Os controladores aéreos Jomarcelo Fernandes dos Santos e Lucivando de Tibúrcio de Alencar, os dois dos quatro controladores, acusados de serem responsáveis pela morte de 154 pessoas no acidente do voo 1907 da Gol, em setembro do ano passado, declararam-se inocentes, numa entrevista ao Fantástico.
Controladores foram acusados de negligência no controlo do voo 1907 da Gol, tendo provocado um choque aéreo entre este avião e o jacto Legacy, no dia 29 de setembro do ano passado, o maior acidente aéreo de sempre da história da aviação brasileira.
«Sou uma pessoa inocente, não quis fazer aquilo, Não sou um criminoso. Foi uma fatalidade que não dependeu de mim. Não errei, nem falhei», afirmou Lucivando.
Às 16.30 horas meia hora antes do acidente, Lucivando Alencar assumiu o lugar de Jomarcelo no controlo do radar, alegando que não conseguiu entrar em contacto com os pilotos do Legacy para informar que o comunicador não estava a funcionar.
«Eles não me ouviam, não transmitiam nada. É comum isto acontecer porque é um sector que há muito tempo apresenta problemas, é uma rotina operacional», afirmou o controlador.
A região para onde o Legacy voava não tem cobertura de radar e apresenta problemas de transmissão por rádio, pelo que Lucivando afirmou na entrevista que nunca imaginou pelas informações que tinham que as duas aeronaves estavam prestes a colidir.
«Isso eu vim a saber no dia seguinte quando a Aeronáutica nos convocou para fazer o primeiro relatório sobre o acidente. Jamais tive a menor noção ou suspeita que as duas aeronaves estivessem na mesma altitude», alegou.
Jomarcelo Fernandes dos Santos é o mais implicado na tragédia. Para a justiça federal ele cometeu um crime grave, percebendo a eminência do acidente sem que tivesse feito nada para o evitar. As investigações da Justiça Federal e da Comissão para a Investigação (CPI) ao acidente dizem que o controlador teve uma atitude criminosa.
«O Jomarcelo falhou pelo menos em dois momentos. Quando passou o Legacy sobre Brasília e deveria mudar a altitude de 37 mil para 36 mil pés, e o comunicador ainda estava a funcionar, e a outra falha foi quando transferiu o serviço para o Lucivando e não o alertou que havia uma aeronave a voar com o comunicador desligado», explica o relator da CPI Senador Demóstenes Torres.
«Tenho consciência de que não tive culpa. Segui todos os regulamentos do tráfego aéreo, acreditei nas informações que tinha, não me sinto culpado», alegou Jomarcelo, acrescentando que se sente «injustiçado».
Além destes dois controladores, outros dois responsáveis pelo controlo aéreo e os pilotos americanos do Legacy são também acusados pelo crime de atentado contra a segurança de transporte aéreo.
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