Santa Maria a primeira de um naipe de estrelas descidas até à superfície do Atlântico no conjunto de nove que, por obra do "Universo" se tornaram num dos espaços Atlânticos mais bonitos do mundo. Ilha pequena em território, a segunda mais pequena do conjunto estrelar que nos representa em Bandeira. Foi e é, um gigante no contexto arquipelágico açoriano.
Possuidora de Povo laborioso, teve e tem, o seu nome ligado ao mundo, através do seu aeroporto, ponto de referência no caminho que cruza os céus. Para além de considerado um dos melhores aeroportos do mundo, é dali que, através do "Centro de Controlo de Tráfego Aéreo" se presta assistência a centenas de aeronaves numa vasta área do Oceano Atlântico, incluindo o nosso Arquipélago e se estende, para Sul até à região de informação de vôo de Cabo Verde e a Oeste à de Nova Iorque.
Informações recolhidas aponta-se para mais de 500 aviões os que são "guiados" pela FIR Oceânica de Santa Maria (Região de Informação de Vôo)
Foi por Decreto-Lei 49059 de 2 de Junho de 1969, que insere as disposições destinadas a possibilitar a execução do Acordo firmado entre os Governos do Canadá, da França, da República Federal Alemã, da Itália, da Holanda, do Reino Unido, dos Estados Unidos da América e de Portugal para a instalação do Polígono de Acústica Submarina na ilha de Santa Maria. Projecto de investigação científica oceanográfica no âmbito da NATO. Instalado que foi, em 1972 seria desactivado a partir de meados da década de 1980.
Assim, se demostra a importância vital da Ilha de Santa Maria no plano geoestratégico e económico perante os interesse portugueses e internacionais em relação aos Açores. A base americana na Terceira, a Estação de Telemedidas das Flores, destinada à detecção e estudo das trajectórias de mísseis balísticos, denominado por Acordo Luso-Francês, iniciando as suas em Outubro de 1966 ficará em actividade operacional até 1993.
Da presença da Nato (Naval Base 13 - Mid-Atlantic Naval Base Ponta Delgada) criada em meados de 1917, desmantelada em Janeiro de 1919, e interpolada pela criação da Base de Santa Maria (1944-1946) e das Lajes (1946 à actualidade, a chamada base dos americanos) em Ponta Delgada restam o Depósito POL-NATO.
Foram estas, últimas três referências, construídas em cima de alicerces políticos e, interesses internacionais em que foi o Estado português o detentor de plenos poderes de negociação retirando o mesmo para si o maior proveito principalmente nos de cariz político e militar.
Aos Açores e com o advento da autonomia (a ausência da inicial maiúscula é propositada) e, durante um certo período, coube alguma "coisinha" no referente ao aluguer da Base das Lages, mas, foi sol de pouca dura.
Resta-nos aos açorianos no seu todo e, aos terceirenses em particular, uma forte contaminação do seu solo que tem vindo a ser jogo de interesses portugueses protagonizados por um trio político composto pelos ministros dos negócios estrangeiros, do ambiente e da defesa.
Todas estas infra-estruturas deveriam ser rentabilizadas na perspectiva do interesse açoriano o que, não se concretizou perante um por vezes tímido sussurro do poder legislativo e governativo tratado de regional.
"Portugal ensaia altos voos nos Açores" "O governo de Lisboa pretende criar uma plataforma de lançamento de satélites nos açores", são dois dos muitos títulos que lemos nos jornais portugueses com reflexos nos de cá.
Entretanto, nem todos os marienses estão entusiasmados, com os núncios que até refere o lugar escolhido para implantação das suas infra-estruturas - Malbusca - a contestação começa a fazer-se sentir. Os marienses, interrogam-se sobre o que lhes pode esperar principalmente quanto ao ambiente,
Manuel Heitor, o ministro português da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, coadjuvado por Gui Menezes Secretário Regional do Mar, adiantando entretanto o concurso internacional para instalar a chamada "base espacial nos Açores" que estará pronta para lançar os primeiros satélites em 2021.
De nossa opinião não seria demais mesmo já num processo adiantado como parece estar Programa Internacional de Satélites do Atlântico, um esclarecimento cabal ao povo mariense que o merece.
Só assim a Democracia será exercida e poderão os responsáveis políticos açorianos fazer um acto de contrição pela sua subserviência a quem teimosamente quer continuar "a por e dispor" do que pertence por ao nosso povo. O POVO AÇORIANO".
Os Açores têm capacidade de auto-governação, quanto baste e capacidade de intervenção em matéria de relações internacionais para negociar o que é seu por direito internacional. O seu território, o seu mar e o seu espaço aéreo
Pelos Açores sempre em primeiro...
"Estou firmemente convencido que só se perde a liberdade por culpa da própria fraqueza.
(Mahatma Gandhi)
José Ventura
Ribeira seca da RGD 2018-12-01
O autor por opção não acompanha o acordo ortográfico
Foto: Por Carlos Luis M C da Cruz - Obra do próprio, Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=3986145
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