Generais da Força Aérea protestam contra a nomeação do novo CEMFA

Após a nomeação do tenente-general Luís Esteves Araújo como novo Chefe do Estado-Maior (CEMFA) da Força Aérea de Portugal o seu  vice-Chefe e pelo menos mais três tenentes-generais da Força Aérea de Portugal , pediram a passagem à reserva .

A ultrapassagem na antiguidade militar e o carácter eminentemente político da escolha do actual director-geral de Política de Defesa Nacional terão estado na origem da decisão dos tenentes-generais Hélder Rocha Martins (actual Vice-CEMFA), António Martins de Matos (comandante da Logística e Administração da Força Aérea), David Oliveira (adjunto operacional do chefe Estado-Maior General das Forças Armadas) e João Oliveira (comandante operacional da Força Aérea).

Desconhece-se ainda a decisão do tenente-general Fernando Sousa Rodrigues, que recentemente concluiu a sua missão como representante militar na NATO e ainda não está apresentado na Força Aérea, o qual é o mais antigo tenente-general no activo, a seguir ao CEMFA cessante, Manuel José Taveira Martins.

Na hierarquia das antiguidades dos tenentes-generais em condições de assumir a chefia da Força Aérea, Luís Esteves Araújo está na sexta posição e existem apenas dois tenentes-generais mais modernos do que ele. O novo CEMFA nasceu no Porto em Fevereiro de 1949, ingressou na Academia Militar em 1966 e concluiu o curso de Aeronáutica em 71.

Foi promovido a tenente-general em 2004 e foi director do Instituto de Altos Estudos da Força Aérea.

Do seu curriculum académico fazem parte o Curso Geral de Guerra Aérea no Instituto de Altos Estudos da Força Aérea (IAEFA), o Curso Complementar de Estado -Maior da Royal Air Force, no Reino Unido, o Curso de Defesa Nacional no Instituto da Defesa Nacional em Lisboa e o Curso Superior de Guerra Aérea no Instituto de Altos Estudos da Força Aérea (IAEFA).

Exerceu funções de professor do IAEFA e do Instituto de Altos Estudos Militares (IAEM) entre 1983 e 1987.

Em termos operacionais, o tenente-general Luís Esteves Araújo cumpriu missões no Norte de Moçambique (Mueda), na Base Aérea Nº 6 (Montijo), onde se qualificou em SA 330-PUMA e comandou a Esquadra 551 (ALIII) e na Divisão de Operações d o Estado-Maior da Força Aérea. Foi assessor militar para a Força Aérea do ministro da Defesa Nacional.

Chairman do grupo de trabalho CADIMS (Coordinated Air Defence in Mutual Support) na Divisão de Operações do Comando Aliado do Atlântico (SACLANT) em Norfolk-EUA, foi também 2º Comandante da Base Aérea Nº 4 (Lajes - Açores), após o que assumiu as funções de subdirector da Direcção de Instrução.

Em 1996, foi nomeado assessor para a Força Aérea da Casa Militar da Presidência da República.

Assumiu em 1997 o Comando da Base Aérea nº 6 (Montijo), cargo que exerceu até 1999 - neste período, comandou a Força Conjunta de Protecção e Recolha de Cidadãos Nacionais na República da Guiné-Bissau, durante a crise político-militar que aí eclodiu em 1998.

Como major-general desempenhou as funções de Subchefe do Estado-Maior da Força Aérea entre finais de 2000 e início de 2004. Em 2002 foi nomeado presidente da Missão de Fiscalização e Acompanhamento para a introdução do Helicóptero EH 101 na Força Aérea.

Da sua folha de serviço constam várias condecorações, entre as quais se destacam: Cruz de Guerra (2ª. Classe), Medalha de Ouro de Serviços Distintos, Cruz Naval (2ª. Classe), Medalha de Ouro de Valor Militar (colectiva) e Grã-Cruz de Mérito Aeronáutico do Reino de Espanha.

 Lusa/ Sol

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