O governo quer transformar a região amazônica brasileira em importante pólo turístico nacional e internacional. O Proecotur - Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia, criado para viabilizar o desenvolvimento do ecoturismo na região, está chegando à etapa final de sua fase de planejamento.
É o resultado de uma parceria estratégica entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Ministério do Turismo (MTur) e os nove estados integrantes da Amazônia Legal. O foco principal é a busca de alternativas para o desenvolvimento sustentável da região.
Nesta primeira fase do Proecotur, desde 2000, foram investidos US$ 5,6 milhões. A idéia é que sejam estabelecidas as prioridades para os investimentos nos estados da região Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do estado do Maranhão, que serão executados na Fase II do Programa, que começa em 2007 e será coordenada pelo MTur.
O Estudo de Mercado do Turismo Sustentável para a Amazônia, divulgado na semana passada no Fórum Mundial de Turismo para a Paz e o Desenvolvimento Sustentável, realizado em Porto Alegre, será utilizado como principal subsídio para a preparação de uma estratégia de investimentos. Com o Estudo do Mercado será possível fornecer aos agentes públicos e privados informações sobre os principais destinos turísticos que devem ser desenvolvidos na região amazônica, com base no perfil dos consumidores dos mercados potenciais para o turismo na região.
O trabalho inicial para a realização do Estudo de Mercado envolveu pesquisas e levantamento de informações junto a consumidores, operadores de turismo e agentes de viagem, tanto dos principais países emissores de turistas para o Brasil quanto no mercado doméstico. As pesquisas foram feitas em 11 países da Europa e da Ásia, incluindo Japão, Canadá, Estados Unidos e China.
De acordo com os dados obtidos, existe hoje um potencial considerável de demanda mundial para a Amazônia, porém, atualmente, há um interesse limitado tanto do mercado doméstico como do mercado turístico internacional, refletido nas estatísticas de viagens de lazer para a região. É preciso criar rotas que combinem com fácil acesso e, principalmente, aproveitar o fato de a Amazônia ser sua própria marca, desvinculada até do Brasil, criando e mantendo uma imagem positiva da região.
A Amazônia brasileira possui recursos naturais e culturais de qualidade, condições de implantação de uma boa infra-estrutura, inclusive com a utilização de tecnologias limpas (o que garante mais um diferencial de mercado), e pode se tornar um dos destinos mais sofisticados do mundo, competitivo no mercado nacional e internacional.
Vocação para o desenvolvimento
Segundo Allan Milhomens, coordenador geral do programa no Ministério do Meio Ambiente, a Amazônia brasileira tem vocação para o desenvolvimento de um estilo próprio de ecoturismo e essa pode ser a estratégia correta para a preservação da região, já que o turismo atribui valor à natureza e pode ajudar a evitar, deste modo, a sua destruição. O turismo na Amazônia deve aproveitar a demanda mundial por destinos de natureza conservada, e culturalmente ricos, e se estruturar para um desenvolvimento diferente do turismo de massa, focando-se, ao contrário, em nichos de mercado.
O Ministério do Meio Ambiente tem papel garantido na segunda fase do Proecotur, que será focada na estruturação da atividade turística na Amazônia. O órgão vai responder prioritariamente pela questão da sustentabilidade ambiental da atividade, pela discussão em torno dos indicadores de sustentabilidade ambiental, pelo fortalecimento dos órgãos estaduais de meio ambiente, pelo ordenamento das atividades de uso público em unidades de conservação e no apoio ao desenvolvimento de projetos de base comunitária desenvolvidos dentro e no entorno dessas unidades de conservação.
Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República
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