Lula no G8 falará sobre bio-combustíveis

O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, um dos chefes de Estado convidado para se encontrar com os líderes do G8 ( Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Japão, Rússia, e ainda o presidente da Comissão Europeia), reunidos de quarta a sexta-feira  irá tentar convencer os países ricos das vantagens da utilização de bio-combustíveis e da necessidade da liberalização do comércio mundial de produtos agrícolas.

Os europeus, liderados pela chanceler alemã, Angela Merkel, estão a tentar que o G8 concorde com o lançamento de conversações que incluam metas vinculativas de redução de emissões de gases nocivos para o planeta na conferência das Nações Unidas que terá lugar em Bali (Indonésia) de 04 a 13 de Dezembro próximo.

Merkel também gostaria que a Cimeira do G8 chegasse a acordo para limitar em dois graus Celsius o aumento de temperatura global permitido, em relação a 1990, e um corte para metade dos gases com efeito de estufa, até 2050.

Os Estados Unidos manifestaram a oposição a esta proposta, mas receando o isolamento total na Cimeira, o Presidente George W. Bush lançou na passada sexta-feira uma iniciativa em que propõe um novo ciclo de negociações sobre o clima.

Trata-se de reunir os 10 a 15 países responsáveis por mais de 80% das emissões de gases com efeito de estufa (entre eles também estão a China e a Índia) para «aspirar» a um «objectivo global a longo prazo» de redução das emissões, segundo a Casa Branca.

Angela Merkel reconheceu domingo que o G8 não irá chegar a qualquer compromisso sobre metas vinculativas de redução das emissões de gases com efeito de estufa mas considerou «um resultado novo e importante» se os oito países mais ricos concordarem em realizar negociações no quadro das Nações Unidas.

Um alto funcionário europeu envolvido nas negociações sublinhou a importância de Washington concordar com a «necessidade de fazer alguma coisa rapidamente» e o G8 de «dar uma mensagem na direcção certa».

A nova redacção do projecto da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o Kosovo também deverá ser um motivo de divisão entre os países do G8, sendo previsível que a Rússia manifeste insatisfação em relação à forma como a questão está a ser tratada.

Moscovo apoia a Sérvia na oposição à quase independência da província do Kosovo pretendida pelos países ocidentais e considera que o caso poderá ser um precedente internacional «perigoso» e com «consequências imprevistas».

O G8 deverá também enviar um «claro sinal» ao governo do Irão para que ponha termo ao programa nuclear - que inclui o enriquecimento de urânio susceptível de permitir a construção da bomba atómica -, sob pena do agravamento das sanções no Conselho de Segurança da ONU contra Teerão.

Os líderes do G8 deverão, por outro lado, renovar o empenho em apoiar África, sublinhando a importância dos países deste continente melhorarem os direitos humanos e o respeito pelos valores democráticos e a boa governação.

A Cimeira também deverá aprovar uma declaração a incentivar a finalização com sucesso do ciclo de conversações, ditas de Doha, para a liberalização do comércio mundial.

Por outro lado, os líderes do Brasil, México, China, Índia e África do Sul foram convidados para se deslocar a Heiligendamm para consultas no quadro de um «diálogo alargado».

Lula da Silva irá, assim, defender o aumento da utilização de biocombustíveis (etanol e biodiesel), produtos que o Brasil produz, por parte dos países mais ricos.

Segundo fontes brasileiras, Lula da Silva tenciona salientar a ligação existente entre as questões relacionadas com as alterações climáticas, a energia e a luta contra a pobreza.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, participa nas conversações do G8 como um membro efectivo apesar de não representar um país mas sim uma organização supranacional.

Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter

Author`s name Lulko Luba