Verdes lamentam acidente na Linha do Douro e apontam o dedo ao abandono desta linha pelos últimos governos. O Partido Ecologista Os Verdes lamenta o acidente ocorrido esta madrugada, na Linha do Douro, o qual provocou quatro vítimas mortais e três feridos graves.
Os Verdes manifestam o seu pesar e a sua solidariedade com as famílias das vítimas.
Para Os Verdes, este acidente é a consequência da falta de investimento e do abandono ao qual a rede ferroviária nacional tem sido votada nestes últimos vinte e cinco anos e do qual a Linha do Douro é um exemplo.
Abandono e falta de investimento que traduzem não só uma falta de visão estratégica, no que diz respeito ao papel que o transporte ferroviário pode e deve desempenhar no desenvolvimento do país, mas também e ainda as cedências dos Governos destas duas décadas (PSD/PS), às pressões exercidas pelos lobbies das auto-estradas e dos transportes rodoviários.
E se bem que agora em vésperas de eleições a Tutela dos Transportes tenha vindo a anunciar alguns investimentos com o lançamento de novos concursos, nomeadamente na Linha do Douro, a visão do transporte ferroviário parece não se alterar substancialmente. O Plano Estratégico de Transportes, cuja consulta pública acabou há poucos dias, caracteriza-se por uma total ausência de estratégia, no que diz respeito ao desenvolvimento do transporte ferroviário e da rede ferroviária nacional convencional, como forma de contributo ao desenvolvimento do país. Neste documento, o transporte ferroviário convencional continua a desempenhar o papel de parente pobre e a não ocupar o lugar de destaque que os desafios ambientais, o paradigma energético e as exigências de mobilidade exigem hoje em dia.
A modernização há muito anunciada da Linha do Douro (duplicação e electrificação da via e eliminação das passagens de nível) tem marcado passo e está há anos encalhada em Caíde. É de questionar porque que só agora, em véspera de eleições, foi lançado do concurso da modernização do troço Caíde - Marco de Canaveses, assim como o concurso de eliminação das passagens de nível, quando o projecto estava em condições de avançar há anos e quando foram, nestes últimos quatro anos, sucessivamente chumbadas pelo PS, as propostas apresentadas pelos Os Verdes em sede de Orçamento de Estado/PIDDAC, para este efeito.
É ainda e também de estranhar que no Plano Estratégico de Transportes, documento que delineia as estratégias e acções prioritárias para o futuro, as propostas relativas à Linha do Douro e aos seus ramais fiquem aquém das enunciadas pela Tutela dos Transportes. Enunciando somente no que diz respeito à Linha do Douro e seus ramais, a melhoria do troço Porto Régua e a elaboração de estudos que venham avaliar os custos/benefícios no que diz respeito às Linhas do Tâmega e do Corgo. Não constando nem uma palavra sobre a Linha do Tua, nem sobre a reabertura do troço Pocinho Barca de Alva na Linha do Douro, anunciada pela Secretária de Estado dos Transportes.
O Partido Ecologista Os Verdes lamenta novamente as mortes de hoje que se vêm somar às da Linha do Tua e que são todas elas fruto do abandono e da incúria dos sucessivos Governos em relação à ferrovia nacional, muito especialmente na região Norte.
A Comissão Executiva Nacional do
Partido Ecologista Os Verdes
Gabinete de Imprensa de Os Verdes
Lisboa, 1 de Setembro de 2009
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter