Os Estados Unidos informaram o Governo do Reino Unido sobre a sua decisão de declarar a Guarda Revolucionária Iraniana como uma "organização terrorista global", segundo informa hoje (16) o jornal "The Guardian".
Apesar de o próprio Irã ser rotulado como "Estado patrocinador do terrorismo" pelo Departamento de Estado americano, esta seria a primeira vez que uma força militar nacional seria descrita como um grupo "terrorista".
Se os EUA incluírem a Guarda Revolucionária do Irã na lista dos países e grupos considerados terroristas será feito um passo na direção de uma ação militar contra Irã.
O Governo do presidente George W. Bush tenta assim pressionar o Irã a renunciar à sua suposta ambição de obter armas atômicas e deixar de apoiar o Hisbolá, o Hamas e outros grupos que os EUA também consideram terroristas.
Segundo o "Guardian", a decisão significa que voltou a crescer a influência dos "falcões" da administração americana. Reunidos em torno do vice-presidente Dick Cheney, eles enfrentam a oposição dos "pombos", como a própria Rice e o chefe do Pentágono, Robert Gates.
Cheney tem anunciado repetidamente sua frustração pela falta de progressos no campo diplomático. Ele defende uma eventual ação militar contra o Irã.
O Ministério de Relações Exteriores iraniano reagiu à atitude americana, que chamou de "propaganda e operação psicológica", segundo as informações da Efe.
O plano americano também é influenciar o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Dois membros permanentes do órgão (China e Rússia) se opõem a reforçar as sanções contra o Irã.
Se o Conselho não mudar de atitude, os EUA poderão atuar unilateralmente.
A Guarda Revolucionária Iraniana conta com 125 mil integrantes. Foi formada depois da revolução iraniana em 1979 e então assumiu um papel importante durante a guerra lançada contra o Irã por Saddam Hussein, durante a qual desenvolveu o conceito do ataque onda-humana.
A Guarda Revolucionária forma uma parte separada, porém significativa, das Forças Armadas iranianas, com deveres nos setores de proteção de fronteira e segurança interna.
Mas a unidade também opera os mísseis balísticos iranianos e, acredita-se, também tem um papel no campo nuclear. Além disso, controla a propriedade parcial ou completa de companhias petrolíferas, hotéis e outros negócios, que serão afetados pela decisão dos EUA.
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