Governo completa ciclo de maldades

O líder do PSDB na Câmara, deputado Jutahy Junior (BA), disse ontem que o governo Lula "completou de forma mesquinha um ciclo de maldades contra a população excluída", ao vetar o projeto do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG) que permite a inclusão na base de cálculo do Fundef de estudantes com necessidades especiais matriculados em instituições sem fins lucrativos.

EPISÓDIOS - Segundo Jutahy, outros dois episódios protagonizados pelos petistas deram início a esse ciclo de maldades: a tentativa de retirar R$ 3,5 bilhões do orçamento da Saúde, em flagrante desrespeito à Emenda Constitucional 29, e a determinação para que idosos acima de 90 anos fossem aos postos do INSS para se recadastrar, provocando inúmeros transtornos a essas pessoas. "O que falta mais ser feito nesse ciclo perverso? É preocupante e assustador ver a cada dia o governo praticar um ato anti-social", disse Jutahy. O líder tucano a firmou que o PSDB lutará para derrubar a decisão de Lula. Ontem, depois de muita pressão, o governo prometeu editar uma MP para corrigir o veto.

Jutahy destacou também a coluna da jornalista Tereza Cruvinel publicada na edição de ontem do jornal O Globo, na qual ela questiona a justificativa dada pelo Planalto para vetar o projeto: contrariar o interesse público. "O que afinal o governo entende como de interesse público? Será garantir o pagamento da dívida e atender à lógica de mercado?", questionou a jornalista. Para Jutahy, todos os argumentos apresentados pelo governo são "mentirosos e injustificáveis". Comissão convoca Berzoini para explicar fraudes

O ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, foi convocado a dar explicações na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) sobre a estratégia utilizada pelo governo para coibir as fraudes no sistema previdenciário. A decisão foi tomada ontem pela CAS, que aprovou o requerimento da presidente da Comissão, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO). Na mesma audiência, Berzoini terá de explicar também o episódio com os idosos com mais de 90 anos de idade que foram obrigados a comparecer aos postos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para se recadastrar, além de sofrer com o bloqueio do pagamento dos benefícios.

Goldman mostra governo Lula como realmente é: "uma farsa"

Intitulado "Desnudando o governo Lula", o discurso do deputado Alberto Goldman (PSDB-SP) de ontem foi um balanço pessimista dos onze meses do PT no Planalto, período no qual fica claro a "incapacidade de tocar adiante projetos em andamento". Segundo ele, o governo Lula não passa de um espetáculo tragicômico de gafes verbais, desculpas tardias, viagens religiosas, desmonte na área da saúde, acordos e desavenças internacionais, além do que eles têm de melhor: o marketing. "Esses episódios desnudam um articulado projeto de exercício do poder, que nasceu durante o processo eleitoral, se estendeu e se aperfeiçoa, agora, com o uso da máquina pública", denunciou.

O PERSONAGEM - O tucano lembrou ainda da construção do personagem Lula, presidente do Brasil, maquiado pelas mãos do marqueteiro Duda Mendonça. "Ele vestiu o novo modelo do operário, que viaja pelo mundo e é bem recebido pelas platéias sociais-democratas européias, pois diz não realizar aquilo que elas não são capazes de fazer."

Para o deputado, o papel principal na cena teatral da qual Lula faz parte é o de vocalizar a indignação com a miséria, injustiças e desigualdades sociais, respaldado pelo histórico de nordestino retirante e de líder trabalhador temperado por um populismo do que havia de pior nos ex-presidentes Getúlio Vargas, Jânio Quadros, Fernando Collor e José Sarney.

"Todas essas são as condições básicas de governabilidade conquistadas à custa da paralisação do país, do desemprego recorde e da inexistência dos investimentos produtivos", protestou. Goldman classificou também o presidente como o âncora popular de um governo que pratica, de acordo com ele, a coerência da incorência. "Assistimos a uma grande farsa, a um estelionato eleitoral, porque o PT não cumpre nada do que promete", concluiu.

Trabalhadores não têm como pagar ônibus

Depois dos sem-terra, dos sem-emprego e dos sem-teto, o país assiste ao caos do transporte coletivo urbano, responsável pela nova categoria presente na maioria da população brasileira: os "sem-ônibus". O alerta é do deputado Antonio Cambraia (PSDB-CE). Segundo ele, a classe trabalhadora está a pé, já que não tem dinheiro para pagar a passagem . "O ônibus se transformou em artigo de luxo no Brasil." A denúncia de Cambraia foi baseada na alta carga tributária cobrada pelo governo federal. " É um erro não dar incentivos fiscais para o transporte coletivo, que é tributado como serviço supérfluo", criticou. Fogo Amigo

"O PT é o partido com mais fome de cargos que já vi na face da terra. Quando sair do governo vai estar gordo. O PT, se precisar, esfaqueia um aliado por um cargo."

- Deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), anunciando os motivos que o levaram a deixar ontem a vice-liderança do governo e constatando, na prática, o estilo petista de governar, já conhecido por todo o Brasil. O racha foi causado pela demissão de um aliado do deputado, exonerado para acomodar um petista na Polícia Rodoviária do Rio Grande do Sul.

Eu sei o que vocês prometeram na eleição passada

"Não basta que todos os alunos com necessidades especiais sejam matriculados; é necessário criar condições para que eles possam manter-se na escola. Nosso governo tratará a educação especial em todos os níveis como modalidade de educação regular pública."

- Trecho do documento "Uma escola do tamanho do Brasil", parte do Programa de Governo do Partido dos Trabalhadores. No entanto, no Brasil pós-PT, o que prevalece são as diretrizes da equipe econômica. Assim, não causou espanto o veto integral do presidente Lula ao projeto de lei do deputado tucano Eduardo Barbosa (MG) que estendia recursos do Fundef a entidades sem fins lucrativos que atendem jovens excepcionais.

PSDB

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