Cada ano o Departamento de Estado norte-americano edita sua obra de nome O relatório anual sobre o respeito aos direitos humanos no mundo, que faz avaliações unilaterais, desrespeitosos e intervencionistas e demonstra as pretensões dos Estados Unidos de ser um juiz mundial. O relatório deste ano públicado nos primeiros dias de março foi rejeitado no mundo.
O documento foi rechaçado imediatamente e a chancelaria brasileira afirmou que não reconhecia a legitimidade de relatórios elaborados unilateralmente por países que se baseiam em critérios domésticos e segundo a inspiração política.
"Atitudes e avaliações unilaterais sobre tais temas são inadmissíveis, pois contrariam o princípio de universalidade e de não seletividade dos direitos humanos", destacou o texto brasileiro.
Por sua vez, o governo do México, segundo declarações do ministro de governação, Francisco Ramírez, exigiu respeito para seu país. Declarou à imprensa que se as autoridades de sua nação decidissem fazer um estudo sobre a situação dos direitos humanos nos EUA, "não se sairão muito bem".
Em Caracas, ao comentar o assunto, o defensor do povo da Venezuela, Germán Mundarín, disse que o governo dos EUA utiliza os direitos humanos para "estigmatizar países que discordam de sua política".
Assinalou que "a condição essencial para falar de direitos humanos é o compromisso com a paz", tudo ao contrário do que Washington faz.
"O governo mais belicista do mundo não tem moral para falar de direitos humanos. O que acontece no Afeganistão e no Iraque envergonha a humanidade e demonstra que o governo norte-americano é incivilizado", expressou.
O texto de Washington merece a mesma credibilidade que "uma enciclopédia escrita por Al Capone".
De sua parte, o governo boliviano, através de seu vice-ministro de Justiça, Renato Pardo, entrevistado pela agência EFE, mostrou-se indignado pelas opiniões estadunidenses, que considerou interessadas, qualificando o relatório de "desconsiderado" e alheio à realidade.
O governo português também não reconheceu legitimidade ao Departamento de Estado norte-americano para fazer comentários sobre os direitos humanos em Portugal.
A reacção do MAI surge na sequência do relatório do Departamento de Estado norte-americano, o qual aponta críticas a Portugal, nomeadamente abusos das forças de segurança, más condições das cadeias, recurso excessivo da prisão preventiva e tráfico de mão-de-obra estrangeira e de mulheres.
Em declarações à agência Lusa, fonte do gabinete do MAI disse que o "governo português não reconhece legitimidade ao Departamento de Estado norte-americano para fazer comentários sobre os direitos humanos em Portugal".
O governo chinês, por seu lado, rejeitou as opiniões norte-americanas sobre os direitos humanos nesse país e considerou que não têm fundamento.
"Desejaríamos aconselhar os EUA a se preocuparem mais pelos direitos humanos em seu país e que deixem de se intrometerem nas políticas internas de outros países", declarou o porta-voz da chancelaria, Qin Gang.
A China publicou seu relatório sobre a situação dos direitos humanos nos EUA.
Elaborado pelo Conselho de Estado (Executivo), o " relatório destaca as agressões militares americanas a outros países, com o Iraque como capítulo principal.
Também cita a violência interna, o racismo e as violações em nome da guerra contra o terrorismo.
A Rússia também criticou fortemente a política de dupla moral dos Estados Unidos. O presidente do Comitê da Duma, Konstantin Kosachev, sublinhou que o relatório não menciona as violações dos direitos fundamentais que os Estados Unidos cometem na prisão de Guantánamo ou nos cárceres secretos da CIA na Europa, nem a ocupação do Afeganistão e do Iraque.
Ficou demonstrado que a atitude dos EUA de culparem outras nações de seus desaforos e suas violações flagrantes dos direitos humanos resultou num bumerangue e no fortalecimento da defesa da soberania de muitos governos do mundo, aumentando o sentimento antiimperialista de diversos setores sociais e políticos.
Com Agências
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