Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Regional Fonte IBGE
Base: Março de 2010
Em março, indústria avança em 12 dos 14 locais pesquisados
Entre fevereiro e março, os índices regionais de produção industrial ajustados sazonalmente cresceram em 12 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE, com destaque para Paraná (18,6%), Amazonas (10,1%), Pernambuco (4,4%), Rio Grande do Sul (4,1%) e Santa Catarina (3,7%), que cresceram acima da média nacional (2,8%). Completam a lista de locais com taxas positivas: Minas Gerais (2,8%), Espírito Santo (2,2%), Rio de Janeiro e região Nordeste (ambos com 1,8%), Bahia (0,9%), Pará (0,7%) e São Paulo (0,6%). Apenas Ceará (-0,3%) e Goiás (-6,8%) apresentaram recuos neste indicador.
No confronto com março de 2009, as 14 regiões registraram taxas positivas, que refletem a aceleração no ritmo da produção e também a base de comparação retraída, decorrente dos efeitos da crise econômica internacional. As variações oscilaram entre os 45,0% do Espírito Santo e os 7,0% do Pará. Acima da média nacional (19,7%), além do Espírito Santo, destacaram-se Amazonas (39,9%), Pernambuco (25,3%), Paraná e Goiás (ambos com 23,7%) e Minas Gerais (22,4%). Os demais resultados positivos foram: São Paulo (18,4%), Santa Catarina (17,9%), Rio Grande do Sul (16,4%) região Nordeste (14,6%), Ceará (14,4%), Rio de Janeiro (11,4%), Bahia (9,5%) e Pará (7,0%).
Todos os 14 locais pesquisados avançaram no primeiro trimestre de 2010, frente ao último de 2009, com destaque para as expansões de Goiás (13,7%), Amazonas (11,6%), Pernambuco (7,6%) e Espírito Santo (7,1%). A média nacional ficou em 3,0%. Crescimento generalizado também na comparação 1º tri10 / 1º tri09. Acima da média nacional (18,1%) estiveram Espírito Santo (44,1%), Amazonas (32,3%), Goiás (26,7%) e Minas Gerais (25,3%). São Paulo cresceu exatos 18,1%.
Amazonas
Em março, a indústria do Amazonas avançou 10,1% frente ao mês anterior. Na comparação com março de 2009, alta de 39,9%, quinta taxa positiva consecutiva nesse tipo de confronto e a maior desde o início da série histórica (janeiro de 2002). Já a produção no primeiro trimestre de 2010 cresceu 32,3% frente ao mesmo período de 2009 e 11,6% na comparação com o 4º trimestre de 2009 (com ajuste sazonal). A taxa dos últimos 12 meses avançou 2,5% em março, primeiro resultado positivo desde janeiro de 2009.
A expansão de 39,9% no índice mensal teve perfil generalizado de crescimento (10 dos 11 setores pesquisados), com destaque para alimentos e bebidas (57,1%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (52,0%) e máquinas e equipamentos (105,6%).
Já no acumulado do primeiro trimestre do ano observou-se crescimento de 32,3% apoiado no desempenho de nove segmentos, com alimentos e bebidas (41,2%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (37,5%) exercendo as principais contribuições positivas sobre o índice global.
A média móvel trimestral cresceu 5,3% entre fevereiro e março, e manteve a trajetória ascendente observada desde maio de 2009.
Pará
Em março de 2010, a indústria do Pará cresceu 0,7% frente a fevereiro, quarta taxa positiva consecutiva (ganho acumulado de 7,7%). Na comparação com março de 2009, avanço de 7,0%. Quanto ao primeiro trimestre, crescimento tanto frente ao mesmo período de 2009 (7,4%) como frente ao trimestre imediatamente anterior (5,8%). A taxa dos últimos 12 meses apresenta resultado negativo (4,1%), mas segue trajetória ascendente desde novembro (-7,9%).
O crescimento de 7,0% no índice mensal ocorreu com quatro das seis atividades mostrando expansão. As principais contribuições positivas vieram de indústria extrativa (14,6%), minerais não metálicos (40,6%) e celulose e papel (25,2%).
Entre os períodos outubro-dezembro de 2009 e janeiro-março de 2010, três das seis atividades mostraram maior dinamismo, com destaque para indústria extrativa , que passou de -2,9% para 7,6%. No indicador acumulado no ano, frente a igual período de 2009, avanço em quatro ramos: indústria extrativa (17,3%), minerais não metálicos (38,3%) e alimentos e bebidas (10,1%).
A média móvel trimestral cresceu 1,9% entre fevereiro e março, e manteve a trajetória ascendente iniciada em outubro último.
Nordeste
Em março, a produção industrial do Nordeste cresceu 1,8% em relação ao mês anterior, oitava taxa positiva seguida (alta acumulada de 13,9%). A indústria do Nordeste cresceu 14,6% em relação a março de 2009 e 11,7% no acumulado dos três primeiros meses do ano. O indicador acumulado nos últimos 12 meses avançou 0,4%, mantendo trajetória ascendente desde setembro (-7,3%). No confronto com o trimestre imediatamente anterior, a indústria nordestina, ao crescer 3,9%, atingiu o terceiro trimestre de crescimento consecutivo.
O crescimento de 14,6% no indicador mensal ocorreu todas as 11 atividades pesquisadas mostrando resultados positivos, com destaque para alimentos e bebidas (16,9%), produtos químicos (9,7%), metalurgia básica (32,1%) e têxtil (19,5%).
Em bases trimestrais, a indústria nordestina acelerou o crescimento entre o 4º trimestre de 2009 e o primeiro trimestre de 2010, com todos os setores apontando ganho, com destaque para metalurgia básica (de -0,7% para 35,6%); alimentos e bebidas (de 0,5% para 3,3%) e máquinas, aparelhos e aparelhos elétricos (de -10,7% para 48,1%).
A média móvel trimestral cresceu 1,5%, décimo resultado positivo consecutivo.
Ceará
A produção industrial do Ceará de março de 2010 mostrou variação negativa de 0,3% na comparação com fevereiro. Houve crescimento de 14,4% em relação a março de 2009 e 15,6% no acumulado do 1º trimestre do ano. A indústria cearense avançou 4,4% no primeiro trimestre de 2010 frente ao 4º trimestre de 2009. O indicador acumulado nos últimos 12 meses avançou 1,5%, primeira taxa positiva desde fevereiro de 2009 (0,9%).
A alta de 14,4% no indicador mensal ocorreu com expansão em oito dos 10 setores pesquisados, com destaque para produtos químicos (79,4%), alimentos e bebidas (8,7%) e calçados e artigos de couro (15,2%). As duas influências negativas vieram em refino de petróleo e produção de álcool (-18,2%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,6%).
Na análise trimestral, entre os oito setores que ganharam dinamismo, destaques para alimentos e bebidas (-15,2% no 4º tri de 2009 para 4,7% no 1º tri de 2010), produtos químicos (de 11,9% para 53,5%) e metalurgia básica (-15,9% para 110,2%).
A média móvel trimestral avançou 0,2% entre fevereiro e março.
Pernambuco
A produção industrial de Pernambuco cresceu 4,4% em março, na comparação com fevereiro. Frente a março de 2009, crescimento de 25,3%, taxa mais elevada desde fevereiro de 1995 (44,1%). No acumulado dos três primeiros meses do ano, alta de 16,0%. O indicador dos últimos 12 meses, o crescimento ficou em 3,8%.
A alta do indicador mensal ocorreu com taxas positivas em 10 das 11 atividades pesquisadas, com destaque para produtos químicos (59,4%), alimentos e bebidas (16,0%) e metalurgia básica (41,5%).
Na análise trimestral, ocorreu aceleração do ritmo de expansão na passagem do último trimestre de 2009 (4,7%) para o primeiro de 2010 (16,0%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Contribuíram nove dos 11 segmentos investigados, com destaque para metalurgia básica (de 11,5% para 45,1%), produtos químicos (de 12,3% para 43,6%) e borracha e plástico (de -4,4% para 34,4%).
A média móvel trimestral registrou expansão de 5,2%.
Bahia
A indústria baiana cresceu 0,9% em março, na comparação com fevereiro. Frente a março de 2009, crescimento de 9,5%. O 1º trimestre de 2010 apontou avanço de 0,5% frente ao trimestre imediatamente anterior. O acumulado dos últimos 12 meses atingiu 0,7% em março, registrando a primeira taxa positiva desde janeiro de 2009 (0,8%).
A alta de 9,5% no indicador mensal ocorreu com expansões em sete das nove atividades pesquisadas e destaque para refino de petróleo e produção de álcool (13,9%), alimentos e bebidas (19,7%) e metalurgia básica (39,3%).
Na análise trimestral, houve aceleração do ritmo de expansão entre o quarto trimestre de 2009 (8,6%) e o primeiro de 2010 (13,4%), ambas as comparações contra igual período do ano imediatamente anterior. Tal movimento ocorreu em seis ramos, com maior intensidade em metalurgia básica (-7,6% no último trimestre de 2009 para 41,9% no primeiro de 2010) e refino de petróleo e produção de álcool (de 2,9% para 13,6%).
A média móvel trimestral apontou variação negativa (-0,3%).
Minas Gerais
O setor industrial de Minas Gerais cresceu 2,8% entre fevereiro e março. Já na comparação com março de 2009, a alta ficou em 22,4%. O primeiro trimestre de 2010 registrou expansões tanto em relação ao mesmo período do ano passado (25,3%) como no confronto com o trimestre imediatamente anterior (4,5%). O indicador dos últimos 12 meses ficou negativo, em -2,7%.
A alta de 22,4% frente a março de 2009 atingiu 10 dos 13 setores investigados, e se explica em grande parte pelos desempenhos de metalurgia básica (44,2%), indústria extrativa (56,4%), veículos automotores (14,7%), máquinas e equipamentos (68,1%), minerais não metálicos (19,1%) e alimentos (8,2%).
No acumulado no ano, a alta de 25,3% se explica pelos desempenhos de nove dos 13 ramos, com destaque para metalurgia básica (59,9%), indústria extrativa (57,9%) e máquinas e equipamentos (106,7%).
A média móvel trimestral avançou 2,3% entre fevereiro e março, mantendo a trajetória ascendente iniciada em março de 2009.
Espírito Santo
A indústria capixaba avançou 2,2% em março, na comparação com fevereiro. Frente a março de 2009, expansão de 45,0%, maior incremento entre os 14 locais investigados. No fechamento do primeiro trimestre, expansões tanto frente ao mesmo período de 2009 (44,1%) como em relação ao 4º trimestre de 2009 (7,1%). O acumulado dos últimos 12 meses ficou em 1,1%.
O avanço de 45,0% no índice mensal foi sustentado pelos resultados positivos na indústria de transformação (36,9%) e no setor extrativo (67,1%).
O indicador acumulado no ano avançou 44,1%, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, em função principalmente do setor extrativo (116,4%), já que a indústria de transformação reduziu o ritmo de crescimento para 24,8%.
A média móvel trimestral mostrou crescimento de 1,8% na passagem dos trimestres encerrados em fevereiro e março e manteve a trajetória ascendente iniciada em março de 2009.
Rio de Janeiro
Em março de 2010, a produção industrial do Rio de Janeiro avançou 1,8% frente a fevereiro. No confronto com o mesmo mês de 2009, expansão de 11,4%. No fechamento do primeiro trimestre de 2010, os índices mostraram crescimento tanto frente à igual período do ano anterior (13,3%) como em relação ao último trimestre de 2009 (1,0%). O acumulado dos últimos 12 meses ficou em 1,9%.
A alta na comparação março 10/março 09 foi influenciada pela indústria de transformação (16,0%), já que o setor extrativo recuou (-3,2%), assinalando o primeiro resultado negativo desde março de 2008 (-2,0%). Na indústria de transformação, vale destacar as altas em veículos automotores (74,3%) e metalurgia básica (40,0%). Por outro lado, os impactos mais importantes de queda vieram de refino de petróleo e produção de álcool (-25,7%) e minerais não metálicos (-19,0%).
No avanço de 13,3% no primeiro trimestre do ano foi sustentado pelo desempenho positivo de oito dos 13 ramos investigados, com destaque para veículos automotores (72,8%) e metalurgia básica (56,1%).
A média móvel trimestral avançou 0,4%, mantendo trajetória ascendente iniciada em março de 2009.
São Paulo
A produção da indústria paulista registrou alta de 0,6% em março, na comparação com fevereiro. Frente ao mesmo mês de 2009, observa-se crescimento de 18,4%. O 1º trimestre de 2010 indica expansões de 18,1% frente ao mesmo período do ano anterior e de 2,6% na comparação com o 4º trimestre de 2009. O acumulado dos últimos 12 meses, em trajetória ascendente desde novembro, ficou em -1,4%.
A alta de 18,4% no índice mensal é fruto dos resultados positivos em 16 das 20 atividades pesquisadas, com destaque para veículos automotores (36,9%), máquinas e equipamentos (45,9%), outros produtos químicos (33,2%), produtos de metal (49,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (40,8%), borracha e plástico (34,5%) e metalurgia básica (45,2%).
Na análise trimestral, observa-se aceleração no ritmo de crescimento da indústria paulista na passagem do último trimestre de 2009 (4,3%) e o primeiro de 2010 (18,1%), ambas as comparações contra igual período do ano imediatamente anterior. O ganho de ritmo atingiu 17 setores, com destaque para máquinas e equipamentos (de -5,2% para 37,5%), veículos automotores (de 24,7% para 39,4%), produtos de metal (de 8,5% para 56,6%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (de -40,4% para -3,7%) e outros produtos químicos (de 10,9% para 30,1%).
A média móvel trimestral aponta acréscimo de 0,8% entre os trimestres encerrados em fevereiro e março e fica positivo pelo décimo terceiro mês consecutivo.
Paraná
A indústria do Paraná subiu 18,6% em março frente a fevereiro. Na comparação com março de 2009, alta de 23,7%. Nos indicadores trimestrais, o primeiro trimestre mostrou avanço de 12,7% frente ao mesmo período de 2009 e de 5,8% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. O índice acumulado dos últimos 12 meses registrou 1,1%.
A alta de 23,7% no índice mensal ocorreu com alta em 10 das 14 atividades, com destaque para veículos automotores (54,1%), edição e impressão (47,9%) e máquinas e equipamentos (56,7%).
O indicador acumulado do primeiro trimestre do ano apontou expansão de 12,7%, com destaque para veículos automotores (67,5%), máquinas e equipamentos (44,4%) e alimentos (1,1%).
A média móvel trimestral avançou 4,1%, mantendo trajetória ascendente desde julho de 2009.
Santa Catarina
Em março, a produção industrial de Santa Catarina mostrou expansão de 3,7% frente a fevereiro. Na comparação com março de 2009, avanço de 17,9%. O 1º trimestre apresentou resultados positivos tanto frente ao mesmo período do ano anterior (12,9%) como em relação ao 4º trimestre de 2009 (2,9%). O acumulado dos últimos 12 meses ficou em -1,7%.
O crescimento de 17,9% no confronto março 10/março 09 foi explicado pelo avanço em 10 dos 11 ramos investigados, com destaque para máquinas e equipamentos (53,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (76,2%) e têxtil (20,7%).
O índice acumulado no primeiro trimestre do ano ficou em 12,9% sustentado pelo crescimento em oito ramos, com destaque para máquinas e equipamentos (43,8%).
A média móvel trimestral avançou 1,3% entre os trimestres encerrados em fevereiro e março, mantendo a trajetória ascendente iniciada em maio de 2009.
Rio Grande do Sul
A indústria gaúcha cresceu 4,1% em março, na comparação com fevereiro. No confronto com março de 2009, avanço de 16,4%. Nos índices trimestrais, os resultados foram positivos tanto no confronto com igual trimestre de 2009 (16,2%) como na comparação com o 4º trimestre do ano passado (1,0%). O acumulado dos últimos 12 meses ficou em 0,2%.
A alta frente a março de 2009 reflete o crescimento de 10 dos 14 ramos pesquisados, com destaque para máquinas e equipamentos (53,3%), veículos automotores (42,7%) e alimentos (10,2%).
Em bases trimestrais, a alta de 16,2% foi sustentada pelos ganhos de ritmo em 11 atividades, com destaque para máquinas e equipamentos (de -17,3% para 33,0%), veículos automotores (de 25,2% para 44,4%) e produtos de metal (de -3,4% para 26,1%).
A média móvel trimestral manteve-se estável entre março e fevereiro, após mostrar perda de 0,7% no mês anterior.
Goiás
Em março de 2010, a produção industrial de Goiás recuou 6,8% frente a fevereiro. Frente a março de 2009, expansão de 23,7%. No primeiro trimestre de 2010, acréscimos de 26,7% frente ao mesmo período do ano anterior e 13,7% em relação ao último trimestre de 2009. O indicador dos últimos 12 meses atingiu 7,7%.
A alta no período março 10/março 09 foi sustentada pela indústria de transformação (26,7%), por conta principalmente das expansões em produtos químicos (135,8%) e alimentos e bebidas (15,7%) que exerceram os principais impactos sobre a média global.
Em bases trimestrais, a produção goiana avançou 26,7% no primeiro trimestre do ano, ritmo mais acelerado que o do último trimestre do ano passado (4,4%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. A expansão foi sustentada pelo ganho de ritmo em três das cinco atividades, com destaque para produtos químicos (de 62,6% para 173,8%) e alimentos e bebidas (de -7,4% para 11,4%). A média móvel trimestral cresceu 2,8%.
Prof. Dr. Ricardo Bergamini
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