O Supremo Tribunal japonês confirmou hoje a pena de morte por enforcamento para o fundador e guru da seita Verdade Suprema, Shoko Asahara, responsável pelo ataque com gás sarin no metro de Tóquio em 1995 que matou 12 pessoas.
Asahara teve na sexta-feira sua apelação contra a pena de morte rejeitada pelo Supremo Tribunal. Asahara, cujo nome verdadeiro é Chizuo Matsumoto, foi considerado culpado pela liberação de gás sarin no metrô de Tóquio.
Doze pessoas morreram e milhares passaram mal. Ele foi condenado à morte por um tribunal de Tóquio em fevereiro de 2004, por assassinato e tentativa de homicídio. O ataque fez com que cerca de 5.500 pessoas se sentissem mal. O gás sarin, um gás nervoso letal, foi desenvolvido pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, mas não foi usado por eles.
O Japão não anuncia com antecedência as datas das execuções, por enforcamento.
O ataque e as imagens dos corpos nas plataformas de metrô, e de soldados com máscaras de gás isolando as estações de Tóquio, assustaram os japoneses e acabaram com a imagem de segurança que o país tinha de si próprio.
"Esperei bastante por esse veredicto de pena de morte. Já passou muito tempo", disse Shizue Takahashi, de 59 anos, representante da Associação das Vítimas do Incidente com o Sarin no Metrô. Ela perdeu o marido no ataque.Asahara, que é quase cego, também foi considerado culpado em outros casos, incluindo uma série de crimes em que 15 pessoas morreram.
Filho de um fabricante pobre de tatames, Asahara se formou numa escola para cegos e trabalhou como acupunturista e especialista em medicina chinesa no início dos anos 1980.
Mais tarde, estudou ioga e fundou uma escola para ensiná-la. Acabou criando o culto em 1987, misturando a meditação budista e hindu com ensinamentos apocalípticos.
Asahara previa que os Estados Unidos atacariam o Japão e que o país se transformaria num depósito de lixo atômico. Seus seguidores levavam uma vida comum ascética e realizavam ritos como tomar água e depois vomitar para se "purificar".
Em seu auge, o culto reuniu pelo menos 10.000 pessoas no Japão e no exterior, incluindo alguns estudantes de áreas científicas das melhores universidades japonesas. Buscas realizadas depois dos ataques no metrô, nos complexos da seita aos pés do monte Fuji, revelaram estoques de equipamentos de alta tecnologia e substâncias químicas perigosas.
A Aum Shinri Kyo, que admitiu o envolvimento nos ataques com gás sarin, depois mudou seu nome para Aleph, a primeira letra do alfabeto hebraico. Seus líderes insistem que o culto hoje é inofensivo, mas as autoridades japonesas ainda mantêm os mais de mil membros sob forte vigilância.
Com esta sentença do Supremo tribunal japonês ficam esgotados todos os recursos judiciais possíveis.Assim, Shoko Asahara, de 51 anos, será executado por enforcamento, tal como tinha sido condenado pelo Tribunal Provincial de Tóquio, a 27 de Fevereiro de 2004.
Com Reuters
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