Procuradoria-Geral de Prtugal recebe hoje representantes dos familiares dos tripulantes do "Bolama", desaparecido há 15 anos, que vão pedir a reabertura do processo judicial.
A audiência com um assessor do procurador-geral foi solicitada a 18 de Dezembro, data de apresentação de idênticos pedidos ao Presidente da República - ainda sem resposta - e ao Primeiro-ministro, marcada para quarta-feira.
No encontro com um assessor do procurador-geral a delegação de representantes dos familiares das 30 pessoas que seguiam a bordo do navio vão pedir a reabertura do processo judicial para esclarecer as causas do afundamento.
Um "misterioso" buraco no casco do navio abaixo da linha de água, visível em imagens recolhidas pela Marinha depois de detectar o navio a 130 metros de profundidade, e as contradições entre dois tribunais sobre as razões do afundamento são razões apontadas pelo sindicalista Joaquim Piló para reabrir o processo.
De acordo com o presidente do Sindicato Livre dos Pescadores, o tribunal de Instrução arquivou o processo depois de concluir que o navio tinha ido ao fundo por "causas naturais", enquanto o Tribunal Marítimo atribui o hipotético naufrágio à falta de estabilidade da embarcação.
O advogado de defesa dos três arguidos no caso do navio Bolama, Artur Marques, considerou que a reabertura do processo, pedida pelo Sindicato dos Pescadores, «só será possível com novos elementos de prova».
«Só com novos elementos substanciais, susceptíveis de alterar as razões que levaram ao arquivamento do processo, será possível reabri-lo», defendeu o advogado, em declarações à agência Lusa.
«E tal possibilidade só existiria se o navio fosse retirado do fundo do mar», frisou Artur Marques.
O navio afundou em Dezembro de 1991 com poucas milhas depois de ter saído da barra de Lisboa. A bordo seguiam 30 pessoas - apenas foram encontrados oito corpos.
O "Bolama" nunca foi trazido para a superfície e o processo acabou por ser arquivado
RR
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter