Os quatro marines norte-mericanos foram acusados formalmente nos EUA, ontem (21), por homicídio e quatro outros por crimes que causaram a morte de 24 civis desarmados na cidade iraquiana de Haditha, em novembro de 2005. O Exército dos Estados Unidos anunciou a abertura dos processos depois da grande repercussão das mortes.
Na época da matança, o Exército americano divulgou que as mortes haviam sido causadas por um choque entre soldados e rebeldes locais. Depois, contudo, descobriu-se que os marines americanos mataram vários iraquianos desarmados, inclusive dentro de suas próprias casas. Entre as vítimas estavam um homem de 76 anos e uma criança de 3 anos. A ação dos soldados teria sido uma retaliação pela explosão de uma bomba na estrada perto da cidade. Um marine morreu.
O caso contribuiu, ao lado do escândalo dos abusos contra presos em Abu Ghraib, para abalar o prestígio norte-americano, atraindo condenação internacional.
O advogado de um dos acusados, o sargento Frank Wuterich, disse que ele foi indiciado em 13 acusações de homicídio. Wuterich comandava um esquadrão suspeito de ter cometido os crimes em Haditha e, segundo seu advogado, pode ser condenado à prisão perpétua.
Os outros acusados de homicídio são o sargento Sanick Del Cruz e os cabos Justin Sharratt e Stephen Tatum. Os outros quatro foram indiciados por não terem denunciado ou investigado os assassinatos.
"O relato do incidente na cadeia de comando acima foi impreciso e impontual", disse o coronel Stewart Navarre a jornalistas, anunciando os indiciamentos.
Houve dois inquéritos sobre o caso, um em torno das mortes propriamente ditas, e outro sobre a suspeita de que oficiais tentaram falsificar detalhes do incidente.
Neste ano, o presidente norte-americano George W. Bush prometeu que haveria punição a qualquer marine culpado de balear civis no Iraque. O primeiro-ministro iraquiano, Nuri Al Maliki, qualificou o incidente de Haditha de "crime terrível".
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter