Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Brasil Fonte IBGE
Base Maio de 2007
Em maio de 2007, a produção industrial variou 1,3%, na série com ajuste sazonal. Na comparação com maio de 2006, Indústria cresceu 4,9%. Nos primeiros cinco meses do ano, acumula expansão de 4,4%. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, repete o resultado de abril (3,3%).
No comparativo maio/abril (1,3%), quinze dos vinte e três ramos pesquisados que têm séries ajustadas sazonalmente assinalam expansão. O destaque fica com o desempenho de veículos automotores (3,7%), seguido por farmacêutica (8,3%), máquinas e equipamentos (3,1%) e alimentos (1,2%). As principais pressões negativas vieram de outros produtos químicos (-1,8%) e de bebidas (-2,8%), após expansão de 1,8% e de 4,1% no mês anterior, respectivamente.
Ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, todas as categorias de uso mostraram crescimento na produção, sob a liderança de bens de capital (5,1%). Também com avanço acima da média da indústria figura bens de consumo duráveis, com aumento de 1,5%. O setor de bens de consumo semi e não duráveis cresce 1,3%, seu maior resultado neste ano, acumulando em dois meses acréscimo de 2,2%. O segmento de bens intermediários (0,6%), o de maior peso na indústria, mostra o avanço mais moderado entre as categorias de uso.
O comportamento favorável da atividade industrial em maio tem impacto positivo no índice de média móvel trimestral, que mostra acréscimo de 0,8% entre os trimestres encerrados em abril e maio, maior incremento desde dezembro de 2005 (1,1%). Todas as categorias de uso acompanham o movimento apontado pela indústria geral, com bens de capital mostrando o maior avanço (1,3%) entre os dois trimestres, seguido por bens de consumo duráveis (0,7%), bens intermediários e bens de consumo semi e não duráveis (ambos com 0,6%).
Em relação a maio de 2006, acréscimo de 4,9%, observa-se que a produção industrial sustenta resultados positivos há onze meses consecutivos. Nesta comparação, a maioria (19) dos vinte e sete ramos pesquisados assinala aumento na produção, sendo que os impactos positivos mais importantes para o índice geral vieram de máquinas e equipamentos (19,0%) e de veículos automotores (10,8%). Na indústria de máquinas e equipamentos há aumento na produção em 67% dos 81 produtos pesquisados. No ramo de automóveis e autopeças, dos 24 produtos acompanhados, 75% mostram crescimento. Também vale destacar os desempenhos positivos observados nas indústrias de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (14,5%), metalurgia básica (7,1%), outros produtos químicos (4,2%) e bebidas (8,2%). Entre os oito ramos que assinalaram queda na produção, os que mais pressionaram a taxa global da indústria foram edição e impressão (-5,5%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-4,2%) e celulose e papel (-2,9%), nos quais sobressaíram, respectivamente, os itens: revistas e cds; telefones celulares; e celulose.
Entre as categorias de uso, ainda no confronto com maio de 2006, o segmento de bens de capital obteve a taxa mais elevada (19,4%), com ritmo bem acima da média industrial (4,9%), impulsionado pelos resultados amplamente positivos entre os seus subsetores: bens de capital para transporte (13,5%), para uso misto (18,0%), para fins industriais (22,2%), para energia elétrica (24,0%), para construção (16,4%) e para fins agrícolas (42,8%).
A produção de bens de consumo duráveis (6,0%), mesmo sob o impacto negativo de eletrodomésticos da linha marrom (-19,7%) e de celulares (-3,0%), também mostra crescimento acima da indústria geral, sustentada pelos desempenhos de automóveis (11,0%), eletrodomésticos da linha branca (8,4%), motocicletas (13,1%) e mobiliário (4,9%). O segmento de bens de consumo semi e não duráveis cresce 4,3%, melhor resultado desde outubro do ano passado (5,7%), com índices positivos em todos os subsetores, com destaque para alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (6,0%) e carburantes (8,4%), principalmente por conta da maior produção de carnes e miudezas de aves e cervejas, no primeiro, e gasolina e álcool no segundo.
A produção de bens intermediários (2,8%) assinala o avanço menos intenso entre as categorias de uso, refletindo sobretudo os recuos de combustíveis e lubrificantes (-6,2%) e de alimentos e bebidas elaborados para a indústria (-5,4%), uma vez que insumos industriais (3,3%), segmento de maior peso na categoria, aponta maior dinamismo, influenciado principalmente pelos produtos siderúrgicos. Outros destaques positivos vieram dos insumos industriais básicos (5,5%) e dos segmentos de peças e acessórios para bens de capital (19,6%) e para transporte industrial (5,7%). Também cabe mencionar o comportamento positivo de insumos para a construção civil (4,9%) e de embalagens (1,2%).
No acumulado janeiro-maio, frente a igual período de 2006, o crescimento total da indústria foi de 4,4%, com 20 atividades apontando aumento na produção. A fabricação de máquinas e equipamentos (16,5%) mantém a liderança em termos de impacto sobre o índice geral. Outras influências positivas relevantes sobre o resultado global da indústria vieram de veículos automotores (8,1%), metalurgia básica (8,3%) e alimentos (4,1%). Em sentido oposto, entre as sete indústrias com queda, a que mais pressiona a taxa global continua sendo a de material eletrônico e equipamentos de comunicações (-10,1%).
Segundo as categorias de uso, ainda no indicador acumulado, o maior dinamismo permanece com bens de capital (16,3%), única com expansão a dois dígitos. As demais categorias têm índices abaixo da média global da indústria (4,9%): bens intermediários (3,9%), bens de consumo duráveis (3,7%) e bens de consumo semi e não duráveis (2,5%).
Em síntese, a evolução dos índices nos primeiros cinco meses de 2007 revela um quadro positivo da atividade fabril. Tanto nas comparações contra iguais períodos do ano anterior quanto na evolução dentro do próprio ano de 2007, o setor vem sustentando resultados positivos. O indicador mensal cresce desde julho de 2006; e nas comparações livres de influências sazonais, a indústria geral cresce em maio 1,3%, e desde setembro de 2006 não registra taxa negativa, período em que acumula um incremento de 5,2%.
Ricardo Bergamini
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