Uma decisão do Governo espanhol revoltou a oposição e as associações de vítimas do terrorismo no país. O governo anunciou ontem, que o preso da ETA José Juana Chaos vai cumprir em casa o restante da sua pena de pouco mais de um ano de prisão, em regime "atenuado", para "evitar a sua morte".
Esta decisão levou o etarra a abandonar a greve de fome em que se encontra há 115 dias, em protesto pela condenação por ter escrito dois artigos independentistas no jornal basco "Gara". Um dos dos mais temidos integrantes do grupo separatista basco ETA, De Juana estava preso há mais de 18 anos , depois de ter sido condenado por 25 humicídios ocorridos nos anos 80 na Espanha.
O ministro do Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, explicou que assume, "pessoalmente", a decisão de fazer sair Juana Chaos da cadeia. Reconheceu que essa decisão foi "controversa", mas admitiu que se ela não fosse tomada o basco "iria morrer nas próximas semanas".
"Ainda que para alguns de nós possa parecer pouco o tempo que Juana esteve preso pelos 25 assassinatos de que foi condenado", disse o ministro espanhol, que salientou que a Constituição impõe ao Estado zelar "pelo direito à vida de todos os cidadãos" e que a "legitimidade do Estado reside em parte pelo cariz humanitário".
O Partido Popular, maior partido da Oposição, criticou a decisão, bem como a associações das vítimas do ETA. Zapatero( José Luís Rodriges , presidente esquerdista do Governo espanhol) entrará para a História como o primeiro-ministro que cedeu ao terrorismo e humilhou suas vítimas, disse Angel Acebes , secretário- geral de Zapatero.
No País Basco, tanto os socialistas locais como o Partido Nacionalista aplaudiram a decisão. "Foi acertada", disseram os primeiros. "Impecável juridicamente", acentuaram os segundos.
Ontem à noite , centenas de pessoas protestaram contra a prisáo domiciliar do terrorista em frente do Ministério do Interior em Madrid . Muita pessoas pediram a renúncia de Zapatero.
Segundo funcionários do hospital para onde o terrorista foi transferido, De Juana pesa 55 quilos e está com baixa taxa de açucar no sangue. Se não recebesse tratamento médico, entraria em coma . Ele recebe alimentação intravenosa.
O terrorista foi condenado a 3 mil anos de prisão em 1987. Mas a pena foi reduzida para 18 anos , o que faria que ele fosse solto em 2005. Depois a Justiça condenou o a mais 12 anos de prisão, dos quais precisa cumprir três . Agora , o restante da pena , de pouco mais de um ano, será cumprida em domicílio.
Fonte: ABC, Canal 26
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