O Presidente de Portugal , Cavaco Silva , afirmou ontem (17) que os últimos números sobre a pobreza, que colocaram Portugal entre os mais pobres da União Europeia, são motivo de vergonha e defendeu que sozinho, o Estado não consegue melhorar a situação, noticia a Lusa. Pois não! ...mas sozinho, tem conseguido piorá-la bastante,...sem dúvida.
«Envergonho-me um pouco desta posição», afirmou Cavaco Silva na inauguração do Banco de Bens Doados, na Quinta do Cabrinha, uma nova instituição de apoio social, referindo-se à posição de Portugal na lista dos «10 países em maior risco de pobreza» na União Europeia e ao nível de «desigualdade na distribuição de rendimentos» referidos nos últimos números do Instituto Nacional de Estatística (INE), escreve a Lusa.
«Estou convencido que o Estado só por si não consegue resolver estes problemas», acrescentou o chefe de Estado, afirmando que é preciso que «os cidadãos se organizem, trazendo ao de cima a sua consciência social» para combater a pobreza.
O combate ao abandono escolar e a promoção do emprego para criar condições que permitam fugir à pobreza são também partes da solução apontadas por Cavaco Silva, que falava aos jornalistas quando foi confrontado com um protesto inusitado de um duo de humoristas.
Enquanto o Presidente falava aos jornalistas, um burburinho entre os jovens do bairro da Quinta do Cabrinha foi crescendo até se tornar ensurdecedor, ajudado pelo megafone e pela guitarra dos «Homens na luta», do programa «Vai Tudo Abaixo!», da SIC Radical.
Surpreendido, Cavaco ainda se dirigiu sorridente para o centro da agitação, mas os homens da segurança e da polícia, a princípio baralhados, estabeleceram uma barreira entre o Presidente e os humoristas, acabando por conduzi-lo rapidamente para o seu automóvel.
«Esta gente não quer continuar a ser ostracizada!», gritava um dos «Homens na Luta», que passado um minuto de confusão e concluída a rábula, se retiraram tão depressa quanto tinham aparecido no bairro social que recebeu Cavaco com palmas.
A responsável do Banco, Isabel Jonet, afirmou que o material recolhido será distribuído pelas instituições de acordo com a actividade que desempenham e o tipo de população que ajudam, com a ajuda de um programa informático desenvolvido para o efeito.
O Banco, que não recebe artigos em segunda mão, só novos, terá também uma oficina de marcenaria e informática. Receberá ainda equipamentos electrónicos e eléctricos, aproveitando os que ainda podem ter uso e encaminhando os restantes para reciclagem.
Cavaco Silva considerou a iniciativa um «bom exemplo do envolvimento cívico para a inclusão social».
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