Recordista em popularidade em dezembro passado, quanto atingiu índices de mais de 70% de aprovação popular do seu governo, batendo mesmo o primeiro-ministro russo Vladimir Putin, Lula tem queda feia de 9% em pesquisa de março de 2009.
Admiro o presidente como homem. Como político, é equivocado. Líder sindical faz política, e Lula foi o mais importante deles na nossa história, segundo tudo indica. Mas entre o sindicalismo e o poder executivo existe um espaço muito grande.
Os problemas a serem enfrentados são absolutamente distintos. Lula é fraco neste ponto, a começar pela escolha de Dirceu no primeiro mandato. Este ponto é interessante. A falta cometida foi séria, como é do conhecimento popular. Mas o presidente escapou ileso. O inacreditável sou cego, surdo e mudo funcionou perfeitamente. Todos saíram queimados, menos ele, o que mostra a sua inteligência.
Agora o assunto é diferente. Com o caos econômico espalhado pelo mundo, e que já atingiu o país em cheio, basta ver o número de demissões que está aparecendo nos setores produtivos. É significativo e ameaçador. Ninguém sente segurança diante deste fato, que não é só brasileiro. O índice de confiança no governo cai mesmo.
O que não pode ocorrer e cruzar os braços e esperar os acontecimentos. É nesta hora difícil que o bom governante se mostra. Investe pesado nas áreas de desenvolvimento. Jogar na defesa é suicídio. Neste ponto, Lula não está mal servido. Mantega e Meirelles dão conta do recado.
Caso consiga dominar as dificuldades, seu prestígio aumentará muito.
Não dominando, não faz seu sucessor e vai ser apenas um fenômeno que passou.
Jorge Sader
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