O técnico Luiz Felipe Scolari já sabe quando deixará o comando da Seleção Portuguesa. Em entrevista ao jornal Record, ele disse que pretende encerrar o atual ciclo em 2008, após a Eurocopa. Tudo tem um tempo, especialmente o trabalho de um treinador. Pela minha experiência, digo que ainda estamos dentro desse tempo limite de trabalho, que é de cinco ou seis anos, afirmou.
Apesar do ótimo relacionamento que tem com os jogadores, o treinador acredita que problemas podem surgir depois de um determinado tempo. Depois desse período, as coisas ficam mais difíceis. Criam-se hábitos e vínculos com os jogadores que podem fazer com que as coisas deixem de funcionar. Muitos atletas conhecem demais o treinador, já sabem os hábitos e o jeito de motivar o grupo. Nós não conseguimos mais usar todo o potencial deles, justificou.
Quando encerrar seu vínculo com a Seleção Portuguesa, Felipão ainda não sabe o que fará. Mas, claramente, sua preferência é permanecer na Europa. Posso ficar aqui, ir para outro país europeu, voltar ao Brasil... Eu não sei. Terei um vínculo com Portugal porque meu filho mais velho está terminando o curso de Direito e vai ficar em Portugal. Pode ser que se que não fique em Portugal, mas talvez me mantenha na Europa.
Outra decisão que não está tomada é se treinará um clube ou uma seleção. Segundo ele, não há preferência. Só o que o treinador admitiu é que recentemente houve um contato com o Benfica, e o acerto esteve muito próximo. As negociações estiveram bem encaminhadas. Chegamos a discutir as bases de um contrato, verbas e duração. Só que alguém não respeitou o princípio do sigilo e deu uma declaração precipitada e mentirosa. O assunto morreu por decisão minha, contou, sem revelar quem foi o traidor.
O técnico recebeu o prêmio das mãos de Artur Agostinho, que dá nome à homenagem. Agradeço do fundo do coração este prêmio. Sei que representa o reconhecimento não do meu trabalho, mas o de todos os homens da seleção no Mundial, disse o brasileiro, que comandou a seleção lusa ao quatro lugar na Copa do Mundo da Alemanha.
Felipão falou também sobre a possibilidade de convocar o zagueiro brasileiro Pepe, do Porto, que está tirando a cidadania portuguesa. No caso do Pepe, o que muita gente quer é, mais uma vez, confusão. Eu não tenho de fazer juízos políticos, tenho apenas de chamar qualquer jogador que tenha a nacionalidade portuguesa, comentou.
O treinador vê perseguição de parte da imprensa quando decide chamar compatriotas, com foi o caso do Deco. O Pepe, e falo nele porque é motivo de conversas agora, é tão português como o Nélson, do Benfica, que nasceu em Cabo Verde, mas ninguém questionou quando o chamei, exemplifica.
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