Bolívia e Venezuela assinaram esta sexta-feira (10) um acordo sobre a criação da empresa petroleira binacional mista Petroandina, que começara a operar na exploração de hidrocarbonetos no norte de La Paz com um investimento preliminar de 600 milhões de dólares, informa a agência AFP.
Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, assinaram o documento que faculta à PDVSA (Venezuela) e YPFB (Bolívia) desenvolver planos de prospecção e produção de petróleo inicialmente num bolsão no norte de La Paz.
O acordo enérgico, cujos termos não foram divulgados de imediato, estabelece que a empresa estatal boliviana YPFB terá 60% da participação acionária, segundo declarou o ministro de hidrocarbonetos boliviano, Carlos Villegas.
O presidente venezuelano incentivou o presidente Morales e seu governo a impulsionar o nascimento de mais empresas mistas binacionais, por exemplo no campo petroquímico para aproveitar e industrializar as riquezas do país andino, calculadas em 1,33 bilhão de metros cúbicos de gás natural, a segunda mais importante da região, depois da Venezuela.
Chávez destacou que ele, em seu país, desenvolveu a política de recuperar os hidrocarbonetos e que, por isso, o chamam de "ditador", mas enfatizou que esse tipo de designação não o intimidam. "Que me continuem me chamando de ditador; eu cumpro com a responsabilidade que o povo venezuelano me entregou e nada me fará mudar nesse empenho", afirmou.
O presidente venezuelano disse que a política de recuperar as riquezas na Bolívia e Venezuela motivaram que surjam "conspirações internas e externas" contra os dois governos, apesar de não identificar a origem desses supostos movimentos.
Morales, por sua vez, elogiou o apoio dado pelo governo Caracas, assim como o apoio pessoal de seu colega venezuelano.
"Ele nos orienta, muito obrigado, companheiro Chávez", afirmou.
Chávez e Morales também assinarão acordos, junto com o presidente argentino Néstor Kirchner, nesta sexta-feira na cidade de Tarija, referentes ao fortalecimento da Organização de Países Produtores e Exportadores de Gás do Sul (Opegasul).
Os presidentes da Bolívia e da Venezuela planejam assinar posteriormente, no Chapare boliviano (centro) um convênio para a construção de uma fábrica termoelétrica de 80 milhões de dólares.
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