Os comerciários de São Paulo já bateram um recorde uma semana antes do Natal.
Entre o início de setembro e a primeira quinzena de dezembro, 40 mil funcionários foram contratados, número 42,9% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, segundo a Folha online.
"Ainda existem anúncios de empregos para os shoppings da cidade", afirma Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de São Paulo. "As vendas estão num ritmo tão forte que muitos deverão continuar trabalhando no próximo ano."
Segundo Patah, esse total representa cerca de 10% de todos os comerciários de São Paulo, e estima-se que 30% desses trabalhadores temporários serão efetivados em 2008. Em média, eles têm mais de 25 anos de idade, e 60% são mulheres.
Vendas em alta
Ainda não há dados consolidados sobre as vendas do comércio nacional até o momento. Apenas os shopping centers devem faturar R$ 70 bilhões no período do Natal, total 12% maior que o do ano passado.
É o que afirma Nabil Sayhoun, presidente da Alshop (Associação de Lojistas de Shopping Centers). Segundo ele, a Grande São Paulo responderá por 18% das vendas. "Acreditamos que esse será o melhor Natal dos últimos seis anos", diz.
Dados do Provar (Programa de Varejo da USP) mostram que, no Natal, as vendas costumam crescer 220%. Seria como vender em um mês o equivalente a um trimestre sem datas comemorativas.
Mas as previsões indicam que o Natal deste ano terá números ainda maiores. Isso porque a renda do brasileiro aumentou e há maior oferta de crédito na praça.
Para Patah, a facilidade de pagamento é o grande motor das vendas de fim de ano. "O crédito virou moeda", afirma. "E dinamizou o comércio."
Segundo ele, o crédito farto já é realidade tanto entre os lojistas --que tomam recursos em financeiras para parcelar suas vendas pelo sistema de crediário-- quanto entre os consumidores, que dispõem de cartões de crédito. "Muitas redes chegam a fidelizar os clientes com cartões próprios."
"As possibilidades de pagamento são mais numerosas que nos anos anteriores e isso está incentivando o consumo", afirma Sayhoun, da Alshop. "Boa parte dos cartões está parcelando as compras em até dez vezes sem juros."
Esse ritmo também se repete nas vendas pela internet. Cálculos da consultoria e-Bit, que monitora o varejo eletrônico, apontam para um faturamento de R$ 1 bilhão apenas entre a primeira quinzena de novembro e a véspera do Natal. Esse montante é 45,5% maior que o do mesmo período de 2006. "Também na internet teremos o melhor Natal dos últimos anos", afirma Pedro Guasti, diretor-geral do e-Bit.
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