Por 4 a 2, a seleção brasileira venceu os Estados Unidos, ontem, em Chicago. Mas se repetir o mesmo nível técnico durante a disputa das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, a torcida brasileira pode esperar por muito sofrimento nas 18 rodadas previstas, segundo o Estado de São Paulo . O placar não refletiu a apagada atuação da equipe de Dunga, falha na defesa, sem criatividade no meio-de-campo e apática no ataque para sair da marcação adversária. Antes da estréia nas Eliminatórias, dia 14 de outubro, diante da Colômbia, em Bogotá, Dunga tem mais uma chance de aprimorar a equipe. Na quarta-feira, em Boston, o adversário será o México.
A marcação norte-americana com duas linhas de quatro, bem ao estilo britânico, atrapalhou as ações de Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho no início do jogo, além do gramado bastante ruim do Soldiers Field, utilizado mesmo para a prática do futebol americano.
O Brasil ficou mais com a posse de bola, mas não conseguia furar o bloqueio adversário. Aos 8 minutos, um belo passe de Ronaldinho Gaúcho achou Afonso por trás da zaga. O atacante mostrou qualidade para dominar a bola, mas não levou sorte na hora da finalização e acertou a trave de Howard. Outra boa jogada só aos 16 minutos, com uma tabela entre Robinho e Ronaldinho, que não deu em nada.
Os Estados Unidos até conseguiram roubar várias bolas, mas não sabiam o que fazer. A solução foi alçar bolas na área. De preferência no escanteio. E foi desta forma que o placar foi aberto aos 20 minutos. Bocanegra, no meio de cinco defensores brasileiros, conseguiu desviar de Doni.
A seleção brasileira sentiu o gol e mostrou abatimento. Em seguida, passou a ficar irritada com a forte marcação, principalmente Robinho, que discutiu duas vezes com os zagueiros. Os Estados Unidos não tinham vergonha em fazer faltas. Em uma delas, aos 27 minutos, Ronaldinho colocou na cabeça de Afonso. A cabeçada saiu certeira, mas Howard mostrou elasticidade.
Entusiasmados, os norte-americanos foram para o ataque e deixaram espaço para o Brasil nos contragolpes. Em jogada rápida e eficiente de todo o ataque, Kaká, livre, chutou em cima de Howard. No rebote, a bola bateu em Onyewu e foi para as redes: 1 a 1.
O Brasil até poderia ter virado o placar na frente. Robinho fez grande jogada pela esquerda e foi derrubado pelo zagueiro Onyewu. O juiz mexicano, além de não marcar pênalti, ainda deu cartão amarelo para o camisa 11 brasileiro.
O campo está atrapalhando a nossa habilidade, disse Gilberto Silva, no intervalo. O gramado em Chicago é ruim, mas não o único culpado da má atuação brasileira, que se seguiu no segundo tempo.
A sorte dos comandados de Dunga foi terem achado o gol de Lúcio, logo aos sete minutos. O capitão apareceu bem para cabecear, após escanteio bem cobrado por Ronaldinho Gaúcho.
Com a vantagem, o time voltou a ficar sonolento e a bola só ficou com os Estados Unidos. O empate veio aos 27, com Dempsey. Mas o talento e a sorte voltaram a ajudar o Brasil. Em boa cobrança de falta de Ronaldinho Gaúcho, o terceiro gol. Os norte-americanos, cansados, não tiveram força para buscar novo empate e ainda sofreram o terceiro de pênalti, sofrido por Júlio Baptista e cobrado por Elano aos 46 minutos.
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