Política social tira 14 milhões de pessoas da miséria e gerou sete milhões de empregos - O Bolsa Família é pago à mãe, para fortalecer a autoridade e os vínculos familiares.A exigência legal média de freqüência escolar é de 75%, mas para receber o benefício é preciso que a criança e o adolescente obtenham 85%.
O Bolsa Família é pago à mãe, para fortalecer a autoridade e os vínculos familiares.A exigência legal média de freqüência escolar é de 75%, mas para receber o benefício é preciso que a criança e o adolescente obtenham 85%.
O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Patrus Ananias, foi o entrevistado do Bom Dia Ministro, da Rádio Nacional, nesta quinta-feira (27). Patrus Ananias fez um balanço dos quatro anos de criação do MDS, falou sobre os avanços sociais e a expansão do Bolsa Família, que passa a atender adolescentes de 16 e 17 anos
Bolsa Família - "O Programa, implantado em outubro de 2003, vem sendo permanentemente aperfeiçoado. Com relação ao aumento da faixa etária, a discussão existe desde 2006. Foi debatida em todas as conferências municipais, estaduais e na Conferencia Nacional da Assistência Social. Tanto que o Cogemas, órgão que congrega os secretários municipais de assistência social, apoiou publicamente a correção do processo e a necessidade do aumento da faixa etária. O anúncio foi feito em setembro e, em outubro, o presidente encaminhou o projeto de lei para o Congresso Nacional, onde não foi votado. No final do ano, dentro do prazo legal, o presidente enviou Medida Provisória para garantir a expansão do beneficio para jovens de 16 e 17 anos.
O beneficio é pago à mãe, para fortalecer a autoridade materna e os vínculos familiares. Pesquisas mostram que é justamente nessa faixa etária que a maioria dos jovens decide seu futuro. Portanto, é uma construção coletiva q ue visa consolidar e ampliar o Bolsa Família no contexto dessa grande rede de proteção e promoção dos cidadãos pobres. Temos trabalhado de forma muito integrada com o Ministério da Educação. As famílias que recebem o benefício se comprometem a ter as crianças, e agora os adolescentes também, na escola. A exigência legal média é de 75% de freqüência escolar, no Bolsa Família ela é de 85%."
Desafios do Programa - "O Bolsa Família tem grandes realizações e conquistas, mas, como todo grande programa social, enfrenta desafios. Um deles é intensificar as ações que possibilitem a emancipação das famílias atendidas, integrar as famílias, através de capacitação profissional, com as grandes possibilidades de trabalho que estamos tendo hoje no Brasil. Estamos, inclusive, buscando parcerias com governos estaduais e municipais, empresários, igrejas e universidades."
Fiscalização do Bolsa Família - "Os casos de irregularidade são absolutamente localizados. Damos assistência no Brasil para 11 milhões de famílias pobres. Estamos falando de aproximadamente 45 milhões de pessoas, que estão sendo atendidas e promovidas. Como já foi dito anteriormente, este não é um programa isolado, integrado a outros. Temos convênio com todos os ministérios públicos estaduais e nacionais. Medidas já foram tomadas contra pessoas, uma minoria, que estejam pagando ou recebendo o benefício indevidamente. Temos também o cadastro único, cada vez mais aperfeiçoado, que é um instrumento de fiscalização. Eles identificam a duplicidade e eventuais irregularidades. Fazemos, ainda, cruzamento de dados com outros cadastros. O Banco Mundial reconhece o Bolsa Família como um programa que tem a melhor fiscalização do mundo."
Evasão escolar - "Esse é um desafio permanente, que diz respeito ao nosso ministério e ao governo federal, mas também aos governos municipais, estaduais e à sociedade, porque todos temos responsabilidades neste processo. A imprensa publicou reportagens apontando que as melhores escolas são aquelas que têm uma maior participação da sociedade. De uns 30 anos para cá, a rede pública brasileira foi bastante ampliada. O desafio agora é melhorar a qualidade do ensino e fazer com que essas escolas se tornem atraentes para as crianças e adolescentes."
Avanços sociais - "Estamos superando o assistencialismo, o clientelismo, os "pobres de cada um" ou o "quem indica", colocando a questão social no campo das políticas públicas. As pessoas entram e saem do Programa segundo critérios legais. Da mesma forma que trabalhamos com os governos estaduais e prefeituras em uma linha republicana, absolutamente suprapartidária, sempre colocando o bem comum da população acima de eventuais diferenças partidárias. Cuidar das pessoas não é assistencialismo. Organismos internacionais reconhecem o direito humano à alimentação com regularidade e qualidade. Assegurar o direito à alimentação é assegurar o primeiro degrau do direito à vida.
De barriga vazia ninguém pensa, ninguém aspira coisas melhores. Ninguém vive. As políticas sociais se integram - uma criança na escola não aprende se não tiver saúde; uma criança não tem saúde se não tiver assegurado o direito à alimentação, água potável, saneamento básico. Da mesma forma, a cria nça não vai aprender se não tiver as condições psicológicas e emocionais adequadas que a família e a comunidade asseguram.
Se esses vínculos estão fragilizados, são necessárias as políticas públicas de assistência social para fortalecer esses laços sociais. Estamos colocando o Brasil em um novo patamar, ou seja, colocando a questão dos pobres junto às políticas públicas. Quatorze milhões de pessoas já saíram da miséria para melhores e mais dignas condições de vida. Foram gerados sete milhões de empregos com carteira assinada. Damos um forte apoio à agricultura familiar. Os recursos do Pronaf saíram de R$ 2 bilhões para R$ 12 bilhões. Estamos agindo através da integração dessas políticas sociais exatamente nessa linha emancipatória, que possibilite maior autonomia ao cidadão."
Desenvolvimento profissional - "Está em fase de implantação a Secretaria de Geração de Oportunidades para a Inclusão Produtiva, com foco especifico nas políticas de capacitação e treinamento profissional, para que as famílias aproveitem as oportunidades de trabalho e geração de renda que estão surgindo com o crescimento do País, com as obras do PAC e outros investimentos que estão sendo feitos pelo governo federal. É um ponto fundamental para nós trabalharmos cada vez mais essas ações emancipatórias. É claro que o Bolsa Família trabalha com públicos diferentes. Trabalhamos com famílias muito pobres, indigentes. O trabalho com essas famílias é mais lento. Ele é de recuperação de auto-estima, da identidade, ajudando a superar problemas graves de desconstituição familiar. Mas temos também um público que rapidamente pode ascender, que são os trabalhadores de baixa renda, que podem e certamente vão aproveitar as oportunidades que o País está oferecendo."
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter