A comissão da ONU, liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, que investigou a violência ocorrida em Timor-Leste em Abril e Maio concluiu que o presidente timorense, Xanana Gusmão, "não ordenou ou autorizou" o grupo do major Alfredo Reinado a cometer actos criminais.
A comissão afirma ter reunido provas de que o major Alfredo Reinado e os homens sob o seu comando são suspeitos de terem cometido crimes contra a vida e as pessoas durante o confronto armado ocorrido em Fatu Ahi a 23 de Maio.
"Apesar de o Presidente dever ter mostrado maior comedimento e respeito pelos canais institucionais na comunicação directa com o major Reinado após a sua deserção (das forças armadas timorenses), o Presidente não ordenou ou autorizou o grupo armado dos homens sob o comando do major Reinado a cometer acções criminais", lê-se no sumário do relatório.
A comissão recomenda que o major Alfredo Reinado e os seus homens sejam alvo de processos criminais na sequência dos confrontes de Fatu Ahi.
ONU quer estudar possível envolvimento de Alkatiri.
A comissão da ONU recomendou também uma investigação adicional para determinar se o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri deve ser responsabilizado criminalmente pela distribuição de armas a civis.
No relatório hoje entregue ao Parlamento Nacional de Timor-Leste e divulgado no "site" na Internet das Comissão dos Direitos Humanos da ONU, a comissão adianta não ter encontrado provas que sustentassem uma recomendação para que Alkatiri seja acusado de "envolvimento pessoal" na distribuição, posse ou utilização ilegal de armas.
No entanto, a comissão adianta ter recebido informações que "levam à suspeita" de que Alkatiri sabia da distribuição ilegal de armas da polícia pelo ex-ministro do Interior Rogério Lobato.
O ex-primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri afirmou estar "razoavelmente satisfeito" com as conclusões do relatório da Comissão Especial de Inquérito Independente da ONU sobre a violência ocorrida em Timor-Leste em Abril e Maio deste ano, hoje divulgado em Díli.
"Ainda não li o relatório no seu todo (...), mas na parte que me toca posso dizer que estou razoavelmente satisfeito", afirmou Alkatiri, em declarações à Lusa e à RTP, informa Público.
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