Brasil: Músicos cubanos no Recife não querem voltar para Cuba

Na semana passada três músicos cubanos que desapareceram no Recife com intuito de pedir refúgio no Brasil poderão permanecer no país até que a solicitação seja avaliada pelo Conselho Nacional de Refugiados. A notícia foi dada pelo secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Junior, que está na sede da superintendência da Polícia Federal do Recife, no Cais do Apolo para acompanhar o caso. De acordo com Tuma, eles poderão inclusive trabalhar de forma legal no Brasil até a decisão sobre o acolhimento ou não do pedido de refúgio. O secretário também descartou a possibilidade de deportação do grupo, informa a Redação do PERNAMBUCO.COM .


Miguel Nuñez Costafreda, Arodis Verdecia Pompa e Juán Alcides Diaz, todos integrantes do grupo Los Galanes, estão prestando depoimento a uma delegada do setor de imigração da PF para explicar o porquê de seu desaparecimento e as razões pelas quais pretendem ficar no país. Os músicos, que vieram ao Recife para uma série de shows, deveriam embarcar de volta para Cuba na quarta-feira passada, mas não apareceram no aeroporto e deixaram a pousada onde estavam hospedados, em Olinda, ser avisar para onde iriam.


Depois de iniciadas as buscas, o trio foi localizado em uma granja fora da Região Metropolitana do Recife. Os músicos alegam que são perseguidos em Cuba e impedidos de tocar certas músicas consideradas subversivas ao sistema socialista da ilha.


O visto concedido aos cubanos valia somente até a sexta-feira passada, mas apesar da situação irregular deles no país, a polícia descarta a possibilidade de prisão do grupo. A solicitação de refúgio será enviada ao Ministério da Justiça, que se encarregará de encaminhá-la ao Conselho Nacional de Refugiados, entidade responsável por avaliar petições do gênero. A resposta ao pedido só deve sair no ano que vem, já que o órgão só deve se reunir em fevereiro.

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