EXAMES NO 6º ANO: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO TRANSFORMA ALUNOS EM COBAIAS

Com este Ministério, pela primeira vez, o sistema educativo deixa de ter estar centrado no aluno, e na sua formação, para passar a ser um sistema centrado na avaliação.

Uma medida que, infelizmente, vem de acordo às também recentes decisões de introduzir exames no 9.º ano e tornar as provas de aferição obrigatórias a todos os estudantes – e não, como até aqui, efectuadas por amostra. Dizendo que “tem todo o sentido fazer exames na passagem de um ciclo para o outro”, o ministro parece esquecer-se que apresentou no Parlamento uma proposta de Lei de Bases da Educação que prevê dois ciclos de ensino e, não tarda nada, defende a criação de exames em cada ano de escolaridade.

Curiosamente, o próprio ministro reconhece que estas medidas não têm, em si, propósitos pedagógicos ou da elevação dos nível de conhecimentos dos estudantes, mas sim, pasme-se, “testar a logística, os conteúdos e dar indicações preciosas para a definição definitiva do regulamento dos exames do 9.º ano”. Resumindo, o Ministério da Educação pretende que cerca 1 milhão e 400 mil jovens sirvam de cobaias para traçar o diagnóstico do trabalho efectuado pelo seu ministério. Como sinal de incompetência, dificilmente poderia ser pior.

Mais, sabendo que o Ministério da Educação demorou quase dois anos a trabalhar os resultados das amostras das provas de aferição, imagina-se o resultado que terá este “teste à logística”.

Tomando os alunos como cobaias de um experimentalismo sem ideias e sem projecto, o Governo cede, mais uma vez, ao programa do PP, que era quem defendia a existência de exames nacionais no fim de cada ciclo. Uma regressão pedagógica que o Bloco de Esquerda tudo fará para que seja rapidamente invertida.

Bloco de Esquerda

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