governo
O deputado Walter Feldman (SP) criticou a operação-abafa promovida pelo governo Lula no escândalo Waldomiro Diniz. Ele condenou a manobra orquestrada pelo Planalto, que prometeu atender pedidos de parlamentares em troca do enterro da CPI dos Bingos. "Queremos uma investigação rápida, para que o Congresso torne claro à sociedade os fatos denunciados, os quais infeliz-mente o governo tenta omitir", afirmou. Feldman disse ainda que o PSDB vai colaborar para a superação das sucessivas crises que atingem o governo desde o início da gestão Lula, seja no campo da política, da economia e agora a de valores, visto que o PT se colocava como defensor irrestrito da ética na política.
Tucano condena elevação da carga tributária em 2003
O vice-líder do PSDB no Senado Alvaro Dias responsabilizou o governo Lula pelo aumento de carga tributária em 2003. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), empresas e pessoas físicas pagaram no ano passado R$ 64,42 bilhões a mais em impostos com relação a 2002. "Além do aumento de carga tributária, não há nenhum setor com êxito espetacular no governo Lula. O que temos visto é o desmonte na saúde e a exclusão social. O que o PT fez foi um verdadeiro estelionato eleitoral", concluiu o parlamentar paranaense.
Fogo Amigo
"O combate à inflação foi feito à custa da recessão, da queda de 0,2% no PIB, da taxa de desemprego de 19% e da redução de 6,2% dos salários. É igualmente verdadeiro que o crescimento não ocorrerá com os atuais juros."
- Deputado Renato Casagrande (ES), líder do PSB na Câmara.
PSDB
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