Brasil: Comércio em alta

Vendas vêm subindo desde agosto. Receita nominal cresceu 0,93% em novembro. Ambas as comparações são em relação a outubro, ajustadas sazonalmente. Em relação a novembro de 2005, vendas e receita cresceram 9,22% e 9,09%, respectivamente.

Em novembro de 2006, o Comércio varejista teve variação de 0,56% para o volume de vendas e de 0,93% para a receita nominal, na relação mês/mês anterior com ajuste sazonal. Nas demais comparações (das séries sem ajuste), as taxas para o volume de vendas foram de 9,22% sobre novembro de 2005, de 6,25% no acumulado do ano e de 6,10% no acumulado dos últimos 12 meses. Já a receita nominal cresceu 9,09% em relação a igual mês de 2005, variou 7,50% no acumulado do ano em relação a 2005, e 7,58% no acumulado dos últimos 12 meses, também em relação a igual período anterior.

Trata-se do quarto acréscimo consecutivo do Comércio varejista em relação ao mês anterior, com ajuste sazonal, mantendo a tendência de crescimento observada a partir de agosto, embora com certa perda de ritmo nos dois últimos meses. Na análise da série ajustada, calculada para quatro das oito atividades do setor, só houve resultados positivos: 5,74% para Tecidos, vestuário e calçados; 2,05% em Combustíveis e lubrificantes; 0,51% para Móveis e eletrodomésticos; e 0,22% em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. Na mesma comparação, o segmento de Veículos, motos, partes e peças, que faz parte do Comércio varejista ampliado, cresceu 1,01%.

Já em relação a novembro de 2005, seis das oito atividades do varejo tiveram alta no volume de vendas (por ordem de importância): 9,17% para Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; 14,86% para Móveis e eletrodomésticos; 23,90% em Outros artigos de uso pessoal e doméstico; 7,01% em Tecidos, vestuário e calçados; 22,67% para Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; 3,42% em Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; -3,11% para Livros, jornais, revistas e papelaria; e -2,58% para Combustíveis e lubrificantes.

Em novembro/06, o segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registrou alta de 9,17% no volume de vendas em relação a igual mês do ano anterior, resultado que o levou a responder por quase metade da taxa global do varejo este mês (Tabela 3). As taxas acumularam 7,64% no ano e 7,01% nos últimos 12 meses. Este desempenho reflete o aumento do poder de compra da população devido ao aumento da massa de salário e estabilidade de preços de produtos básicos.

Em novembro, o segmento de Móveis e eletrodomésticos exerceu o segundo maior impacto no resultado do Comércio varejista, com variação de 14,86% no volume de vendas em relação a novembro do ano passado. Com este resultado a atividade atinge taxas de 10,93% e de 10,74% nos acumulados do ano e dos últimos 12 meses, respectivamente, devido às condições favoráveis de crédito ao consumo, melhoria do rendimento real e do emprego e queda nos preços proporcionada pela concorrência dos importados.

A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, com o terceiro maior impacto na formação da taxa do varejo, cresceu 23,90% em volume de vendas, em relação a outubro de 2005. Englobando segmentos como lojas de departamento, ótica, joalheira, artigos esportivos, brinquedos, etc., esta atividade tem seu desempenho influenciado também pela melhoria do quadro geral da economia, e acumulou, no ano, alta de 17,64% sobre igual período de 2005, e 17,46% nos últimos 12 meses.

A quarta maior contribuição positiva para o resultado global coube ao segmento de Tecidos, vestuário e calçados, que voltou a registrar crescimento este mês, variando o volume de vendas em 7,01% com relação a igual mês do ano anterior. Tal resultado, no entanto, pouco alterou o desempenho acumulado da atividade, que continua posicionado bem abaixo da média, com taxas de 1,95% para os onze primeiros meses do ano e de 2,94% para os últimos 12 meses.

Exercendo o quinto maior impacto positivo no resultado do varejo, Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação obteve alta no volume de vendas, em novembro, de 22,67% sobre igual mês de 2005; acumulando no ano e nos últimos 12 meses, 32,25% e de 37,32%, respectivamente.

Dentre os fatores que determinaram este desempenho, está a expressiva queda de preços dos produtos de informática, bem como sua crescente presença no consumo pessoal de duráveis. Um exemplo foi a redução de 11,5% nos preços de microcomputador, entre dezembro de 2005 em janeiro 2006, segundo o IPCA.

A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com a sexta maior participação na taxa global do varejo, teve alta de 3,42% em relação a novembro de 2005, acumulando 3,96% no ano e 4,34% nos últimos 12 meses.

Em novembro, Livros, jornais, revistas e papelaria voltou a registrar queda no volume de vendas: -3,11% sobre o mesmo mês de 2005, depois de um bimestre positivo. As taxas de 0,94% no acumulado do ano e de 0,57% no dos últimos 12 meses conferem à atividade o menor resultado positivo setorial de 2006.

Combustíveis e lubrificantes teve mais uma queda no volume de vendas (-2,58% em relação a novembro de 2005) mantendo, no entanto, a desaceleração da queda iniciada em agosto/06, devido à diminuição do ritmo de crescimentos dos preços dos combustíveis dos últimos meses. Em termos de acumulados, as variações foram de -8,33% para o ano e em -8,24% nos últimos 12 meses. O desempenho negativo do segmento pelo segundo ano consecutivo deve-se basicamente à racionalização na demanda de combustíveis automotivos, com conseqüente mudança na sua estrutura de consumo, em que o item de maior preço (a gasolina) vem sendo progressivamente substituído pelos mais baratos (álcool e, principalmente, GNV), processo facilitado pela expansão da oferta de gás veicular e da frota de carros modelo flex.

Vinte e seis das 27 Unidades da Federação obtiveram altas no volume de vendas em relação a novembro de 2005, com as maiores variações se estabelecendo no Acre (42,08%); Alagoas (39,45%); Amapá (26,54%); Roraima (21,36%); e Tocantins (19,18%). A única queda do mês ocorreu em Mato Grosso (-4,99%) - Gráfico 3. Quanto à participação na composição da taxa global, os destaques, pela ordem, foram: São Paulo (8,40%); Rio de Janeiro (10,55%); Minas Gerais (12,12%); Bahia (13,40%); e Santa Catarina (10,14%).

Ainda por Unidades da Federação, os resultados com ajuste sazonal para o volume de vendas, em relação ao mês anterior, apontam 23 variações positivas e 4 quedas. Os principais acréscimos ocorreram no Acre (6,79%); Amazonas (4,04%); Distrito Federal (3,80%); Tocantins (3,61%) e Rio de Janeiro (3,23%). Já as quedas foram em Roraima (-3,13%); Rio Grande do Sul (-1,05%); Amapá (-0,89%); e São Paulo (-0,07%).

No Comércio varejista ampliado (varejo mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção) as variações em relação a novembro de 2005 foram de 10,22% para o volume de vendas e de 9,74% na receita nominal. Nos acumulados do ano e dos últimos 12 meses, as taxas foram de 6,46% e de 6,11% para o volume de vendas e de 7,72% e 7,59% na receita nominal, respectivamente.

Quanto ao volume de vendas, a atividade de Veículos, motos, partes e peças cresceu 12,22% em relação a novembro de 2005. Os acumulados do ano e dos últimos doze meses foram de 7,14% e 6,52%, respectivamente. A aceleração na queda das taxas de juros ao longo de 2006 tornou-se um dos fatores essenciais para o aquecimento das vendas do ramo no segundo semestre de 2006 (gráfico 9). Já o segmento de Material de construção completa o sétimo mês consecutivo de crescimento, com variação de 10,42% sobre novembro de 2005, refletindo principalmente as medidas oficiais de incentivo à construção civil. Os acumulados atingiram 5,39% no ano e 4,37% nos últimos doze meses.

Por Unidades da Federação, ainda em relação ao varejo ampliado, as maiores taxas de desempenho no volume de vendas ocorreram no Acre (71,51%); Amapá (48,26%); Pará (34,80%); Tocantins (33,77%); e Rondônia (33,28%). Em termos de impacto no resultado global do setor, os destaques foram São Paulo (5,64%); Rio de Janeiro (10,41%); Minas Gerais (13,09%); Paraná (11,32%); e Bahia (14,50%).

Ricardo Bergamini
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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey