Cerca de 6.000 manifestantes, segundo a Polícia Militar, e cerca de 10.000 segundo os organizadores fecharam nesta quinta-feira parte da Avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra a visita do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ao Brasil.
Um ato que começou pacífico terminou em confronto violento entre policiais e manifestantes. Na tentativa de impedir a ocupação das duas pistas da avenida Paulista por um grupo de pessoas, a polícia fez uso de cacetetes, balas de borracha, spray de pimenta e gás lacrimogêneo, segundo testemunho de repórteres da Reuters. Ao menos cinco pessoas ficaram feridas - três manifestantes, uma tenente da Polícia Militar e um fotógrafo. O americano desembarcou no país no início da noite, acompanhado de sua esposa Laura Bush e da secretária de Estado Codoleezza Rice.
À tarde, metade da principal avenida da cidade já havia sido interditada pela polícia, devido ao alto número de manifestantes. A violência começou quando eles tentaram bloquear o trânsito no outro sentido de circulação da via. À tentativa dos policiais de removê-los dali, os manifestantes responderam com paus e pedras. Policiais chegaram a usar gás de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo contra o grupo que tentava invadir as outras pistas da avenida. Enquanto os militantes alegam terem sofrido abuso de violência policial, a PM insiste que foram feitos diversos pedidos para que eles se retirassem do local antes que os soldados partissem para o enfrentamento.
O confronto entre polícia e manifestantes provocou correria e transformou a principal avenida da cidade em uma praça de guerra. Antes, quando o protesto era pacífico, Bush foi duramente criticado pela estratégia comercial e política, conduzida em seu governo. Ele foi chamado de "fascista", "terrorista", "porco imperialista", entre outros nomes escritos nos milhares de cartazes empunhados pelos manifestantes. Entre eles haviam diversos representantes do PT, segundo O Estado de S. Paulo .
O protesto contra Bush no coração financeiro de São Paulo foi apenas um entre vários realizados em todo o país antes da chegada do presidente americano. No Rio de Janeiro, manifestantes apedrejaram o consulado dos Estados Unidos durante um ato contra a visita de Bush. No mesmo horário, uma segunda passeata, integrada por militantes do PT, do PC do B e do MST ocupou metade da pista da Avenida Rio Branco, uma das principais do centro. Salvador e Porto Alegre também foram palco de manifestações.
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