Aumento Anunciado da Desigualdade Social no Brasil

Aumento Anunciado da Desigualdade Social no Brasil

ONU apresenta mais um entre tantos subprodutos criminosos da tal Ponte para o Futuro de Temer, fantoche das classes dominantes e do regime de Washington, que foi capaz de enganar apenas seres que insistem raivosamente em ser pensados ao invés de pensar, os perpetuos imbecilizados pela grande imprensa que glorifica os iguais, a estupidez e a ignorância. Pois aí está... Mais um desservico ao povo brasileiro por parte das elites e mentalidades elitistas em geral, cujos segmentos, aos milhões, nem sequer entendem o conceito "desigualdade social".

Edu Montesanti

 

O Brasil continua estagnado nos indicadores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), e desce ladeira abaixo no quesito desigualdade social segundo recente relatorio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

De acodo com o estudo Indicadores e Índices de Desenvolvimento Humano: Atualização Estatística 2018, lançado mundialmente na sexta-feira (14/9) pelo Pnud, em IDH o Brasil  mantém a mesma posição que ocupava em 2016, 79 entre 189 países.

Com valor de 0,759, mais esta "conquista" da Ponte para o Futuro" de Michel Temer e afins que enganou apenas os mais idiotizados pelos grandes meios de idiotização das massas, representa um "avanço" brasileiro de 0,001 em relação a dois anos atrás.

Na América do Sul, o Brasil situa-se atrás de Chile, Argentina, Uruguai e da raivosamente atacada (pelas oligarquias nacionais) Venezuela em IDH, que leva em conta níveis de expectativa de vida, e indicadores envolvendo educação e renda média per capita. No primeiro caso, o Brasil melhorou um pouco, No segundo, encontra-se estagnado e no último, enfrenta acentuada deterioração, para alegria das velhas oligarquias nacionais que sustentam a grande imprensa.

O gigante "bobão" sul-americano caiu 17 posições em desigualdade social, alarmante aumento da concentração de renda que leva o País a ocupar vexatoriamente a nona ultima posição do mundo neste quesito, a frente, na região, apenas de (pasmem!) Paraguai e Bolívia.

Fausto Augusto Junior, economista e professor da Escola Dieese de Ciências do Trabalho, observa que tais indicadores revelam um sério desafio ao Pais: "O Brasil precisa encarar a questão da desigualdade com uma poliitica efetiva de redução. Isso significa passar por distribuição de renda, passar por aumentar os impostos dos setores mais ricos da sociedade, ou seja, reorganizer sua lógica de produção e distribuição da riqueza, algo que o Brasil não vem fazendo em especial desde o impeachment da Dilma".

Para Fausto Augusto, o congelamento de investimentos sociais proposto por Michel Temer e aprovado pelo Congresso no ano passado, "inevitavelmente" afetará a área da educação e, muito provavelmente também, os indicadores de saúde que, por sua vez, afetará a expectativa de vida.

"Essa desigualde, o congelamento de gastos sociais, tudo isso tende a reduzir, a longo prazo, o IDH brasileiro. Esperamos que tudo isso seja revisto", diz o economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

O Pais vinha seguindo uma trajetória de leve melhora da distribuição de renda com aumento das politicas sociais, desde a aprovação da Constituicao de 1988 especialmente durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016), interrompida com o descarado golpe parlamentar-juridico-midiático de 2016 e seu anunciado "processo regressivo", segundo Fausto Augusto.

O economista adverte para propostas de determinados candidatos a president hoje, de tentar revertar conquistas sociais decorrentes da Constituição de 88 - longe de ser progressista ao ponto do que uns tantos patrícios trombeteiam - ao propor reformá-la para algo muito mais liberal do ponto de vista econômico.

"Isso nos preocupa bastante: a Constituição de 88 deu ao Brasil uma condição muito melhor de encarar seus desafios, independentemente dos governos que aqui passaram."

Fausto garante que o próximo governo nao conseguirá governar, contudo, se for mantido o teto de investimentos públicos de Temer, apoiado pelas oligarquias nacionais.

"Precisamos de clareza de projeto, a fim de saber para onde o País vai. De preferência distribuindo renda, diminuindo a desigualdade social, uma melhora de vida da população em geral, o serviço público passa, necessariamente, cumprindo essa função."

Fausto chama a atenção para a desigualdade como problema histórico  no Pais, que atinge todos os segmentos da sociedade configurando-se um desafio na estrutura do nosso desenvolvimento econômico.

"O Brasil carrega um conjunto de mazelas, que precisa ser enfrentado. As desigualdades no Brasil são diversas. A desigualdade de gênero é uma questão importante no Brasil. A desigualdade de raça é uma questão importante. A diferença entre um homem negro é um homem branco e muito grande; entre um homem branco e uma mulher negra, é maior ainda."

Fausto chama a atenção para o fato, "escondido pela midia", de que a crise que a Argentina vem enfrentando deve-se, exatamente, ao modelo econômico neoliberal adotado pelo successor da presidenta progressista Cristina Kirchner (2007-2015), o preferido da Escola de Chicago e do proprio Temer, isto é, Mauricio Macri.

"O que estão vendendo como 'grande maravilha hoje, é o que vem acontecendo na Argentina, que esta quebrando", finaliza Fausto Augusto Junior.

Engana-se, contudo, quem imagina que apenas a via eleitoral e uma (risível) boa-vontade dos donos do poder podem trazer as mudancas estruturais que um pais altamente discriminador, desigual e corrupto como o Brasil exige.

Independentemente de quem seja o próximo presidente desta republiqueta de bananas, a sociedade organizada, unida e em pé de luta permanente é a única que pode modificar este quadro tenebroso, vencer os poucos donos deste Estado abandonado através de reformas política, judiciaria, midiática, educacional e agrária.

Uma luta por mais democracia, mais direitos e justiça social.

Viveremos e venceremos!

Foto By 2Bdea - Own work, CC BY 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=4437347

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey