Os franceses elegeram este domingo (06) Nicolas Sarkozy candidato da direita, como seu presidente. Recebeu 53,06% dos votos no segundo turno de ontem e deverá tomar posse no próximo no dia 16. A candidata socialista, Ségolène Royal obteve 46,94%.
Ela telefonou a seu adversário para felicitá-lo, dois minutos depois do encerramento da votação em Paris e do anúncio das projeções. Minutos antes, no entanto, estava claro que Nicolas Sarkozy seria eleito. A Polícia anunciou o fechamento de quatro estações de metrô nas imediações da Praça da Concórdia, onde um palanque começava a ser armado para os festejos do eleitorado conservador. Caso Ségolène fosse vitoriosa, seus eleitores teriam se reunido na Praça da Bastilha - onde, no fim da noite, de 200 a 300 jovens que gritavam lemas contra Sarkozy jogaram pedra na Polícia e foram reprimidos com gás lacrimogêneo.
Manifestantes semelhantes ocorreram em Lyon, Marselha, Lille, Toulouse, Bordeaux e Clémont-Ferrand. Seis carros foram queimados em dois subúrbios de Paris. O presidente eleito fez seu primeiro pronunciamento na sala Gaveau, imediações da Avenida dos Champs Elysées, auditório habitualmente usado para a música erudita.
Sarkozy promete uma verdadeira revolução, em que os franceses vão ser chamados a participar. Um crescimento económico acima dos 2% ao ano, a diminuição da dívida pública para 60% e a redução de um desemprego crónico que já atinge 22% dos jovens não poderão ser tarefas apenas do Presidente.
Para que isso aconteça, Sarkozy propõe-se combater a semana de 35 horas de trabalho, baixar os impostos e controlar a despesa pública, diminuindo o peso do Estado e impulsionando a modernização da administração pública. Esta tarefa deverá começar já em Junho, de forma a poder contribuir para a vitória da direita e do centro-direita nas legislativas previstas para julho.
Sarkozy vai fazer uma espécie de contra-relógio que promete alterar o modelo da governação francesa.
O Presidente em França terá tendência a assumir o papel de motor das reformas de que, segundo ele, o país precisa, deixando de se resguardar, como era tradicional, por trás de um primeiro-ministro e de um Governo que cumpriam as suas instruções. Diante de partidários entusiastas e pela última vez com o slogan de campanha diante dos microfones - ´juntos tudo se torna possível´´, afirmou ter respeito por ´madame Royal e por suas idéias´´.
Respeitá-la, disse ainda, é ´respeitar os milhões de franceses que por ela votaram´´. Afirmou que os eleitores votaram por mudanças e para ´reabilitar o trabalho, a autoridade, a moral, o mérito e o respeito´´. ´Quero honrar a nação e a identidade nacional.´´ Sua mensagem também se endereçou aos EUA, ´que podem contar com nossa amizade´´, e que devem compreender que ´os amigos podem pensar de um modo diferente´´.
Lamentou que os EUA façam obstáculo às medidas contra o aquecimento global, em combate que deveriam liderar. Ségolène Royal aguardou os resultados no terceiro andar de seu comitê eleitoral.
A França já tem um novo presidente. Mas não sabe se tem primeira-dama. Cécilia Ciganer Albeniz Sarkozy, 49, uma mulher charmosíssima, 20 centímetros mais alta que o marido, teve um papel discreto durante a campanha eleitoral. Mas ninguém sabe se ela ainda está ao lado do presidente eleito francês.
Cécilia, descendente de judeus romenos e espanhóis - bisavô do lado materno é o compositor Isaac Albeniz - é objeto de informações desencontradas. Separou-se há dois anos do marido e se instalou em Nova York com o empresário Richard Attias. Ao mesmo tempo, Sarkozy passou a ter publicamente um namoro com uma jovem repórter do ´Le Figaro´´.
O casal se reconciliou no ano passado. Mas Cécilia achava de mau gosto desempenhar o papel de mulher de candidato.
Não apareceu de mãos dadas com ele nos comícios. Ontem, ao contrário do primeiro turno, não o acompanhou quando ele foi votar. À noite, porém, apareceu na festa da vitória. Na sexta-feira, na rede de TV France-2, três biógrafos de Sarkozy abordaram o assunto.
Um deles qualificou Cécilia como a grande eminência parda da campanha. Ao ´New York Times´´, que lhe perguntou como ela se imaginaria dentro de dez anos, Cécilia respondeu que estaria no Central Park, de Nova York, correndo para se manter em forma. Estudante de piano e ex-modelo, ela se casa em 1984 com Jacques Martin, conhecido apresentador de TV. Por coincidência, quem formalizou o matrimônio - na França o casamento civil é feito pelos prefeitos- foi Nicolas Sarkozy, em Neuilly.
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