Ségolène Royal foi eleita pelo partido socialista da França como sua candidata às próximas eleições presidenciais. Ségolène venceu as primárias do PS com 60,62% dos votos.
Ségolène Royal depois de conhecer os resultados manifestou que vive "um intenso momento de felicidade" pelo "impulso" que os militantes socialistas deram a sua candidatura.
"O país deseja mudança. Eu vou incarnar a mudança, vou dar-lhe credibilidade, legitimidade, essa legitimidade que hoje me foi dada." A França "vai escrever uma nova página de sua História", disse Royal.
Royal, que agradeceu "do fundo do coração" os que votaram nela e que quer se tornar a primeira presidente da França, prometeu que não frustará ninguém e que continuará sendo ela mesma.
Ségolène Royal tem 53 anos, é deputada e presidente da região de Poitou-Charentes, desde 2004. Tem uma longa carreira política tendo sido ministra do ambiente em 92/93, durante um ano. Nos governos Jospin foi ministra delegada. (Em França um ministro delegado é equivalente a um secretário de Estado com a diferença que participa em todas as reuniões do conselho de ministros.) Entre 1997 e 2000 foi ministra delegada do ensino escolar junto do ministro da Educação e entre 2000 e 2002 foi ministra delegada para a família e a infância.
Nas posições que tem assumido tem defendido: o aumento do salário mínimo e que "ninguém seja pago para não fazer nada"; a partilha do poder actualmente concentrado no presidente da república e a limitação dos mandatos; está de acordo com as políticas oficiais do PS sobre imigração e constituição europeia, tendo sido uma forte defensora do tratado; não é favorável à despenalização da cannabis; não era favorável ao casamento de homossexuais, mas em Junho passado disse que assumia o programa do PS que prevê a legalização do casamento de homossexuais, incluindo o direito de adopção; defende que os menores, com mais de 16 anos, sejam colocados num serviço de enquadramento militar com vocação humanitária logo que cometam o primeiro acto de delinquência.
É casada com François Holland, secretário-geral do PS francês, tem quatro filhos e conta com o apoio de Jacques Attali e Danielle Mitterrand, entre outros. Daniel Cohn-Bendit já anunciou que a apoia na 2ª volta.
Os jornais franceses incluiram em suas edições a notícia da escolha de Royal como candidata socialista. Ela aparece sorrindo nas fotos publicadas nas primeiras páginas.
"Le Figaro" publica um editorial prevendo que a candidata socialista será "temível" para a direita nas eleições. Para o jornal, Royal representa uma "promessa de renovação, que obrigará seus rivais masculinos a encontrar o tom certo".
Já o "Libération" ressalta que pela primeira vez uma mulher disputará a presidência da França com reais possibilidades de vitória. Os militantes de esquerda, analisa, "se preocuparam sobretudo em derrotar a direita", e assim optaram "não por quem representa melhor o partido", e sim por quem pode ganhar as eleições.
Para "Le Parisien", as primárias socialistas foram um "plebiscito" e uma "marcha triunfal" para Royal, que representa "uma página nova para seu partido". Mas alerta que agora ela terá que corrigir as imperfeições de uma campanha às vezes violenta para unir todos os socialistas.
Com Esquerda e agências
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