O meio-campista brasileiro Kaká conquistou o troféu Bola de Ouro, o título de melhor jogador do mundo segundo o júri da revista especializada "France Football". Com 444 pontos, o jogador do Milan, da Itália, tornou-se o quarto brasileiro a erguer o troféu - após Ronaldo (1997 e 2002), Rivaldo (1999) e Ronaldinho Gaúcho (2005). O português Cristiano Ronaldo, com 277 pontos, e o argentino Lionel Messi, com 255, completaram a lista dos primeiros colocados.
A divulgação do prêmio aconteceu em meio ao programa "Telefoot", da emissora de televisão francesa TF1. Sentado em meio a uma platéia formada de jogaderes de futebol em atividade e aposentados, dirigentes de clubes e convidados, Kaká foi desde o início da transmissão o centro das atenções. Embora os apresentadores se esforçassem para manter o suspense, a presença de diversos dirigentes do Milan indicava seu favoritismo.
Às 11h13 de Paris (8h13 no horário de Brasília), um clipe com os 30 melhores jogadores do mundo foi exibido. Vários brasileiros, então, se sucederam na lista: Rogério Ceni, goleiro do São Paulo, apareceu como o 27º colocado; Daniel Alves, lateral-direito do Sevilha, alcançou o 15º lugar; Ronaldinho Gaúcho, atacante do Barcelona, ficou pela primeira vez fora do top 5, apenas em 12º; Robinho, atacante do Real Madri, foi 9º. Quando o vídeo se aproximou das primeiras posições, houve um breve instante de suspense. Então, se sucederam Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, respectivamente como 3º e 2º colocados. Restava o laureado.
Com um forte acento francês, o apresentador arriscou: "Ricardô Izecsôn dos Santôs Leitê, Kaká, 25 anos, atleta do Milan, campeão europeu de clubes de 2007." Talvez pela falta de surpresa - ele já havia sido comunicado do prêmio pelos organizadores -, Kaká não se mostrou emocionado. Em sua primeira declaração, agradeceu a Deus, à esposa e aos pais.
"Este prêmio consagra um ano muito especial para mim", disse, não muito à vontade no palco. A seguir, lembrou seu clube e os torcedores do Milan e da seleção brasileira. "A única forma de ganhar um prêmio como o Bola de Ouro é participar de uma equipe vencedora." Mais de uma vez, os apresentadores destacaram sua atuação decisiva para a conquista da Copa dos Campeões de 2007, campeonato do qual Kaká foi artilheiro.
Elogios das estrelas
Primeiro atleta a vencer o troféu na "era globalizada" do Bola de Ouro - neste ano, 25 mil pessoas votaram em 60 mil jogadores profissionais de todos os continentes -, o exsão- paulino assistiu então a um cortejo de astros elogiosos. Zinedine Zidane foi breve: "Kaká é um jogador excepcional, que obteve conquistas importantes pelo Milan."
Sucederam-se depoimentos de Cafu, Ronaldo Nazário - totalmente esquecido na lista - e Dida. Um dos pontos altos foi o testemunho de Raí, ainda hoje ídolo do Paris Saint- Germain. "Os papéis se inverteram e hoje eu tenho o prazer de ver o Kaká jogando. Parabéns de um admirador", disse o ex-craque.
Minutos depois, na concorrida entrevista coletiva que concedeu ainda na sede da TF1, o laureado responderia. "Raí era o grande ídolo do São Paulo quando eu dava meus primeiros passos no futebol. Ele me inspirou muito", afirmou, guardando palavras elogiosas também para Ronaldo, atual companheiro de Milan.
Juninho Pernambucano, meia do Lyon, e Leonardo, hoje dirigente do Milan, completaram o rol de brasileiros ouvidos. "Sua classe faz a diferença", disse o ex-la- Brasileiro superou Lionel Messi e Cristiano Ronaldo e conquistou o título de melhor jogador do mundo, segundo a revista especializada "France Football" teral do Flamengo. Outro a tecer elogios foi Gérard Ernauldt, diretor de redação da "France Football", que se mostrou deslumbrado com a técnica do brasileiro. Com a vitória de Kaká, o Brasil passou a contar cinco dos últimos 11 prêmios distribuídos pela revista.
De contrato renovado com o Milan e frente ao presidente de seu clube, o italiano Adriano Galliani, Kaká foi direto ao responder sobre a possibilidade de uma transferência futura para o Real Madrid. "O Milan é um excelente clube. Estou muito feliz em Milão e não tenho razões para sair." Galliani respondeu: "É um jogador e um homem fantástico. E que continuará conosco."
Sem mencionar sua possível vitória no prêmio de melhor jogador do mundo da Fifa, Kaká limitou-se a projetar o futuro dentro dos campos. Para ele, vencer o Mundial Interclubes no Japão, do qual também participa, entre outros, o argentino Boca Juniors, campeão da Libertadores, é o desafio da vez. "Estamos nos preparando para a partida ao Japão. Ganhar esse mundial seria realmente a consagração."
Fonte Agência Estado
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter